Friday, December 28, 2007

Álbuns do Ano: 19º - Interpol - Our Love To Admire

Ao terceiro álbum os Interpol alcançam o grande público. Desde sempre associados aos Joy Division, não foi com Our Love To Admire que os Interpol mudaram a atitude. Os Interpol vão ser sempre associados aos Joy Division, porque são os Interpol. É assim que os conhecemos, assim que os compreendemos e assim que lhes queremos. Queremos, também, canções como "Pioneer To The Falls" - uma das canções do ano -, "All Fired Up" ou "Rest My Chemistry". Este é o melhor de três álbuns da banda Norte-Americana.

O que o NevermindedMusica dizia:

«Our Love To Admire não afasta os Interpol dos Joy Division, nem do pós-punk que desde o início foram inseridos, mas resulta numa aventura bem mais bem concebida que o antecessor. Há por aqui ambições de tornar a banda mais épica e grandiosa. Há aqui mão de Rich Costey - produtor de Blackholes And Revelations dos Muse. Há ainda algo, que nos leva a caracterizar Our Love To Admire de um álbum atmosférico. Há mesmo o pormenor da voz de Paul Banks estar bem mais forte, tornando as letras mais fáceis de assimilar (...) quando se abre um álbum com uma faixa como "Pioneer To The Falls" - a melhor canção alguma vez escrita pelos Interpol e um épico de 6 fantásticos minutos - corre-se um grande risco! Eleva-se a fasquia e torna-se o primeiro tema insuperável. Seria muito dificil encontrar melhor que a faixa de abertura no resto do registo. De facto, nenhuma das restantes 10 faixas supera a primeira. Ainda assim, há boas razões para descobrir o novo amor dos Interpol. Our Love To Admire e um belo balanço da carreira do quarteto de Nova Iorque, local onde o disco foi (pela primeira vez) gravado.»

Tuesday, December 25, 2007

The Raveonettes - Lust Lust Lust

Depois de mais de 2 anos de hiato, os Raveonettes regressam com o ano no fim. Lust Lust Lust explica a demora.

O duo dinamarquês – composto pelo vocalista/guitarrista Sune Rose Wagner e a baixista/vocalista Sharin Foo – surpreendeu a comunidade indie com um muito bem recebido The Chain Gang Of Love, em 2003 e, dois anos depois, com Pretty Black. Antes já havia passado ao lado de muito boa gente a estreia Whip It On, em 2002.

Em Lust Lust Lust continuamos a vislumbrar não só os Jesus & Mary Chain – a influência maior –, mas também Velvet Underground e até mesmo o experimentalismo dos Sonic Youth. Produzido pelo próprio duo, Lust Lust Lust consegue ser hipnótico – em grande parte devido às partes vocais de Sharin Foo –, experimental e melodioso – poderiam ser canções de embalar não estivessem lá as guitarras altamente destorcidas.

Crescendo a cada audição, no terceiro de originais da dupla dinamarquesa há canções a explodir no seu desfecho ("Aly, Walk With Me" e "Hallucinations"), momentos de excepcional beleza tais como "Lust", "Dead Sound", "You Want The Candy" ou momentos de mais-que-excopcional-beleza ("Blush").

Não conhecemos muitos projectos vindos da Dinamarca. Mas é certo que se todos tivessem a qualidade dos Raveonettes, já haveria sido imposto um incentivo à sua exportação.

8/10

Friday, December 21, 2007

Álbuns do Ano: 20º - The National - Boxer

Após o sucesso de Aligattor, muitos terão sido os que ficaram cépticos em relação ao seu sucessor. Boxer é uma lição de como fabricar o sucessor de uma obra-prima. Intimista, nauseabundo, melancólico ou simples. uma coisa é certa: de agora em diante há que esperar sempre o melhor destes senhores.

O que NeverdmindedMusica dizia:

Boxer é (...) Mais calmo e menos explosivo que o anterior, é um disco de canções intimistas que centra as atenções na singular voz de Matt Berninger. A voz do vocalista dos National causa náuseas, colocando o estômago a girar como um relógio em pausa para almoço, sem que isso seja algo prejurativo. A melhor forma de a caracterizar é situá-la entre Stuart Staples dos Tinderstiks e Ian Curtis dos extintos Joy Division. A produção ficou a cargo de Peter Katis (Interpol e Spoon), sendo que Boxer conta ainda com as luxuosas participações de Regina Spektor, Sufjan Stevens e Ryan Adams. (...) O culto está cada vez mais forte. Os National são uma das grandes bandas da década.

