Sunday, April 29, 2007

Gorillaz – O Fim Da Linha

Damon Albarn anunciou que os Gorillaz, o seu projecto virtual, não irão lançar mais nenhum álbum de originais. Na calha está apenas um filme com as personagens animadas da banda virtual. A banda sonora será ainda composta no formato “Gorillaz” mas, à mesma, não se poderá chamar álbum de originais. Como tal fica aqui a revisão crítica aos álbuns editados pela banda de Murdoch e 2D.



"Gorillaz"

Os Gorillaz nascem da separação - que se diz temporária - dos Blur no virar do século, mais exactamente no ano 2000, no auge do apregoar do fim do mundo que é como quem diz da humanidade. Damon Albarn era o mentor e o carvão necessário para a locomotiva animada funcionar. Virtualmente a formação da banda era constituída por 2D na voz, Noodle na guitarra, o pervertido Murdoc no baixo e redondo Russel na bateria.

Gorillaz é uma panóplia de estilos musicais, há rap em “Clint Eastwood” e “Rock Da House”, trip hop espalhado por todo o álbum, ritmos latinos em “Latin Simone” e Rock em “Punk” e “M1 A1”, referindo apenas os mais óbvios. Vai do clima festivo de “99-2000” a toadas mais calmas e baladeiras como “Tomorrow Comes Today”.

Bem recebido pela crítica e pelo grande público, os Gorillaz já podiam regozijar-se por não obterem sucesso, apenas, por possuírem uma imagem diferente e original.

8/10

"Demon Days"

Demon Days, o segundo e último de originais dos Gorillaz, foi melhor recebido pela crítica mas menos fervorosamente acarinhado pelo grande público. Compreende-se. É um álbum mais adulto que a estreia homónima.

Arranca com a melhor canção do disco: “Last Living Souls” é Damon Albarn no seu melhor. A música aqui pode ser de facto mais adulta mas, ainda assim, por vezes, torna-se tão festiva como no antecessor. Exemplos em “Dare” e “Dirty Harry”, ambos, óbvios singles retirados do álbum. A confusão de estilos também é herdada, sendo que há rap em “Dirty harry”, “November Has Come” e de certo modo em “Feel Good Inc. ”El Manana” e “Every Planet We Reach Is Dead” são trip-hop e “White Light” rock.

O segundo álbum dos Gorillaz não era para todos. Nem toda a gente o aceitou e poucos saberiam que seria uma despedida - em grande - de um dos projectos mais marcantes do século XXI.
7/10

Curiosidades:

  • Não foram apenas os dois álbuns de originais acima críticados que os Gorillaz editaram. Foi editado ainda um álbum entre os Gorillaz e os Space Monkeys. O nome do projecto era Space Monkeys Vs. Gorillaz e o álbum chamava-se "Laika Come Home".

Discografia:

  1. Gorillaz (2001)
  2. G-Sides (2002)
  3. Laika Come Home (2002)
  4. Demon Days (2005)

Videografia:

Friday, April 27, 2007

Nine Inch Nails - Year Zero

Foram necessários apenas dois anos para voltar a ouvir Trent Reznor e o seu projecto principal, os industriais Nine Inch Nails (NIN).

Reznor assumiu o facto, por se voltar a sentir fortemente inspirado a escrever novo material muito rapidamente. E, que temática para realizar um álbum conceptual que não o caótico fim do mundo que vamos enfrentar daqui a 15 anos?

Year Zero representa primeiramente, uma drástica mudança de sonoridade dos NIN. As coisas estão mais calmas e esquematizadas que antes. Onde With Teeth era demasiado electrónico, Year Zero é, nas dozes certas, ambiental. Pessimista e consequentemente realista, Trent "alivia-nos" ao apelar ao facto de nem o próprio Deus nos vir a valer. Ah! Mas ainda faltam 15 anos...! Year Zero soa ainda muito maquinal. É o retrato perfeito de um disco completamente gravado através de programações.

Daqui a 15 anos já cá não andamos, ainda bem!

7/10

Deerfoof - Friend Opportunity

O anterior álbum dos Deerhoof, The Runners Four, era no mínimo excitante. Friend Opportunity é um claro um passo atrás numa carreira que já leva 13 anos de intensas edições.

