Saturday, August 23, 2008

Mudança

Mudei-me de malas e bagagens para o:

http://futureimusic.blogspot.com
Aos que me acompanhavam neste blog: um obrigado e até já.

Sunday, August 3, 2008

Primal Scream - Can't Go Back



Não há margem para erro: "Can't Go Back" é uma das canções do ano e uma das melhores do reportório dos, por vezes, muito subvalorizados Primal Scream. É o álbum estar ao nível do primeiro single e temos mais um clássico.

Saturday, August 2, 2008

Isobel Campbell And Mark Lanegan - Sunday At Devil Dirt

Depois da muito justa nomeação para os Mercury Prize, por alturas da edição de The Ballad of Broken Seas, Isobel Campbell e Mark Lanegan voltam a colaborar num álbum que em nada fica a perder relativamente à estreia desta vitoriosa colaboração.

Acabem-se com as dúvidas! Mark Lanegan vai ficar ligado a muito do que de melhor se fez na década dos zeros – tal e qual nomes como Jack White e Josh Homme (com quem colaborou anteriormente nos Queens Of The Stone Age (QOTSA) com os resultados conhecidos (Songs For The Deaf é um clássico do início ao fim)). Para além das colaborações com os QOTSA, há que destacar Bubblegum – outro clássico instantâneo –, o álbum a solo, sob o pseudónimo de Mark Lanegan Band, ou Saturnalia, o disco editado já no decorrer de 2008 – sério candidato no que a listas de balanços anuais diz respeito, pelos melhores motivos, claro – e a colaboração reincidente com Isobel Campbell (Belle And Sebastian). Lanegan parece um Midas do novo milénio – tudo aquilo em que toca parecer tornar-se especial – ouro.

As vozes dos dois protagonistas – não é novidade – combinam na perfeição. A de Isobel é suave e doce, a de Lanegan vem disfarça agressividade. Se a de Mark Lanegan faz arrancar as canções, a de Isobel Campbell complementa-as de forma única e brilhante. “Trouble” é o mais delicioso momento que comprova a compatibilidade.

Num disco que se passeia pela folk, os blues e o jazz – “Come on Over (Turn Me On)“ é exemplo óbvio – destacam-se - para além da supracitada “Trouble” – “Selvation”, “Back Burner e “The Flame That Burns” – Mark Lanegan igual a si mesmo

Sai mais uma obra-prima para os lados de ex-Screaming Trees.

8/10

Álbuns de Julho:

Álbum do Mês:

Testament – The Formation Of Damnation (Imagem) - Link

Outros:

A Naifa - Uma inocente inclinação para o mal Link

dEUS - Vantage Point Link

Portishead - Third Link

MGMT - Oracular Spectacular Link

The Last Shadow Puppets - The Age Of The Understatement Link

The Long Blondes - Couples Link

Mesa - Para Todo o Mal Link

Death Cab For Cutie - Narrow Stairs Link

Thursday, July 31, 2008

Death Cab For Cutie - Narrow Stairs

Não deixa de ser curioso que na precisa altura em que deixam de ser apenas meninos bonitos de uma facção indie que sempre os colocou num pedestal,, os Death Cab For Cutie se dediquem a um novo registo tão despreocupado com o maisntream.

O anterior registo de estúdio, Plans, foi um tremendo sucesso de vendas – a máquina promocional por detrás do disco talvez tenha algumas culpas (o disco foi editado por uma major) – com mais de 1 milhão de cópias vendidas. Em Narrow Stairs, a banda de Bem Gibbard – que esteve envolvido na banda-sonora de About a Son, o filme-documentário dedicado precisamente à estrela maior da cidade de que os Death Cab For Cutie provêm (Seattle) – parece impor um afastamento da fórmula que os tornou conhecidos. O facto da escolha para primeiro single ter recaído nos 8 minutos de “I Will Possess Your Heart” é sintomático.

Narrow Stairs começa épico e progressivo “(Bixby Canyon Bridge" e "I Will Possess Your Heart"), cai em esparrelas fáceis (“No Sunlight"), conta com letras tão negras quanto sempre, e apodera-se da distorção. Tudo isto num álbum em que é dada primazia às guitarras.

No balanço final nenhuma das 11 canções que compões o 6º registo de originais do quarteto fica na memória e a ideia de razoabilidade parece ser mesmo a conclusão a retirar deste disco. De resto – e ainda que a imprensa estrangeira pareça insistir nesta ideia –, qualquer comparação com os Wilco ou Radiohead é completamente descabida.

Nas mãos de novos aventureiros indie-rock poderia ser um grande álbum, vindo de quem vem é apenas um razoável documento musical.

5/10

Tuesday, July 29, 2008

Mesa - Para Todo o Mal

Para todo o mal, terceiro álbum dos Mesa, surge numa altura em que o sucesso de “Luz Vaga”, tema que, com participação especial de Rui Reininho, fez disparar a popularidade da banda Portuense, já não se faz sentir. Depois do reconhecimento crítico de Mesa – que continha uma participação especialíssima de Scott Walker numa das edições do álbum – e aclamação pública com Vitamina, os Mesa voltam a provar que estão mesmo no caminho certo.

Que fique desde já esclarecido: não, não existe por aqui nada que se assemelhe a “Luz Vaga”. É verdade que o projecto continua a passear-se por trilhos já antes explorados, ou seja, a electro-pop (“Tribunal da Relação” e “Munição”), mas há ambições de ir mais longe. Senão, repare-se na aura 60’s tão presente em “Estrela Carente” – os próprios Rolling Stones encontrariam familiaridades – ou o classicismo da introdução ao álbum “Porta de Entrada” – os créditos devidos à Orquestra Nacional do Porto.

A nível nacional, as comparações com os Clã são inevitáveis, seja pela voz de Mónica Ferraz (“Quando as palavras”, “Fiordes” e “Para todo o mal”), seja pela pop muito dançável presente em grande parte do disco. De resto, para além de João Pedro Coimbra (bateria, percussão e teclados), Mónica Ferraz (voz), Jorge Coelho (guitarra) e Miguel Ramos, Para todo o mal conta ainda com participações do saxofonista José Pedro Coelho, o percussionista Jean François Léze.

Nunca os Mesa foram tão ambiciosos e maduros.

7/10

Sunday, July 27, 2008

Festival Best Rock - Da Weasel - 26 de Julho - Loures


Há 15 anos atrás os Da Weasel não poderiam alimentar o tipo de luxo que foi ontem vislumbrado no concerto inserido no cartaz do Festival Best Rock, em Loures: enormes projectores a promover participações especiais virtuais - Atiba e Manuel Cruz - e todo o restante aparato cénico revelador de maiores ambições.

É verdade que a banda de "Tás na Boa" não terá dado um concerto tão especial quanto o que prometeu dar no Festival Marés Vivas - não estivemos presentes - há uma semana atrás, mas a "Doninha" é uma máquina muito bem oleada no que a espectáculos ao vivo diz respeito, em que mesmo aqueles que são à borla estão incluídos. Arrisque-se a dizer: nos dias que correm é impossível a banda de Pacman e Virgul promover um mau concerto.

Claramente dividido em duas metades. A primeira - substancialmente maior que a segunda - foi constituída maioritariamente por temas divididos entre reggae e hip hop, ou seja, os ritmos mais negros, com excepções para "Essência" - com recepção surpreendente fria - e "Outro Nível" - esta sim, recebida com a euforia do costume.

DJ Glue revelou-se certeiro nos já conhecidos interlúdios promovidos pelo próprio. Assim, desfilaram êxitos de Pharrel Williams - os N.E.R.D. estão na ordem do dia com o novo álbum nas lojas -, Queen com "We Will Rock You" - que já anunciaram que vão editar um álbum com Paul Rogers - e Rage Against The Machine, com "Bulls on Parade" - não é necessário qualquer tipo de parênteses.

Para o final ficou guardado um surpreendente encore em formato claramente rock. E aqui todo o aparato cénico passou a fazer sentido, centrando-se em Jay, no baixo: a pose é a de sempre, tímido, concentrado, de olhos no instrumento, o som torna-se agressivo, é hora de "partir a loiça toda" como diz a letra de "Tás na Boa". A sequência é infernal, começa com "Adivinha quem Voltou", continua com "Niggaz" e, para terminar, sem ferir susceptibilidades, a muito aguardada pelo círculo do "pseudo-mosh pit", "Tás na Boa". Antes já haviam desfilado "Re-Tratamento", "Todagente", "Carrocel", "GTA", "Dialetos de Ternuar", "Toque-Toque", "Mundos Mudos", "Força" e a certeza de que estamos perante uma das maiores máquinas de espectáculos ao vivo nacional - como dizem em "Essência": "O melhor dos melhores ao vivo em Portugal". Não é pura presunção.

8/10

Thursday, July 24, 2008

Slipknot - Psychosocial



O novo álbum dos Slipknot só chega lá mais para o final do ano. Entretanto, a banda já tem single de apresentação e consequente vídeo promocional. Com nova imagem e novas máscaras incluidas, nunca a banda de Corey Tailor soou tão ambiciosa.

Wednesday, July 23, 2008

The Long Blondes - Couples

É impressionante a aptidão da imprensa especializada de hoje em dia em colar o punk a quase tudo o que tenha, em disco, uma atitude mais irreverente. Impressionante é também a aptidão para colar ao termo "punk" novos rótulos. Ele é Punk-isto, ele é punk-aquilo. O punk, meus amigos, não precisa vir agarrado a nada. É punk simplesmente, pois foi nessa simplicidade que se ergueu.

Tuda esta conversa de primeiro parágrafo para referir que muita da imprensa estrangeira, seja por uma razão ou por outra, cola rótulos punk aos Long Blondes. No máximo: pós-punk.

Ao segundo álbum, este quinteto de Sheffield lança-se num registo bem menos enérgico e dançável que a entusiasmante estreia, Someone To Drive You Home. Entre uma indie-pop/rock e uma electro-pop não muito evidente, que trás à mente em doses iguais os Blondie e os Pulp, Couples segue em todo o resto a linha do seu antecessor, mas com um som mais expansivo. A produção ficou a cargo de Erol Alkan – relembre-se que o anterior registo contou com a produção de Steve Mackey, curiosamente membro dos extintos Pulp –, sendo o responsável pela composição Dorian Cox, o guitarrista da banda.

O início é bastante prometedor: "Century" e "Guilt" são duas belas canções a juntar ao reportório das melhores canções da banda. Pena é que logo a seguir venha uma insonsa faixa título.Mas para não destoar por completo das boas intenções, compensam-nos com uma efémera “I Liked Boys” – que ficaria bastante bem num segundo álbum dos These New Puritains. Na sequência da euforia de “Here Comes The Serious Bit” e a atmosférica “Round The Hairpin” está a indiferença.

Na linha daquilo que os segundos álbuns normalmente resultam, a qualidade do segundo disco dos Long Blondes é bem menor que a da estreia.

6/10

Tuesday, July 22, 2008

Youtube: Radiohead - House Of Cards



Quarto single retirado do melhor álbum dos Radiohead desde OK! Computer. "House Of Cards" é apenas mais um dos muitos momentos geniais de In Rainbows. Abaixo o making of:


Monday, July 21, 2008

The Last Shadow Puppets - The Age Of The Understatement

Se anda na rebuscada procura de projectos com o carimbo “amigos-de-infância” então fique-se mesmo pelos Racounteurs. A dupla Jack White/Brendan Benson deixa a dupla Alex Turner/Miles Kane léguas atrás.

The Last Shadow Puppets resulta, pois, da colaboração de Alex Turner (Arctic Monkeys) e Miles Kane (The Rascals) e revela um duo na flor da idade – ambos já sopraram 22 velas. Nada do que está em The Age Of The Understatement pode ser comparado com qualquer coisa que já tenha sido feita pelos Arctic Monkeys – perdoem-me os Rascals, mas o escriba ainda não ouviu o álbum de estreia. É música com influências 60’s/70’s, longe do imediatismo dos Arctic Monkeys, mas – e é aqui que encontramos o paralelismo mais evidente – tão directa como a da banda de Sheffield – as letras de 2/3 minutos comprovam-no.

Na produção e arranjos encontramos dois dos pontos mais fortes do registo. James Ford – 50% dos Simian Mobile Disco – tratou da produção ocupando-se ainda das partes de bateria, enquanto que Owen Pallett – Arcade Fire e Beirut – compôs todos os arranjos orquestrais.

No final da audição chegamos à conclusão de que algo não resulta neste jovem duo. Não que as canções sejam medíocres. São exemplos de boas canções: “The Age Of The Understatement” que chega a parecer uma versão de “Knights Of Cydonia” (a bateria cavalga, os coros são épicos e as guitarras, até certo ponto, são similares), a épica “In My Room” e a imprevisível “Black Plant” que prova que as mudanças de ritmo repentinas à Queens Of The Stone Age são para continuar. Mas, no final, este disco não deixa de soar a ambição com passo maior que a perna.

Resumindo: The Age Of Understatement é um álbum bonitinho, revestido de smoking e gravata, mas não mais do que isso. E a melhor forma para justificar que este álbum/projecto está longe do rótulo de essencial está em dizer que não se exige uma sequela.

5/10

Sunday, July 20, 2008

Youtube: The Kills - Last Day of Magic



"Last Day Of Magic" é o novo single retirado de um dos melhores discos do ano, Midnight Boom dos Kills. O vídeo mostra-nos VV e Jamie Hince literalmente à tareia. Ah! e VV transpira sensualidade.

Saturday, July 19, 2008

MGMT - Oracular Spectacular

Mais uma banda de Brooklyn, mais um tiro certeiro no que a edições discográficas diz respeito. Depois dos Vampire Weekend, os MGMT – a banda que um dia se chamou Management, mas foi aconselhada a mudar para o nome por que actualmente é conhecida – têm tudo o que é necessário para agradar a gregos e troianos.

E consegue a proeza de agradar a gregos e troianos porquê? Porque à imagem dos seus conterrâneos, os MGMT fabricam canções orelhudas, mas com aquela aura indie que distingue, por exemplo, os Greenday dos Mxpx.

Directo e acessível, se tivesse sido lançado em 2007 Oracular Spectacular apontaria desde logo os MGMT para o apelido new-rave. Esta pode ser a prova de que, à imagem do que muitos vaticinaram, a new-rave desapareceu tão de repetente como quando apareceu. Dizer ao que soa Oracular Spectacular não é fácil. A crítica tem vindo a apontar nessa mesma direcção. Cada crítico parece apontar influências diferentes. Essas influências vão do disparate – Joy Division e Muse – aos vagamente presentes no disco – Pink Floyd, The Mammas And Pappas –, passando pelos mais acertados – Flaming Lips. A unanimidade parece estar no som eclético da banda. Esse ecletismo manifesta-se na forma de electro-glam, pop/rock açucarada e psicadélica e a música mais prezadamente dançável da época.

Não terá sido ao acaso que a Rolling Stone destacou o duo Norte-Americano como uma das bandas a ter debaixo de olho durante 2008. Atente-se à perfeição juvenil intrínseca nas palavras “Let’s make some music, make some money, find some models for wives. I’ll move to Paris, shoot some heroin and fuck with the stars” no fabuloso primeiro single "Time To Pretend” e tenha-se presente que os MGMT sabem ao que vêm e para onde vão.

Com produção de Dave Fridmann (Flaming Lips (lá está!) e Mercury Rev) Oracular Spectacular é um disco recheado de grandes momentos. Arranca com duas grandes canções pop, “Time To Pretend” – já referida como uma das grandes canções que 2008 terá para oferecer – e “Weekend Wars” – com loops à Chemical Brothers de Push The Buttom. “The Youth” traz o fantasma de Jack White nas vozes, com pandeireta na mão e tudo. “Electric Feel” remete, por vezes, para “Filthy & Gorgeous” dos Scissor Sisters. Os Bee Gees não devem estar alheios a tudo isto. “Kids” a certa altura dá-nos os rock mais dançável dos Bravery e em “Pieces Of What” eles querem ser os Beatles de guitarra acústica em riste. Quase a terminar há solos subaquáticos em “Of Moons, Birds & Monsters.

Andrew Vanwyngarden e Ben Goldwasser – eis a prova de como é possível mencionar o nome dos artesãos por detrás de um grande disco apenas no fecho da crítica ao dito disco – poderão em 2008, fazer exactamente aquilo que os LCD Soundsystem fizeram em 2007.

8/10

Friday, July 18, 2008

Youtube: The Prodigy - Firestarter



À hora a que este post é publicado os Prodigy já haviam terminado aquele que terá sido, com toda a certeza, mais um grande concerto por terras lusas. Relembre-se que a banda esteve no Super Bock Super Rock 2005, Sudoeste 2006 e no Creamfields em 2007.