A culpa de tamanha desilusão pode residir no facto de as primeiras seis canções pareceram todas elas muito iguais entre si. Temas indie, em que a voz de Satomi Matsuzaki actualiza-se no que diz respeito ao modo de enternecer o ouvinte. A culpa pode também residir na grande doze de experimentalismo, em volta do nono álbum de estúdio da banda de São Francisco. Atente-se aos 12 minutos de "Look Away".

Friend Opportunity é quase que uma antítese de The Runners Four. Exige-se um recuo no tempo afim de evitar mais passos em falso.

5/10

Tuesday, April 24, 2007

Outros Álbuns

P.O.D. - Greatest Hits - 6/10
Peeping Tom - Peeping Tom - 4/10
Kiss - 20th Century Masters The Millennium Collection Vol. 3 - 6/10
Marcelo D2 - Meu Samba é assim - 6/10
Depeche Mode - The Best Of Depeche Mode Volume 1 - 7/10
Kylie Minogue - Ultimate Kylie - 3/10

Brincando aos Clássicos: The White Stripes - Elephant

"Elephant" marca a viragem do século XX para o XXI e uma espécie de renascer do Rock engendrado pela banda de Meg e Jack White e pelos The Strokes. Se é verdade que o mal amado "Get Behind Me Satan" foi muito injustiçado aquando da sua edição, esse facto ficou a dever-se ao mais incontornável álbum dos White Stripes. Relembre-se que o mesmo já veio a acontecer duas vezes aos The Strokes.

É verdade que "Elephant" tinha um inegável truque na manga. Acredito que já em estúdio os dois White Stripes fizessem previsões para "Seven Nation Army". A canção destinava-se a ser incontornável. Dona de um riff típico de um baixo e um solo assombroso por ali entalado, a canção tornar-se-ia no hino de 2004.

O resto do álbum remete-nos quase invariavelmente para os anos 60, altura que mais influenciou (e continua a influenciar) Jack White. "Black Math" tem um ritmo frenético, "There's No Name For You Here" é uma espécie (só mesmo espécie) de balada, em "In The Cold, Cold Night", abram alas à menina White que ela também quer cantar."I Want To Be The Boy To Warm Your Mother's Heart" e "You've Got Her In Your Pocket" são duas baladas (mesmo baladas) midtempo."Ball And Biscuit" com pouco mais de 7 minutos é a canção mais louca e terrivelmente improvisada (elogio) de "Elephant". “The Hardest Button To Button” é a canção à qual os "Simpsons" fizeram paródia e na qual que Meg mais brilha na bateria e, por fim,"Well It's True That We Love One Another" é o final em formato de confessionário dos dois Whites em relação aos sentimentos que nutrem um pelo outro. Longa vida à irmandade.

O Clássico:

Seven Nation Army - É claro que num álbum clássico todas as canções serão candidatas a clássicos, mas "Seven Nation Army" destaca-se obviamente das outras. No texto acima já estão referidas as suas principais características. A verdade é que é difícil encontrar o porquê, de uma canção tão simples ser capaz de se tornar num sucesso à escala global e num dos maiores clássicos da história da música contemporânea.

Da Weasel - Amor, Escárnio e Maldizer

Apetece reescrever o nome do sétimo álbum de estúdio dos Da Weasel na forma "AMOR, Escárnio e Maldizer". A temática da palavra capitalizada é dos 3 referidos no título o mais focado.

Depois do sucesso de "Re-Definições", a banda de Almada enfrentava o maior desafio da sua carreira. Para os Da Weasel, o quinto álbum estúdio é um verdadeiro "segundo álbum" e toda a problemática que tal facto implica.

A principal temática é lançada com "Toque-Toque" e "Dialectos de Ternura" (primeiro single), canções que abrem o álbum e, as que mais apelarão às rádios. À quinta faixa deparamo-nos com a primeira colaboração - Atiba empresta um flow via Sean Paul em "International Luv". "Mundos Mudos”, nova colaboração desta vez com o Maestro Rui Macena e a Orquestra Nacional Sinfónica da República Checa, tinha todos os predicados para se transformar numa das mais conseguidas faixas mas, a repetição exaustiva da deixa de Virgul deita tudo a perder. O escárnio e Maldizer chegam através à sequência "Negócios Estrangeiros (com Rui Macena), "Bora Lá Fazer a Puta Da Revolução" e "Um dia Destes", que aparecem finalmente razões para a segunda e terceira partes do titulo do álbum."Ó Nigga, Tu És Nigga, Nigga" é uma paródia patrocinada pelos quatro Gato Fedorento e serve de introdução para o verdadeiro "Niggaz".