Thursday, July 17, 2008

Testament – The Formation Of Damnation

Numa altura em que os fãs de Metallica esperam um regresso da banda às suas raízes mais trashy, os Testament elevam a fasquia, sendo que – agora sim – a banda de James Hitzfeld tem muito a provar com o tão documentado regresso às lides discográficas.

Saída do movimento da Bay Area – de onde saíram outras bandas tão importantes na cena trash como Megadeth, Slayer, e os próprios Metallica –, a banda de Chuck Billy forma-se em 1983 com o nome de Legacy, sendo com esse mesmo nome que edita o primeiro e homónimo álbum de originais. O nome Legacy viria a ser substituído por Testament devido à existência de uma outra banda Jazz com o mesmo nome.

E é precisamente com a formação com que começaram a editar álbuns que os Testament editam o seu décimo álbum de estúdio – o primeiro em 9 anos. Assim, Alex Skolnick e Greg Christian regressam depois do abandono da banda – o primeiro em 1992 e o segundo em 1994. Para completar esta formação original Paul Bostaph regressa também ele à bateria - depois do trabalho com os Slayer.

The Formation Of Damnation é um álbum de pormenores deliciosos, com um trabalho de guitarras exuberante e vocalizações agressivas. As críticas de espalhadas por toda a cena metaleira underground são de arrepiar e não é para menos: estamos perante um dos álbuns mais fortes do ano no que a edições metaleiras diz respeito.

O instrumental de pouco mais de 1 minuto serve de entrada para um álbum que exige demasiadas audições. Destacam-se “More Than Meets The Eye”, a faixa-título “The Formation Of Damnation”, a fantástica “Dangers Of The Faithless”, a rápida “The Perscuted Won’t Forget” e “Afterlife”.

Resumindo: The Formation Of Damnation está para 2008, como The Blackening dos Machine Head estava para 2007. Um dos discos do ano.

Uma nota para a capa do álbum que está deslumbrante.

8/10

Wednesday, July 16, 2008

Youtube: The Hives - Try It Again no Alive! 08



Eis aquilo que é apenas uma amostra da transloucada actuação dos The Hives no Optimus Alive! 08. "Try It Again" é do último The Black & White Album

Monday, July 14, 2008

Portishead - Third

Entalado entre o fim do grunge e a mediocridade que foi o “boom” das boys/girls bands, o trip-hop terá sido o menos bem sucedido género musical que os anos 90 pariram – comercialmente falando. Dono de uma pop melodiosa, por vezes psicadélica, por vezes desgovernada à tareia com samples descontrolados, o movimento de Bristol deu a conhecer algum dos melhores momentos musicais da década de 90. Os Portishead foram – talvez – o seu principal argumento.

A primeira coisa a apontar nos Portishead é a sua capacidade de cada um dos elemento depender do outro – ainda que seja Beth Gibbons o elemento claramente em destaque –, ou seja, nada disto soaria Portishead se faltasse qualquer um dos elementos que compõe a banda. Para além de Beth Gibbons na voz, Geoff Barrow trata da produção e Adrian Utley da guitarra.

No que concerne ao disco, este – como refere o The Guardian – não é um disco feito para amar, mas sim para admirar. Se Dummy era um gerador de culto imediato em torno do objecto musical em si, Third é um trabalho que, a ser o primeiro, não teria essa capacidade. Talentoso, sim, mas sem a alma que iluminava os Portishead há 10 ou 15 anos atrás. Negro, apertado, abrupto (“Plastic”) e minimal são adjectivos que descrevem na perfeição o terceiro disco dos Britânicos.

“Silence” abre um disco em português – inchamo-nos de orgulho – com as palavras “Esteja alerta para as regras dos três / O que você dá retomará para você / Essa lição vou tem que aprender / Você só ganhão que você merece”, dando inicio a uma autêntica locomotiva sonora. “The Rip”, “Plastic”, “Machine Gun” e, principalmente, “We Carry On” são momentos altos ainda que longe de geniais e em “Small” assistimos à melhor das performances de Beth Gibbons em todos os cerca de 45 minutos de disco. Já “Deep Water”, ainda que seja um belo momento acústico, soa deslocada.

Numa altura em que se assiste a um regresso dos grandes do trip-hop com Tricky – com novo disco já nas lojas –, Massive Attack – com novo disco em breve –, Goldfrapp – com um razoável Seventh Tree – e Morcheeba – desastrosos –, os Portishead colocam-se lado a lado com a banda de Alison Goldfrapp.

6/10

Sunday, July 13, 2008

Outros Álbuns:


  • Story Of The Year - The Black Swan - 4/10
  • The Hellacopters - The Head Off - 5/10
  • Tokyo Police Club - Elephant Shell - 5/10
  • Whitesnake - Good to Be Bad (Imagem) - 7/10
  • American Music Club - The Golden Age - 6/10
  • The Gossip - Live In Liverpool - 4/10
  • The Young Knives - Superabundance - 7/10
  • Def Leppard - Songs From The Sparkle Lounge - 6/10
  • Mudcrutch - Mudcrutch - 7/10
  • Robert Forster - The Evangelist - 7/10

Saturday, July 12, 2008

Youtube: Machine Head - Halo



O segundo vídeo/single retirado do fantástico The Blackening é "Halo", talvez a melhor faixa de um registo que, de resto, é todo ele fenomenal. The Blackening é um daqueles álbuns capaz de converter novos crentes à causa metal e um dos melhores álbuns de 2007.

Friday, July 11, 2008

Optimus Alive! 08 - 10 de Julho - Passeio Maritimo de Algés

Com uma sucessão de grandes concertos, o primeiro dia do Optimus Alive! 08 é sério candidato a melhor dia de sempre no que a festivais de verão diz respeito.

Kalashnikov – Há algo para lá do elemento “diversão” que distingue os Kalashnikov de muitas outras bandas do género – leia-se, trash-metal. A banda de Jel, para além das divertidas letras pró-guerra, é composta por músicos de razoável qualidade que dominam de forma razoável os seus instrumentos. Mas, não destoando dos objectivos da banda – que será, certamente, divertir mais do que agradar o ouvido mais exigente –, os Kalashnikov desfilaram os seus já bem conhecidos temas – “One love one famaly” e “Warriors of the Hezbollah” à cabeça –, com Jel como perfeito mestre de cerimónias que, no seu discurso, coleccionou “funkings” como se não houvesse amanhã. Destaque ainda para a chamada de Fernando Ribeiro a palco para colaborar em “Warriors of the Hezbollah”. Ainda que possa gerar pouco consenso, a escolha para abrir o primeiro dia do evento revelou-se, de certa forma, acertada.

6/10

Vampire Weekend – Impressionante o mar de gente que invadiu o espaço Metro On Stage para assistir à actuação destes quatro miúdos de Brooklyn. Respondendo positivamente às expectativas, os Vampire Weekend desfilaram quase todos os temas do homónimo álbum de estreia com “A-Punk”, “Oxford Comma”, “M79” e “Walcott” a quotarem-se como as canções mais festejadas da noite. A banda ainda arranjou tempo para apresentar um inédito. O suficiente para provar que os miúdos não querem ficar agarrados à formula que (já) os tornou famosos.

7/10

The National – Num concerto claramente regado a vinho e deslocado no que a palco diz respeito, os National deram aquilo que deles se esperava: grandes canções. Ainda que o espaço não fosse ideal, a banda de Matt Berninger deu um belo concerto de fim de tarde, em que canções de Alligator foram alternando com as do justamente aclamado Boxer. Destaque para “Squalior Victoria”, “Racing Like A Pro”, “Fake Empire” e “Mr. November”.

6/10

Gogol Bordello – Se os National se revelaram um óbvio erro de casting no que a palco diz respeito, já os Gogol Bordello encheram o palco e as medidas do público que esperava uma actuação tão boa como a que a trupe de Eugene Hutz presenteou o público da última edição do Festival Paredes de Coura. “Despachando” desde logo os seus mais conhecidos êxitos, “Ultimate”, “Wonderlust King” e “Start Wearing Purple”, a banda multi-étnica soube agarrar o público desde o inicio – como se fosse realmente necessário. É incrível verificar que à medida que a actuação avança o caos parece aumentar e esse será um dos grandes trunfos que os autores de Super Taranta parecem explorar. Memorável – mais uma vez.