Os Da Weasel arriscaram. Provavelmente só obterão sucesso se os singles seleccionados lho derem. Mas "Amor, Escárnio e Maldizer" é mesmo um grande álbum sem rótulos.

8/10

Sunday, April 22, 2007

Wolfmother – Sou virtuoso sou o maior?

2006 foi responsável pelo surgir de algumas novas banda de qualidade, mas poucas terão causado o furor dos Wolfmother. Estes Australianos de Sidney formaram-se em 2003 sendo que as influências são maioritariamente dominadas pelos Black Sabbath de Ozzy Ousbourne. Os mais corajosos referem ainda Led Zepplin e Deep Purple.

Um vocalista (Andrew Stockdale) com os agudos no máximo a lembrar Jack White (Racounteurs, White Stripes), uma guitarra tanto musculada como distorcida e uma componente rítmica (Chris Ross no baixo e Myles Heskett na bateria) forte resulta num álbum que roça o HardRock.

Em 2004 a banda lança o primeiro EP, curiosamente também chamado de ”Wolfmother” e em 2005 começa a pensar no primeiro longa duração.
“Wolfmother” (O álbum) é produzido por Dave Sardy (Oásis, Red Hot Chili Peppers e Marilyn Manson) em Los Angeles onde a banda terá procurado ambiciosamente apurar o seu som. “Woman”, o primeiro single de “Wolfmother”, tornou-se num sucesso à escala mundial.

Wolfmother
"Wolfmother"
O álbum de estreia dos Wolfmother é quase HardRock. Por aqui ficamo-nos pelo rock, rock com músculo, muito músculo, mas apenas rock. As influências dos Black Sabbath já estão mais que descortinadas sendo que por conseguinte esta crítica não lhes fará referência.

Há que referir, isso sim, que é com enorme justiça que “Wolfmother” é um dos acontecimentos mais venerados do ano. A facilidade com que o Andrew Stockdale saca um riff fantástico é impressionante. O próprio em entrevista à Loud! referia: “São os Deuses que me inspiram, sem dúvida. O nosso processo de composição é incrivelmente instintivo e chega a ser assustador. Basta-me pegar na guitarra, tocar qualquer coisa e de repente saco um riff arrepiante, sem precisar de fazer qualquer esforço. Pode parecer idiota, mas tem sido sempre assim tão simples.” Uma certeza: A culpa não é de proveniência divina.

Oiça-se “Colossal”, a faixa que abre “Wolfmother” e encontramos um início instrumental à boa moda dos Rage Against The Machine. “Mind’s Eye”contém um riff que nos consegue levar ao de “Falling Away From Me” dos Korn, em “Where Eagles Have Been” é a vez de se aventurar nos solos e em “Apple Tree” aplica o tom mais esquizofrénico de todo o álbum. Mas atenção! As melhores canções do primeiro e homónimo álbum dos Wolfmother estão no seu inicio. São elas “Woman”, o primeiro single, “White Unicorn”, o segundo e “Pyramid”.

Fantástico!

9/10

Saturday, April 21, 2007

Oasis - Stop The Clocks

Ao fim de uma duzia de anos de carreira, eis que os manos Gallagher decidem editar o primeiro best of. Decidem é como quem diz. A banda sempre rejeitou este tipo de edições, mas sendo a SONY BMG detentora do catálogo dos Oasis, os mesmos mais não poderiam fazer do que abrilhantar a compilação. Foi o que fizeram.

A banda dos dois Gallaghers (únicos elementos que se mantém desde o início) lança em meados da década de 90 "Definitely Maybe" e "What's The Story (Morning Glory)". Os Oasis são imediatamente apelidados pela louca imprensa britânica de novos Beatles. Seguiria-se uma seca ao nível criativo e comercial até ao último "Don’t Believe The Truth”, um bom álbum POP.

Este não é um tipico best of que obviamente incluiria apenas os grandes sucessos da banda, com uma ou duas novas faixas. É um best of que não é best of e inclui os lados B dos singles editados das cabções-sucesso aqui reunidas. A compilação é constituída por dois discos. No primeiro incluem-se hits como "Lyla" ou o incontornável "Wonderwall", mas também inúmeras outras canções que até hoje apenas os fãs mais acérrimos lhes tenham conseguido acesso. O segundo disco é mais do mesmo ainda que ganhando em termos qualitativos. Estão cá êxitos de sempre como "Live Forever" e "Don't Look Back In Anger", acompanhados de lados B que não deixariam de dar um belo álbum de originais."Acquiesce" é apenas um (enorme) exemplo.

Os Oasis são uma das mais badaladas bandas da década. São o ódio de muitos, a paixão de outros tantos. Entretanto, já anunciaram para o decorrer do ano corrente "um álbum colossal". Será apenas a língua afiada da irmandade? Ou teremos mesmo finalmente algo com que nos entreter, para os lados das terras de sua majestade?

8/10

TV On The Radio – “Return To The Cookie Montain” O Porquê!

Os TV On The Radio são quatro senhores negros e um branco. São eles donos de um dos álbuns mais positivamente badalados do ano passado. A questão que se impõe é: Porquê? O que fez de Return To The Cookie Montain um dos álbuns mais bem-amados de 2006? Procura-se responder à questão, baseando-nos na consulta a três blogs que se dedicam à música alternativa e que tenham obviamente escrito (positivamente) sobre Return To The Cookie Montain.

Produção:

Uma das razões apontadas para o sucesso do segundo álbum dos TV On The Radio é a produção a cargo de David Andrew Sitek e Just Blaze.
Citando o Bodyspace (http://www.bodyspace.net/), blog dedicado à música, os produtores de "Return To The Cookie Montain" “São, segundo a revista (URB), os produtores mais importantes da actualidade, e é bem capaz de ser verdade. Dos beats devedores da soul e do funk de Just Blaze para quase toda a gente, de Jay-Z a Kanye West, de Foxy Brown a The Game às batidas frias e alienadas de Dabrye para a coqueluche do hip-hop indie faz todo o sentido." Ainda citando o mesmo blog, "David Andrew Sitek é, acima de tudo, um produtor magnífico. (..) é ele a cola que segura os TV On The Radio.

Influências da Música Negra:

O facto da formação da banda ser constituída por quatro elementos negros e um branco tem destas coisas. A música negra está bastante presente. Segundo o bodyscpace a banda vai "buscar tudo à soul, ao gospel, aos blues, a décadas e décadas de música negra, e injectam-lhes, acima de tudo, uma atitude punk e pós-punk e a tecnologia de agora." Outras palavras mas a mesmas ideias uza o coisapop (http://www.coisapop.blogspot.com/) quando afirma "Nesse caldeirão de art-rock, soul e pitadas de blues com vocais ora em falsete ora como se fosse uma grande canção de Marvin Gaye (..)"

Inovação:

É o ponto apontado apenas pelos mais radicais, mas há quem faça comparações majestosas como o coisapop, conclui que "Assim como Revolver dos Beatles, Pet Sounds dos Beach Boys, Ok Computer dos Radiohead, Blue Lines do Massive Attack ou Mellow Gold de Beck, Return to Cookie Moutain entra pelo mesmo anseio de inovar, partindo da ideia de recriar e remexer diversas sonoridades (..)"

O salto:

Todos os três blogs visitados tinham um ponto em comum, os TV On The Radio deram um enorme salto, aquando da passagem do primeiro álbum, "Desperate Youth, Blood Thirsty Babes", para o segundo, este Return To The Cookie Montain. Assim o Gordurama (www.gordurama.com.br) refere-se à audição de "Desperate...", do seguinte modo, "Primeiro dei-me ao trabalho de ouvir novamente "Desperate Youth, Bloodthirsty Babes", e a seguir, num acto de ombudsman de mim mesmo, reli a resenha escrita aqui para o Gordurama. Achei um saco o disco, de novo." O Bodyspace afirma, "Em "Desperate Youth, Blood Thirsty Babes", Adebimpe e Sitek descobriram, do nada, Kyp Malone, barba, óculos e (segundo ele próprio), um natural (e não um afro). Ah, e também guitarra e voz (menos dotada que a de Adebimpe, mas a música não perdeu nada com isso) Já no single “New Health Rock” ganharam um baterista (antes usavam só uma caixa de ritmos). Agora, em Return to Cookie Mountain, têm um baterista e uma caixa de ritmos (..)" Por seu lado o coisapop refere, "Este quinteto que já havia lançado em 2004 o bem comentado, “Desperate Youth, Blood Thirsty Babes”, se supera criando um disco que pode mudar muita coisa daqui pra frente."