8/10

The Hives – Depois da loucura desenfreada que foi a actuação dos Gogol Bordello, quem melhor que os Suecos The Hives para suportarem a dolorosa transição para Rage Against The Machine? A banda Pelle Almqvist agarrou o público desde o primeiro momento, fazendo desfilar alguns dos momentos mais celebrados da sua ainda curta carreira. Momentos como o primeiro êxito de sempre, “Walk Idiot Walk”, e as boas canções do último The Black And White Album, como são exemplo “Try it Again” e, quase a terminar, “Tick Tick Boom” foram recebidas de forma energética pelo público que já guardava lugar para o momento alto da noite. Mais uma actuação memorável dos The Hives que, ao contrário do que Almqvist pensa, presentearam-nos com a sua terceira prestação em terras lusas.

8/10

Rage Against The Machine – O mais que esperado regresso dos Rage Against The Machine (RATM) a Portugal não poderia ter sido menos que o momento alto da noite. A banda de Tom Morello e Zack De La Rocha presenteou o público português com um alinhamento em formato claramente best-of que agradou, com toda a certeza, a gregos e troianos. Abriu com “Testify” e “Bulls On Parade” e fechou com “Freedom” e o inevitável “Killing In The Name”. E se pensarmos no carácter emblemático destes temas facilmente chegamos ao carácter épico que este regresso dos RATM a Portugal. Pelo meio houve ainda temas igualmente marcantes como “People Of The Sun”, “Bullet In The Head”, “Know Your Enemy”, “Guerrilla Radio” e uma adulterada “Sleep In The Fire”. Os quatro carismáticos da banda encheram sem grandes dificuldades o palco – Brad Wilk, na bateria, talvez tenha sido o mais discreto –, com destaque para Zack De La Rocha – uma energia inesgotável e constantemente a puxar pelo público português – e Tom Morello – a domar a guitarra como nenhum outro e, logo a abrir, a demonstrar-se literalmente cheio de “pica”, quando em “Testify” deixa cair a já inseparável e conhecida boina. Um momento para as mais belas memórias tanto dos fãs como do festival. Este é o momento em que mais tarde muitos vão poder dizer: “Eu estive lá!”

9/10

Wednesday, July 9, 2008

Rage Against The Machine amanhã no Optimus Alive!

Será com toda a certeza um dos mais marcantes eventos do ano e contém, porventura, o momento mais emocionante do ano. O Optimus Alive! arranca amanhã, com um dia encabeçado pelos Rage Against The Machine (RATM).

Donos de um legado invejável, desde o início os RATM se destacaram relativamente aos seus pares – que é como que diz Nu-Metal. Donos de uma secção rítmica carismática – o baixista Tim Commerford e o baterista Brad Wilk –, um guitarrista singular (Tom Morello) e um vocalista facilmente reconhecível (Zack de la Rocha), os RATM misturaram, com uma eficácia irrepreensível, rap, rock, metal, punk até funk em que letras fortemente politizadas alertavam para as políticas Norte-Americanas menos consensuais.

Donos de alguns dos melhores momentos discográficos da década de 90, os Californianos editam, em 1992, o seu álbum de estreia, Rage Against The Machine, um cocktail de influências perfeito para uma geração sedenta de revolução – aqueles a quem nem Nirvana, nem Pearl Jam, nem Mudhoney satisfaziam os ideiais políticos.

Quatro anos depois é editado Evil Empire – talvez o menor dos três álbuns da banda – e, três anos depois, The Battle Of Los Angeles. Do espectáculo de amanhã certamente não faltarão à chamada hinos como “Bombtrack”, “Killing In The Name”, “ Bulls On Parade”, “Sleep In The Fire” ou “Guerilla Radio”.

Mas nem só de Rage Against The Machine vive o cartaz deste primeiro de festividades. Por Algés passarão também nomes como os National – quem ainda não ouviu Boxer está a perder um dos álbuns da década – os gipsy-punks Gogol Bordello – os que os viram na edição 2007 do Festival Paredes de Coura certamente saberão que ao vivo a coisa é substancialmente melhor que em estúdio – e The Hives – ainda com The Black And White Album na carteira. Pelo palco principal passarão ainda os Kalashnikov, Spiritualized e Galactic. Pelo Metro On Stage passam Mgmt – o mais recente hype de 2008 e donos de um dos hinos do ano, “Time To Pretend” –, Vampire Weekend – os miúdos de Oxford donos de uma Afro-pop perfeita, perfeita, sendo Vampire Weekend um dos grandes álbuns do ano –, Hercules & The Love Affair – o projecto de música de dança que conta com a participação Anthony dos Anthony & The Johnsons e um dos mais interessantes do campo da electrónica do ano – e Peachesem formato DjSetSons Of Albion – a banda do filho de Robert Plant que soa, como não poderia deixar de ser, a Led Zeppelin. As Cansei de Ser Sexy entretanto cancelaram o espectáculo. Assim, tanto Mgmt como Peaches terão mais tempo de antena.

Tuesday, July 8, 2008

Youtube: Rage Against The Machine - Killing In The Name



"Killing In The Name" foi uma das canções mais marcantes da última década. Depois de 5 anos de interregno, os Rage Against The Machine regressam finalmente a Portugal, para uma prestação que se espera demolidora. A confirmar depois de amanhã, no Optimus Alive!

Monday, July 7, 2008

dEUS - Vantage Point

É estranho uma banda tão rock como os dEUS gozar de um tão feroz e devoto culto como o que, por exemplo, os Arcade Fire ou Radiohead gozam. Como eles, só os Eels e os Pavement animaram as hostes indie dos anos 90. Ao quinto álbum de originais, os dEUS parecem estar a atravessar a fase mais tranquila de sua carreira.

E já lá vão 15 anos daquilo que já podemos chamar de uma extensa carreira. Tom Barman e companhia finalmente parecem ter estabilizado em termos de formação e Vantage Point – nome do bar pertencente ao Belga Klass Janzoons, que também participa no disco, na canção de abertura “When She Comes Down” – parece ser a sequência lógica de Pocket Revolution. Contando com Dave McCracken na produção, Vantage Point faz sentir a presença do fantasma dos Afghan Wings e é um disco que, para além de dançável – a funky "Architect" –, consegue também, por vezes, ser duro – “Favourite Game” e “Is a Robot”.

O disco conta com dois singles logo à partida, o Belga “Slow” e o internacional “Architect”. Se o primeiro conta com a sensual participação de Karin Dreijer Andersson dos Knives, o segundo é um dos exemplos mais dançáveis do disco. Já “Eternal Woman” conta com voz feminina a equilibrar o tom mais forte de Barman e em "The Vanishing Of Maria Schneider” deparamo-nos com a mais surpreendente colaboração do disco – Guy Garvey dos Elbow.

Há quem diga que este poderá ser o álbum que porá os DEUS no mainstream. Duvide-se. Vantage Point não é de maneira nenhuma um disco fácil. Como as próprias participações o denunciam: mais indie que isto é difícil.

6/10

Sunday, July 6, 2008

Youtube: The Subways - Alright



Rockeiros até dizer chega, os Subways lançam esta semana o seu segundo álbum de originais, All Or Nothing. Depois de uma entusiasmante estreia, a atitude punk continua a marcar presença naquela que poderá ser uma das bandas indie do ano.

Saturday, July 5, 2008

Brincando aos Clássicos: Radiohead - OK! Computer

Já ouviu falar do conceito de disco-milagre? Aquele tipo de disco que marca e define uma geração, constrói legiões de fãs, cria culto, constrói carreiras, rege a vida do ouvinte em função desse mesmo disco e, consequentemente, da banda responsável por esse disco? A existir um conceito de disco-milagre, OK! Computer será, concerteza, o maior de todos. Os Radiohead não seguiram os cânones que regem a ordem do grande disco de uma carreira. Acertaram em cheio “apenas” à terceira tentativa. Tiveram tempo para amadurecer. E ainda bem!

Não vale a pena alongarmo-nos numa avaliação geral ao som de OK! Computer. A sua qualidade exige uma análise faixa a faixa.