O nosso veredicto:



Á primeira vista não se apresentava necessariamente mau, mas não passava de uma avaliação qu retratava apenas um cumprir dos serviços mínimos.


Quer isto dizer que o hype e culto que envolve os TV On The Radio é algo que não se percebe. Referir que a mistela de referências musicais aqui presentes é suficiente para mudar o universo musical do novo século é muito pouco. Para isso aindam aí os Arcade Fire, que o fazem de forma bem superior. Inovação não é sinónimo de grandiosidade, e se discos como Pet Sounds dos Beach Boys, Revolver dos Beatles e Nevermind dos Nirvana revolucionaram a indústria musical do seu tempo, não terá sido apenas resultado dessa inovação. Os clássicos referidos são marcos e referências no que à qualidade diz respeito.


Os TV On The Radio querem ser grandes, distorção aqui, um falsete ali, um som mais épico acolá, mas ficam-se pelas intenções.

6/10

"Guerra" entre promotoras

A agenda de concertos, com vista aos próximos meses tem gerado uma discussão interessante. Uns afirmam que a relação Portugal/artistas/concertos, está a sofrer uma mutação à muito esperada. Outros concluem, que tanto concerto se deve unicamente ao facto da indústria do disco estar nas ruas da amargura.

Olhemos então para a agenda e concentremo-nos nas promotoras dos espetáculos. Se a seguir a frase anterior foi imediatamente verificá-lo, com certeza que encontrou um ponto comum: Everything Is New! A justificação para tanto concerto de artistas conceituados tem solução nesta promotora, que resultou da separação de Álvaro Covões que fundou a Everything is New, e Luís Montez que se manteve na Música no Coração. A verdade é que ao contrário de uma estática Música no Coração, a Everything is New promoveu entretanto espectáculos como o baptismo dos Nine Inch Nails por terras nacionais, o regresso dos Incubus e Within Temptation e ainda por ai vêm Scissor Sisters, Bloc Party, Dave Matthews Band, Shakira, Beyoncé, Wolfmother, My Chemical Romance, Type O’ Negative, The Who, Velvet Revolver, Arctic Monkeys e o Festival Alive 07 que conta com nomes como Pearl Jam, Linkin Park, Smashing Pumpkins, The White Stripes e Beastie Boys.

A Música no Coração já respondeu. Respondeu com um cartaz fantástico para o 13º Super Bock Super Rock (que descortinamos mais adiante) e um conjunto de preços bem mais convidativo que os da promotora de Álvaro Covões. A verdade é que a resposta da Música no Coração parece basear-se apenas e só no patrocínio da Super Bock e claro na TMN mais adiante com vista ao 11º Festival Sudoeste.

Para já resta-nos dar os parabéns à Everything Is New e encher as salas de espectáculos de acordo, é claro, com os nossos respectivos gostos pessoais.

Friday, April 20, 2007

Machine Head - The Blackening / Chimaira - Resurrection

2007 já tem algo para ser recordado no que diz respeito às sonoridades mais extremas. Chimaira e Machine Head editam os seus novos trabalhos, sendo que os segundos descolam com alguma vantagem em relação aos primeiros.

O sétimo álbum de estúdio dos Machine Head é, primeiro que tudo, um regresso ás origens mais trash da banda. Saltam desde logo à vista riff's geniais, solos espantosos, e uma fantástica secção rítmica. Notoriamente feito a pensar nas actuações da banda ao vivo "The Blackening" goza de uma complexidade íncrivel. Desafiante (oiça-se o solo de "Halo"), épico ( "Clenching the fists of Dissent") e nostálgico, com canções de 9 e 10 minutos. "The Blackening" constará certamente na lista de melhores disco do ano.

Por outro lado, o quarto álbum dos Chimaira está longe de ser um marco. Na verdade os Chimaira, depois de vários problemas internos, a nível de editorial, parecem contentar-se em apenas cumprir os serviços mínimos. Ainda que exigindo uma (várias) audição atenta, não possui nem de perto a genialidade de "The Blackening" dos Machine Head.