A abrir, a banda de Thom Yorke presenteia-nos com a cósmica “Airbag”, canção que contém uma força nas guitarras que denuncia um disco mais rock do que aquilo a que se vem confirmar mais afrente. Segue-se o primeiro grande clássico incontestável de OK! Computer, “Paranoid Android”, um épico intemporal que começa acústico e acaba eléctrico. Pelo meio há mudanças de ritmo bruscas e um dos melhores solos de guitarra de todos os tempos. Impressionante a emoção que Thom Yorke consegue transmitir ao repetir desalmadamente a frase "Rain Down, Rain Down, Rain Down On Me...". Já “Exit Music (For A Film)", contém coros de igreja - haveriam de ser todos assim - e quota-se com uma das três canções do álbum que vem, certamente, de outra galáxia. Outra dessas canções é "Let Down". Aquela que é uma das (injustamente) menos prezadas – pelos fãs - faixas desta obra-prima é também um dos mais – senão mesmo o mais - emocionais e fantásticos momentos do álbum. Contém ainda aquele que talvez seja o melhor momento de Thom Yorke e companhia durante todo o álbum: "You Know / You Know Where We Are With / Floor Colapsing, Floating / Boucing Back...". “Karma Police” é outro clássico instantâneo. Thom Yorke canta "For a minute there / I Lost Myself / I Lost My Self", mas quem se perde – de emoção e devoção – é o ouvinte. “Electioneering” é a canção mais desvairada de todo o disco e uma colecção de grandes solos de guitarra. Por seu lado, “Climbing The Walls” é canção mais distante do álbum. Será, provavelmente, nessa distância que residirá o segredo de outro dos grandes momentos da obra. “No Surprises” contém sons como que saídos de caixinhas de sons para criança e é um dos mais improváveis êxitos a que a industria musical já assistiu. A terminar, são-nos apresentadas “Lucky” e “The Tourist”. Se a primeira tem o melhor Thom Yorke e a melhor guitarra do terceiro álbum dos Radiohead, a segunda é um dos momentos mais apreciados pelos fãs que fecha o disco com chave de oiro.

OK! Computer continua a ser, ainda hoje, o peso pesado da discografia dos Radiohead. In Rainbows amainou um pouco o estigma. Mas como em 1997, em 2008 OK! Computer continua a ser a obra maior dos Radiohead - e um dos melhores álbuns de todos os tempos.

Friday, July 4, 2008

Youtube: Jay-z parodia Oasis no Glastonbury



Foi um dos momentos altos da edição 2008 do Festival Glastonbury - um dos maiores eventos de Verão na Europa. Na sequência da crítica de Noel Gallagher à actuação de um rapper como Jay-z num "festival de bandas de rock", o autor de "99 Problems" responde à letra com uma cover de "Wonderwall", um clássico dos próprios Oasis.

Thursday, July 3, 2008

A Naifa - Uma inocente inclinação para o mal

Canções Subterrâneas (2004) e 3 Minutos Antes da Maré Encher (2006) denunciavam uma banda com ambições desmedidas no que à reinvenção do fado diz respeito. À Canção de Lisboa mais tradicional os Naifa juntavam-lhe novos ingredientes que iam da pop à electrónica.

Essa faceta que monta alicerces na reinvenção mantém-se em Uma Inocente Inclinação Para o Mal. O terceiro disco dos A Naifa é, aliás, tudo o que os anteriores já eram, mas com novos condimentos. Seja pelo facto de adquirir uma faceta mais experimental que os antecessores, seja pelo facto de a parte lírica já não ser derivada de uma escolha de poemas por parte dos elementos da banda - as letras estão agora a cargo de Maria Rodrigues Teixeira e centram-se fundamentalmente na crítica social -, a banda de Mitó (vocalista) está, ao terceiro disco, ligeiramente diferente.

Todo o resto se mantém. Falamos da formação - Luís Varatojo na guitarra portuguesa, João Aguardela no baixo, Vasco Vaz na bateria e Maria Antónia Mendes (seguríssima) na voz –, da receita – guitarra portuguesa, guitarra eléctrica, baixo, bateria e samplers – e do próprio nível das canções – melhores momentos em “Um Feitio de Rainha”, a estranhamente reggae “Filha de Duas Mães”, “Esta Depressão que me Anima” e “Um Rapaz Mal Desenhado.

É, hoje em dia, dificil ser-se original. Os A Naifa pegam na canção de Lisboa – já de si algo localizada – e dão-lhe a roupagem que ninguém, até Canções Subterrâneas, se havia atrevido a dar-lhe.

7/10

Álbuns de Junho:

Álbum do Mês:

These New Puritans - Beat Pyramid (Imagem) - Link

Outros:

Linda Martini - Marsupial Link

R.E.M. - Accelerate Link

The Breeders - Mountain Battles Link

P.O.D. - When Angels And Serpents Dance Link

The Kooks - Konk Link

M83 - Saturdays = Youth Link

Monday, June 30, 2008

Outros Álbuns:


  • Destroyer - Trouble in Dreams - 7/10
  • Fall Out Boy - Live In Phoenix - 5/10
  • In Flames - A Sense of Purpose - 7/10
  • Joe Satriani - Professor Satchafunkilus And The Musterion Of Rock - 7/10
  • Air - Moon Safari - (Special Edition) - 7/10 (Imagem)
  • The Dresden Dolls - No, Virginia... - 5/10

Sunday, June 29, 2008

Youtube: Wombats - Moving To New York



Cancelaram o concerto no Festival Paredes de Coura - estavam alinhados no mesmo dia que Sex Pistols e Mando Diao -, mas não perderam o estatuto de uma das bandas sensação de 2008. "Moving To New York" é terrivelmente catchy.

Friday, June 27, 2008

M83 - Saturdays = Youth

O shoegaze nunca foi o mais popular dos sub-géneros do Rock. Dono das suas próprias idiossincrasias, o género gerou burburinho nos anos 80 – principalmente com Psychocandy dos Jesus & Mary Chain – e inicio dos 90’s – com Loveless dos My Bloody Valentine.

Saturdays = Youth é o quinto álbum de M83, projecto do francês Anthony Gonzales. É um álbum nostálgico e emocional – há quem lhe chame de emo shoegaze -, comandado por uma bateria forte, sintetizadores em loop e guitarras em espiral, Saturday = Youth não se limita às referências óbvias dos My Bloody Valentine – que agora regressaram ao activo. Pega ainda em New Order e até, surpreendentemente, em Kate Bush (“up”).

Com produção a cargo de Pearson (The Rapture e Ladytron) e Ken Thomas (Sugarcubes e Suede) Saturdays = Youth destaca-se em canções como a brilhante “You, Appearing”, “Kim & Jessie” e “Couleurs” – os Bravery épicos.

Pegando nas premissas do Shoegaze, de onde se destacam elementos como a música ambiental e electrónica, o quinto álbum de M83 pouco acrescenta ao que foi feito anteriormente, mas o que está aqui é música da boa – desconte-se os últimos 11 minutos do disco que são, curiosamente, da responsabilidade de 11ª e última faixa (“Midnight Souls Still Remain”).

7/10

Thursday, June 26, 2008

These New Puritans - Beat Pyramid

A estreia discográfica dos - muito jovens - These New Puritans promete ser uma das mais frescas, viciantes, imprevisíveis e ambiciosas estreias do ano.

A fórmula é tão simples como, de certo modo, inovadora. A banda pega – um pouco – naquilo que os Foals já fizeram anteriormente neste mesmo ano – e centremo-nos na repetição exaustiva de determinadas expressões como referência –, junta-lhe uma aura demasiado jovem para um debutar tão prometedor e centra-se em letras bizarras incluídas em canções com nomes que parecem equações ou simples numeração matemática.

As guitarras festivas chegam para lhes serem concedidas algumas comparações ao Klaxons e à tão (mal) falada New-Rave. Mas é principalmente do pós-punk dos Gang Of Four que Beat Pyramid respira. Directo e experimental, este será seguramente um dos discos mais inventivos do ano.

Contando com Gareth Jones na produção, não há como não nos rendermos a objectos sonoros como "Numerology (aka Numbers)", "Colours", "C. 16th +-", "Infinity Ytinifni" ou "Elvis" - esta última cotando-se desde já como um dos grandes momentos do ano,

Não é fácil ser-se original em 2008. Os These New Puritans, de certa forma, conseguem-no. Nunca aprender matemática foi tão simples, agradável e compreensivelmente motivador.

8/10

Wednesday, June 25, 2008

Youtube: Weezer - Pork and Beans



Red Album, o regresso dos Weezer aos discos, foi editado a semana passada. "Pork & Beans" é o single de avanço de um álbum que não caiu nas boas graças da crítica. O vídeo é tipicamente Weezer - uma paródia.

Tuesday, June 24, 2008

The Kooks - Konk

Os britânicos Kooks são um dos mais incompreendidos fenómenos dos últimos anos – esqueçam os Razorlight, por favor, está encontrado o hype britânico mais injustificado dos últimos tempos. Quando em 2006, a banda de Luke Pritchard – o vocalista – lança Inside In/Inside Out, poucos pensariam que o álbum de estreia dos Kooks atingiria a marca dos 2 milhões de cópias vendidas. Como resultado só poderiamos ter um segundo álbum sem a pressão de outros (segundos álbuns) e pouco ou nada arriscado.

Konk – nome do estúdio de Ray Davies (Kinks), onde a banda gravou grande parte do material aqui contido – é o tipico álbum Verão com canções e refrães à medida dos coros de um qualquer Festival de…Verão! De facto, o quarteto de Brighton não está aqui para enganar ninguém. O segundo trabalho segue a linha do primeiro com o pouco que isso tem de bom e o muito que tem de mau. A evolução é nula, as canções continuam a ir do pop/rock à folk e as influências bebem umas vezes dos Beatles outras dos Police, outras ainda dos Rolling Stones, sendo que o resultado final fica sempre aquém do das referências.

Sim, há bons momentos no segundo álbum dos Kooks. Exemplos? “See The Sun” que está para Konk, como “Seaside” estava para Inside In/Inside Out – desta vez, com guitarras eléctricas e tudo –, a solarenga e melhor canção do álbum “Always Where I Need To Be”, “Do You Wanna” – tão digna de figurar no último álbum dos Primal Scream, Riot City Blues e em qualquer um dos Rolling Stones - e “Down To The Market” que se destaca com um bom riff saído da guitarra de Hugh Harris – destaca-se na guitarra a espaços.

Com luxuosa produção de Tony Hoffer – Supergrass, Beck, No Doubt e Air –, Konk prova que os Kooks precisam que alguém lhes explique que álbuns para Verões quentes raramente passam a mediania.

4/10

Sunday, June 22, 2008

P.O.D. - When Angels And Serpents Dance

A banda que mais manteve o seu som desde o "boom" – tal como o diz o título de um dos seus mais famosos temas – do nu-metal, os P.O.D. (Playable On Death), regressam com o seu sétimo trabalho de estúdio que, por sua vez, marca o regresso do guitarrista original, Marcos Curiel, que havia sido anteriormente substituído por Jason Truby.

O regresso de Curiel à guitarra marca curiosamente um dos mais agressivos trabalhos da banda Californiana. Mais enérgico que o último Testify, When Angles And Serpents Dance é mais do mesmo rap-metal cristão com canções bem à medida das rádios mais mainstream.

As participações denotam ambição – Mike Muir (Suicidal Tendencies) e Page Hamilton (Helmet) foram recrutados –, mas a evolução relativamente aos registos anteriores é nula. Há demasiado tempo que os P.O.D. se vêm repetindo com melhores ou piores resultados. When... não é bom nem mau. É apenas mais do mesmo, não sendo esse mesmo algo com pretensões de ficar nos anais da história da música.

Variando entre o metal do primeiro single, “Addicted” e a pop de “I’ll Be Ready”, passando, a certa altura, pelas similaridades com “Paranoid Android” dos Radiohead de “It Can’t Rain Everyday” e as guitarras ondulantes de “Condescending”, em When… não se encontra um canção que se destaque particularmente das outras. Há ainda espaço para desvarios completamente descabidos – “Roman Empire”.

Em 2008 podemos afirmar com segurança que os P.O.D. já não são aquilo que eram no início do século – o primeiro single, assim como o próprio lançamento do álbum, passaram ao lado dos mais distraídos e isso significa dizer que já nem o airplay salva a banda de Sonny Sandoval

4/10

Sunday, June 15, 2008

The Breeders - Mountain Battles

Não é que alguma vez tenham sido uma banda essencial, mas os Breeders – banda das irmãs Kim e Kelley Deal – voltam a fazer-nos esperar demasiado tempo – 6 anos se passaram desde Title TK – para, finalmente, darem noticias.

Muito tempo se passou e entretanto Kim Deal regressou, em 2004, ao baixo da mui festejada digressão mundial dos Pixies – que passou pelo Super Bock Super Rock, Paredes de Coura e Pavilhão Atlântico –, fazendo, depois, ainda escala numa clínica de reabilitação devido a problemas com drogas.

Passado o caos da última meia dúzia de anos, Kim e os Breeders regressam num registo que, para além dos já habituais colaboradores Mando Lopez no baixo e José Medeles na bateria – terão, certamente, tido alguma influência na cover dos Tri-O, "Regalame esta noche" –, conta com Steve Albini na produção – e é incrível que o escriba mesmo numa altura em que ainda não havia tomado conhecimento acerca da autoria da produção, já conseguia estabelecer paralelismos com a sonoridade do inicio da década de 90, a que Albini tem bastas ligações.

Há, portanto, em Mountain Battles uma certa aura grunge, minimalismo à Kills e secção rítmica à Subways (“German Studies”, que é cantada em Alemão). Há ainda, a abrir, uma psicadélica “Overglazed”, uma “Bang On” que poderia muito bem servir de canção-bandeira para 2008, um dueto entre Kim e Kelley em “Here No More” e a típica canção moribunda de fim de disco, a canção-título “Mountain Battles”.

Incrível é que, ao fim de 18 anos de banda, este seja apenas o quarto álbum – o que diz muito da atribulada vida da principal mentora do projecto, Kim Deal.

7/10

Saturday, June 14, 2008

Rock In Rio: 6 de Junho

Kaiser Chiefs:

Aquando do anúncio da actuação dos Kaiser Chiefs no Rock In Rio Lisboa, muitos terão pensado que a banda do imparável Ricky Wilson estaria no festival errado – à imagem dos Franz Ferdinand na edição de Madrid. A verdade é que a sucessão de nomes que viriam a ser confirmados – à excepção de Orishas – veio dar um pouco de razão à presença da banda Britânica no Parque da Bela Vista.

A banda apresentou-se em palco com trajes típicos de quem toca num fim de tarde/pronuncio de noite presenteando o público português com um concerto em tudo diferente do de Paredes de Coura – desconte-se a energia do frontman, Ricky Wilson que se manteve inalterada, ainda que desta vez sem trambolhão e perna partida. Arrancaram com um alinhamento inteligente – poder-se-ia já chamar-lhe de best of, ou, pelo menos, uma sucessão de belos singles – que disparou com “Everything Is Avarage Nowadays” e “Everyday I Love You Less And Less”, passou por “Angry Mob”, “I predict a Riot”, “Na Na Na Na Na” e “Ruby” e terminou, em grande, com o primeiro sucesso da banda, “Oh My God”.

Uma coisa é certa: mais meia-dúzia de singles de igual sucesso e há material para um concerto absolutamente memorável. Não é que a banda não valha pelos álbuns, mas um grande concerto não se faz apenas de grandes canções.

7/10

Muse:

Acontece algo de transcendente de cada vez que os Muse sobem a um palco - banda e público entram numa espécie de hipnose sem fim à vista. Foi exactamente isso que aconteceu na curtíssima hora de espectáculo dos Britânicos

Se havia dúvidas quanto ao culto da banda de Matt Bellamy por terras lusas, estas foram dissipadas com a eufórica abertura ao som de “Knights Of Cydonia”, sempre épica, sempre grandiosa. Era hora de comemorar a quarta visita ao nosso país – o trio já não punha cá os pés desde o fantástico e lotado concerto no Campo Pequeno, em 2006 – da banda de Absolution. E que melhor forma de comemorar senão alternando entre clássicos de sempre como “Time Is Running Out”, “Hysteria” e “Newborn” e canções do último – e fantástico – Blackholes & Revelations como “Take A Bow”, “Starlight”, “Supermassive Blackhole” e, para terminar, “Map Of Problematique”? Tudo isto com um toque de personalidade e improvisação que faz dos concertos dos Muse momentos únicos em que vale a pena referir “eu estive lá!”.

Contratados a tarde e más horas, parece óbvio que os Muse mereceriam uma posição mais privilegiada no cartaz – há mesmo quem diga que foi a banda que mais ajudou a esgotar o último dia da 3ª edição do Rock In Rio Lisboa. Voltarão brevemente com toda a certeza.

8/10

The Offspring:

É tão surpreendente o regresso dos Offspring como é a mutação física operada nos seus mais icónicos membros – leia-se Dexter Holland e Kevin Wasserman.

Donos de um punk-rock que, para os fãs mais acérrimos, vendeu a alma ao diabo por alturas de Americana, os Offspring deram um concerto em registo q.b., mais festejado pelos fãs que saboreado pela banda. Desfilaram clássicos “Come Out and Play (Keep 'Em Separated)”, “Gotta Get Away” e as inevitáveis “Pretty Fly (For A White Guy)” e “The Kids Aren’t Alright”. Para terminar, um dos momentos mais caóticos da actuação: “Self Esteem”.