Machine Head - The Blackening - 9/10
Chimaira - Resurrection - 7/10

Friday, April 13, 2007

Incubus + More Than A Thousand - 5 de Março - Pavilhão Atlântico

A sexta passagem dos Incubus por Portugal não foi mais que morna. Ainda assim, superior às duas últimas prestações da banda, tanto no Rock In Rio 2004, como no 11º Super Bock Super Rock. Está ainda para vir (ou não) uma prestação como a memorável de Paredes de Coura há 5 anos.
A banda entrou em palco numa toada pesada disparando uma sequência de quatro canções, muito bem recebidas pelo público. Começou com "A Kiss To Set This Off", "Wish You Were Here", o velhinho clássico "Have You Ever", terminando no primeiro single de Light Granades, "Anna Molly".

Vem a acalmia. Veio em regime acústico. Vieram o momento das fãs mais novas. "Drive" e "Dig" fizeram-lhes valer os 30€ do bilhete. Boyd canta "Earth To Bella" e recua-se mais uma vez no tempo com o fantástico "My Umbrella". Segue-se-se a apoteose de "Light Granades", alguns bons momentos de improvisação de todos os elementos da banda e anuncia-se o falso final com o momento mais dispensável do concerto (e de "Light Granades"), "Love Hurts", que possui uma letra que a dinastia Carreira não desdenharia.

Confirmou-se o encore que teve como epicentro o quinto registo, "A Crow Left Of The Murder". Primeiro com "Pistole" e para acabar "Megalomaniac", o momento mais caótico da noite.
Toda a actuação dos Incubus voltou a denunciar a eficácia que uma banda que está junta há mais de 10 anos costuma demonstrar. Longe de surpreendente. Nada deprimente.

Os More Than A Thousand abriram o espetáculo. A banda de Setúbal portou-se à altura da situação. Pouca era a audiência que lá estava para os ver. Ainda assim, conseguiram arrancar algumas reacções do público. Mal sabiam as fãs de Incubus que estavam a ter a opurtunidade de ver ao vivo, talvez únicamente naquele espetáculo, um dos melhores acontecimentos do Rock pesado a nível nacional.

6/10

Korn - Umplugged

A dúvida e cepticismo era grande à partida para a audição de uma banda com um som tipicamente metaleiro, agora em registo acústico.

Já era esperado. Os Korn espalham-se ao cumprido. Já é sabido que as vozes do mundo do metal não são necessariamente as melhores e, Jonathan Davis não é conhecido por possuir uma voz fantástica. Quando muito carismática. Os próprios arranjos das guitarras (acústicas é claro), bateria e teclados não estão a um nível aceitável. Será mesmo o piores Umplugged's de sempre, apesar das surpresas que possam ainda causar a [boa] cover de "Creep" dos Radiohead e a participação de Robert Smith dos Cure no tema "Make Me Bad/In Between Days".

O tom de voz ternuroso de Jonathan Davis quando comunica com o público é terrível.

Erro de Casting!

3/10

Arcade Fire - Neon Bible

Ilustres confessos admiradores dos Arcade Fire: Bono, Björk e David Bowie. Não ilustres confessos admiradores dos Arcade Fire: Pelo menos 1 milhão! A razão? Funeral. O primeiro álbum dos Arcade Fire lançado em 2004 gerou burburinho. Uma obra prima. Uma lufada de ar fresco do Rock em geral.

Expectativas em alta para o sucessor de um genial debutante álbum como manda a tradição. O que fazer? "Neon Bible" é uma óbvia resposta.

Primeiro que tudo abstraimo-nos de "Funeral". É inevitável comparar "Neon Bible" ao seu prodecessor, mas a abstracção deixa de fazer qualquer sentido quando notamos que o segundo álbum dos Canadianos em muito pouco ficará a perder em relação ao primeiro.

"Black Mirror", "No Cars Go", "Black Wave, Bad Vibrations" e "Intervention" são fantásticas, citando apenas as que alcançam elevado estatuto de imediato.

"Neon Bible" depreende-se desde logo a partir do título que é um álbum com muita religião como temática. Numa das mais geniais liricas do álbum confidencia-se "Working for the Church / And My family dies". Tocante!

De resto, "Neon Bible" tem várias canções gravadas dentro de uma igreja com direito a coro militar e uma orquestra húngara. O som é mais grandiozo que o de "Funeral". Destaque neste aspecto para os magistral orgão.

Dois álbuns absolutamente geniais. Estatuto de estrelas mundiais. Hoje cabeças de cartaz de um qualquer festival Português. Amanhã a maior banda do mundo!

9/10