Num concerto facilmente esquecível, a banda ainda teve tempo para apresentar dois novos temas - a constar num novo álbum, editado este mês.

É verdade que, à imagem dos Muse, os Offspring tiveram pouco tempo, mas pedia-se mais.

5/10


Linkin Park:

É impressionante a quantidade de êxitos que os Linkin Park coleccionam em apenas três álbuns de estúdio – feito que lhes garante espectáculos sem quebras.

É inquestionável, goste-se ou não, a evolução dos próprios elementos da banda – até já se permitem a alguns malabarismos (destaque para o solo de bateria) –, a notável dinâmica da banda em palco e, claro, a capacidade de agarrar o público – mesmo que esse público não seja de uma exigência constrangedora.

Desfilaram êxitos como “Points Of Authority”, “Crawling”, In The End” e “One Step Closer” da famosa estreia discográfica Hybrid Theory, “Faint”, “Somewhere I Belong”, “Numb” e “Breaking The Habit” de Meteora e “What I’ve Done”, “Bleed It Out” e “Shadow Of The Day” do ultimo e pouco consensual Minutes to Midnight.

Não foi de encher o olho, mas ainda não foi desta que os Linkin Park deram um concerto abaixo do razoável.

6/10

Friday, June 13, 2008

Rock In Rio: 5 de Junho

Moonspell:

Já começa a ser hábito ver os Moonspell a abrir grandes noites de metal – foi assim no 12º Super Bock Super Rock XL, Vilar de Mouros 2006 e Rock In Rio Lisboa 2004. Quatro anos depois, a banda de Fernando Ribeiro regressa ao local do crime – o local em que abriram as hostes para bandas como Sepultura, Slipknot e Metallica –, num final de tarde em que, como se previa, souberam agarrar o público desde o primeiro segundo.

Mesmo havendo novo álbum para apresentar – Nigth Eternal já está nas lojas –, a banda lançou-se num registo tipicamente best of, que se recomenda em contexto festivaleiro. A excepção esteve precisamente no novo single “Scorpion Flower” – sem Anneke Van Giersbergen, vocalista dos Gathering, que se encontra adoecida na Holanda – e no tema-título “Night Eternal. No resto, assistiu-se a um alinhamento composto pelos temas de sempre, indo de “Opium” e “Nocturna”, a “Evetything Invaded” passando por “Finistierra” e “Alma Mater”.

Fernando Ribeiro – já o referimos noutras ocasiões – é um grande mestre-de-cerimónias, provando mais uma vez que os Moonspell conseguem sobreviver debaixo de luz solar.

7/10

Apocalytyca:

Conhecidos pelas suas versões de alguns temas dos Metallica e o muito badalado single, do último Worlds Collid,e “I'm Not Jesus”, que conta com a colaboração de Corey Taylor (Slipknot e Stone Sour), os Apocalyptica apresentam-se em palco sem qualquer tipo de voz – apenas uma bateria e três vioncelos.

O espectáculo abriu com uma cover dos Sepultura, “Refuse/Resist”, a banda desdobra-se com a “5ª sinfonia de Bethoven” e, para não ferir susceptibilidades, quase a terminar, uma versão de “Seek & Destroy” dos Metallica. O resto foi um desfilar de canções, numa toada sempre acelerada, dos registos anteriores da banda.

Entre a surpresa de muitos e o consentimento de outros, salda-se algo positivo.

6/10


Machine Head:

Os Machine Head roubaram a noite aos Metallica. A banda de Robert Flynn foi absolutamente demolidora em palco.

O frontman da banda de Blackening – parece que é unânime, este é mesmo o melhor álbum dos Machine Head –, apelou ao mosh, elogiou o público português, relembrando anteriores actuações no nosso país, e comandou uma actuação irrepreensível.

A abrir o espectáculo, a melhor faixa de Blackening, a enorme “Clenching The Fists Of Dissent”, o pronuncio perfeito de uma actuação que gerava enormes expectativas. Prosseguiu-se com Imperium” e “Now I Lay Thee Down”, mas foi com “Aesthetics Of Hate” e “Dividian” que soldaram-se como os momentos mais festejados da noite.

Não é raro num concerto de Machine Head, imaginarmo-nos num Inferno caótico – passe a redundância – e esse é o melhor elogio que podemos fazer à actuação da banda Californiana.

Exige-se um concerto em nome próprio – The Blackening ainda não foi devidamente apresentado em terras lusas.

8/10

Metallica:

A herança dos Machine Head era pesada, mas os Metallica terão de se culpar a si mesmos pelo facto de este ter sido o mais fraco dos três últimos concertos dados em terras lusas.

A coisa até nem começou mal – “Ecstasy of Gold»”, abriu, como é habitual o espectáculo, dando logo lugar a “Creeping Death”. Pareciam bem encaminhados quando seguram a sequência com “Fuel” e “Wherever I May Roam”, mas dá-se uma inesperada reviravolta de 180º que se prolongou até à sempre festejada “Master Of Puppets”. Os Metallica não devem fazer estudos de mercado, pois se os fizessem saberiam que álbuns como Load e Reload só poderiam obter as reacções que acabaram por obter – frias, gélidas, embaraçosas. Felizmente, souberam acabar o concerto com os singles que faltavam de Black Album – “Unforgiven” excluída –, primeiro com a balada sempre tão bem recebida que é “Nothing Else Matters”, depois com a colossal “Sad But True” e, a terminar, com incontornável “Enter Sandman”. Entretanto já havia disparado toda a pirotecnia associada a “One”.

Reservadas para o fim ficaram algumas covers, “Last Caress” dos Misfits e “So What” dos “Anti-Nowhere League”, esta com participação especial dos Machine Head. O concerto acaba de forma previsível com “Seek & Destroy” e a promessa de um regresso no ano que vem.

É compreensível que uma banda como os Metallica queira dar um concerto diferente de cada vez que passa por Portugal, mas o catálogo da banda de São Francisco é demasiado vasto para ser necessário recorrer aos álbuns pós-1991.

6/10

Monday, June 9, 2008

Youtube: Machine Head no Rock in Rio

Foi - com toda a justiça - um dos concertos mais aclamados da 3ª edição do Rock In Rio Lisboa. Robert Flynn foi incansável a puxar por um público que não precisava de grandes motivações para fazer a festa. Ainda que tenha sido dado maior ênfase no último The Blackening - um dos melhores, senão melhor disco dos Machine Head -, foi em "Davidian" que o público mais festejou. Os Machine Head presentiaram ainda os fãs portugueses com uma cover de "Hallowed Be Thy Name", dos Iron Maiden. A crítica aos concertos dos dois últimos dias do Rock In Rio Lisboa em breve.

Hallowed Be Thy Name (cover dos Iron Maiden):



Take My Scars:



Davidian:

Saturday, June 7, 2008

R.E.M. - Accelerate

Accelerate é o álbum do R.E.M. por que os U2 suspiram há já demasiado tempo. Quer isto dizer que a banda de Michael Stipe voltou finalmente à boa forma, depois dos três músicos se terem tornado em verdadeiros mártires de uma crítica que nunca lhes perdoou o (brilhante) passado.

Comparar Around The Sun com Accelerate é comparar o incomparável. Onde Around The Sun era um inconsequente exercício pop, a espaços, melódica, Accelerate é rock n’ roll em estado puro e incomparavelmente – claro está – superior. É um surpreendente regresso aos bons velhos tempos. Peter Buck – em grande forma –, Mike Mills – passa no teste – e Michael Stipe – inconfundível, e no registo em que pode dar mais – juntam-se a Jacknife Lee – que trabalhou com os U2, de How To Dismantle An Atomic Bomb, Snow Patrol e The Hives – na produção criando, ao 14º álbum, um dos melhores registos dos últimos muitos anos e, indubitavelmente, o melhor desta década.

As primeiras três canções são literalmente a acelerar. Se à primeira faixa “Living Well Is The Best”, os R.E.M. já estão a provar que o título do álbum é mesmo para ser levado a sério, com a assombrosa “Man-Sized Wreath”, quase cheiram a heavy-metal. “Supernatural Superserious”, o single, é viciante, tal como um single o deve ser. Há, num momento acústico único, uma canção política, “Houston” e, para terminar, descobrimos os Primal Scream do último Riot City Blues, em “I’m Gonna DJ”

Accelerate é o melhor disco dos R.E.M. em muitos anos. Cabe agora apenas aos U2 o estatuto único de banda em crise de identidade.

7/10

Wednesday, June 4, 2008

Youtube: Bon Jovi - You Give Love a Bad Name no Rock In Rio



O primeiro fim-de-semana do Rock In Rio foi mesmo dos Bon Jovi. "You Give Love a Bad Name" foi um dos momentos da noite.

Tuesday, June 3, 2008

Linda Martini - Marsupial

Em 2006, os Linda Martini confirmaram o que há muito se lhes vaticinava. Olhos do Mongol confirmavam a banda de que já foi punk/hardcore como um dos mais promissores projectos nacionais surgidos nos últimos anos. O espantoso álbum de estreia colocava-os na boca da franja mais alternativa. Provava-se que o EP, anterior ao álbum, e os concertos por esse país fora não eram apenas fogo de vista.

Entretanto, a banda de Pedro Geraldes, André Henriques, Cláudia Guerreiro, Hélio Morais e Sérgio Lemos passou pelos mais importantes festivais portugueses – Super Bock Super Rock, Sudoeste e Paredes de Coura –, sendo, este novo material, talvez, um fechar de ciclo. Para isso, a banda lança novo EP – como se estivesse a esquivar ao – olho cliché! – complicado segundo álbum.

Marsupial soa exactamente a resultado de um momento de reflexão. Como se fosse demasiado precipitado lançar, nesta altura, um segundo álbum, mas necessário manter a chama acesa com novo material.

Há por aqui coros épicos à Arcade Fire – “A Corda Do Elefante Sem Corda” e “Raposo Manhoso”, de resto os dois momentos altos do EP – alguma surpresa electrónica (“Parada”) e obrigatórias pontes com o passado – “Sabotagem” e “As putas dançam slows”.

A ser este EP um pronuncio do que por aí vem – leia-se segundo álbum –, tal como o foi Linda Martini para Olhos do Mongol, está dado o aval.

7/10

Monday, June 2, 2008

Rock In Rio: 1 de Junho

Joss Stone:

Depois do muito acne juvenil que invadiu o Palco Mundo, Joss Stone, mais crescidinha, entra timidamente em palco, naquela que foi a sua segunda visita a Portugal – a estreia foi em Vilar de Mouros.

Descalça e de olhar frágil, típico de menina soul, Joss Stone deu uma verdadeira aula de profissionalismo a Amy Winehouse. Sem desculpas, quedas, choradeira e, diga-se em abono da verdade, o vozeirão de Winehouse, Stone espalhou simpatia, comunicando q.b. com o público num concerto, essencialmente, profissional.

Intercalando canções menos conhecidas do grande público espalhadas pelos seus três álbuns de originais, com os grandes sucessos que garantiram a Joss Stone o reconhecimento mainstream de que goza hoje em dia, aquela que é apontada com uma das grandes promessas da soul do século XXI não fez esquecer a banalidade de uma qualquer banda alemã, mas cumpriu a sua missão – talvez esta geração MTV comece a dar mais atenção aquilo que realmente interessa.

6/10

Rod Stewart:

Rod Stewart terá sido o cabeça de cartaz que terá levado menos gente ao Parque da Bela Vista, mas nem por isso deixou os seus créditos por mãos alheias.

O histórico autor de “Do Ya Think I’m Sexy?” apresentou-se em palco de ar extravagante, como de resto é seu apanágio, e trouxe, certamente, à memória de muita gente, os concertos de Sting, neste mesmo festival nas edições anteriores.

Espalhou, para além de bolas de futebol, as canções de sempre, como a famosa cover dos Creedence Clearwater Revival, "Haver Your Ever Seen The Rain", a incontornável “Do You Think I’m Sexy?”, "The First Cut Is The Deepest", cover de Cat Stevens, e, a terminar, o clássico “Sailor”.

Longe de brilhante, mas sem cumprir apenas os mínimos, Stewart prova, tal como os Bon Jovi, que velhos são os trapos e assina o melhor concerto de um dia muito desequilibrado.

7/10

Rock In Rio: 31 de Maio

Alanis Morissette:

Há muito que não víamos Alanis Morissette. As mudanças físicas são óbvias. Alanis está notoriamente mais cheia e tem agora o cabelo encaracolado.

Com um público que, ainda que longe de ser o seu, tinha vontade de a voltar a ver – após visitas ao Sudoeste, Pavilhão Atlântico e Aveiro –, Alanis soube agarrar a Bela Vista, deambulando de um lado para o outro do palco – que é como quem diz, da esquerda para a direita - o concerto todo, desfilando um reportório de canções essencialmente competente onde intervalou os seus sucessos de sempre com alguns (poucos) inéditos – incluídos no novo disco, editado hoje, 2ª feira, dia 2 de Junho.

Dona de uma carreira seguríssima lamenta-se o facto de Alanis ter-se sujeitado a uma posição do cartaz que deveria claramente ter sido de Alejandro Sainz.

6/10

Bon Jovi:

Já era esperado: os Bon Jovi deram o melhor concerto da primeira fase da 3ª edição do Rock In Rio Lisboa. A banda de Jon Bon Jovi deu um grande espetáculo de rock n’ roll de uma entrega notável.

Também já era expectável o desfilar de êxitos que se veio a verificar. Desde "Lost In Highway" até “Livin’ On a Prayer”, a terminar, passando por “You Give Love a Bad Name”, "Runaway", “Always”, “It’s My Life” e canções mais recentes como “Have a Nice Day”, os Bon Jovi resumiram a carreira em quase duas horas de concerto.

Perto da perfeição, a banda soube agarrar o público desde o início – não era complicado –, com um Jon Bon Jovi comunicativo como, de resto, se lhe pedia e um Richie Sambora a demonstrar que não é necessário ser um verdadeiro guitar-hero para se ser realmente bom.

Ainda com a capacidade para juntar várias gerações em seu redor, os Norte-Americanos tornaram-se nos grandes vencedores da noite – e não só. Velhos são os trapos? Concerteza.

8/10

Rock In Rio: 30 de Maio

Amy Winehouse:

Chegou a temer-se o pior, sendo que o que aqui se impõem é uma definição de "pior". Para a artista o pior seria, seguramente, fazer a figura que fez em palco. Para o público seria o artista, já em território português, cancelar o concerto em cima da hora.

Optando por enfrentar as quase 100.000 pessoas presentes no Parque da Bela Vista, Amy Winehouse expôs todos os problemas que a têm assolado no último ano - álcool, drogas, pressões emocionais, marido na prisão...ah! e um fantástico álbum assassinado em palco pela própria cantora.

De pouco lhe terá valido uma banda tão competente e profissional, que lhe dá suporte e que - infrutiferamente - tentou salvar a prestação da cantora.

No meio de tão más interpretações destaque-se "Tears Dry On Their Own" como, de longe, a melhor interpretação de uma noite em que também desfilaram sucessos como "Love Is A Losing Game" - com direito a choro, talvez pela dúbia qualidade dos espetáculo, talvez pelo cunho pessoal da canção -, a extraordinária "You Know I'm No Good", "Valerie" e a incontornável "Rehab".

De resto, foi suportada por um público demasiado fiel para a deixar ficar mal, que a apoiou mesmo quando meteu água.

Resta saber se este mesmo público tirou alguma coisa desta fraude que foi a primeira - e curta - visita de Amy Winehouse a Portugal.

2/10

Lenny Kravitz:

A diferença entre a prestação de Lenny Kravitz e Amy Winehouse terá como epicentro o seu mestre-de-cerimónias. Ao contrário da jovem Winehouse, Kravitz é extremamente profissional.

O Nova-Iorquino apresenta-se em palco – suportado por uma bela banda – de forma algo fria com "Back To Vietnam", logo seguido de "Bring It On", melhor momento do novo "It Is Time For A Love Revolution". Lança-se ao primeiro hit com "Where Are We Running?" para, pouco depois, a banda, juntamente com Lenny, entrar num jogo de improvisação de cerca de 15 minutos.

De regresso ao formato mais convencional dispara-se o material mais baladeiro, com "Stilness of Heart", primeiro, e "I'll Be Waiting", depois. Tempo ainda para "Dig In", "Fly Away" e, já em encore, o clássico de sempre "Are You Gonna Go My Way".

Depois da última e morna passagem por Portugal, no Algarve Summer Festival, em Lenny apresentou-se um espectáculo competente, em que a fuga ao registo mais convencional de estúdio esteve bem patente.

6/10