Youtube: White Stripes - Conquest



Terceiro single retirado de Icky Thump, "Conquest" tem vídeo a condizer. Praça de touros, touro e toureiro, num vídeo que segue criteriosamente a letra. Jack White é o protagonista. Uma história que acaba de forma bizarra.

Thursday, December 20, 2007

Led Zeppelin - Mothership

40 anos passados sobre a sua formação da banda, é editada a segunda grande compilação dos Led Zeppelin - que passa pelos 12 anos mais quentes e os 8 álbuns editados pela banda. Esta surge um ano depois da reedição de The Song Remains The Same, originalmente lançado em 1976.

Os Zeppelin (é sabido) foram desmantelados logo após a morte do baterista John Bronham. Há quem diga que foi o timming perfeito, há quem diga que foram inteligentes o suficiente para parar, ao invés de continuar com um substituto, que poderia ter sido a ruína de Page, Plant e Jones. Ficou o legado de uma das maiores bandas de sempre. Na verdade, os Led Zeppelin estão para a década de 70 como os Beatles para a de 60. Venderam 200 milhões de álbuns por todo o mundo.

Mothership é especial, também, pela forma directa como a banda colaborou na sua concepção, ao seleccionar as faixas. Foi misturado por Kevin Shirley e produzido pelo próprio Jimmy Page.

Não é fácil destacar marcos na carreira da banda. Destaque-se a fantástica "Babe I'm Gonna Leave You", a inevitável " Whole Lotta Love", o solo, sem parte rítmica e, posteriormente, com parte rítmica, de "Heartbreaker" ou mesmo o clássico que já nem vale a pena enaltecer, devido à sua dimensão transcendente, "Stairway To Heaven". Em "Dazed And Confused" verifica-se que os Wolfmother estiveram particularmente atentos a esta.

O concerto no O2 Arena, a possível digressão, a participação dos elementos dos Led Zeppelin na própria construção da compilação, ou mesmo a onda de revivalismo que se vive agora – dos Australianos Wolfmother aos Norte-Americanos Rose Hill Drive – podem soar a estratégia de marketing descarada. Não. Mothership é essencial para quem dá os primeiros passos na discografia de uma das mais importantes bandas de todos os tempos. Para os fãs será, apenas, um instrumento para abrilhantar a colecção.

8/10

Arctic Monkeys - Teddy Picker (Single)

"Teddy Picker" é o terceiro single de Favourite Worst Nightmare e, sendo a melhor canção do álbum, mais não seria de esperar senão a sua edição, enquanto single.

Há toda uma problemática à volta da elevada qualidade dos singles dos Arctic Monkeys, que os fãs tendem a aprovar, por vezes, até mais que as canções do álbum. O single de "Teddy Picker" pode muito bem ser mais um desses exemplos.

Está lá "Teddy Picker", exactamente como no álbum, juntamente com outras 3 canções. "Bad Woman" é uma canção mórbida com pouco mais de 2 minutos, "The Death Ramps" é um instrumental algo progressivo e "Nettles", não desdenharia estar em Whatever People Say That I Am, That's What I'm Not, o debutante trabalho da banda britânica.

7/10

Tuesday, December 18, 2007

http://bdfm.phpnet.us – Novo site, cuja temáticas serão, única e exclusivamente, cinema e música.

Nasce um novo projecto na área da crítica de música e cinema: o http://bdfm.phpnet.us vai publicar críticas aos lançamentos mais importantes de cada semana, focando-se ainda numa componente noticiosa - actualizada diariamente -, com as noticias que realmente interessam. Haverá ainda uma secção de concertos, com as devias antecipações e reportagens, dependendo, ou não, da presença da administração do site nos mesmos.

No que à 7ª arte diz respeito, a parte crítica não existirá – pelo menos por agora. Esta secção será mais uma completa base de dados dos lançamentos e estreias de cada semana, mas, acima de tudo, um local onde poderá haver um cruzar de opiniões acerca dos mesmos.

Em cada uma das secções será dado enfoque a 1 álbum/filme por semana.

Qualquer um poderá participar, com o envio de uma crítica a um álbum/filme, ou enviando noticias, que a administração do site não tenha publicado – em ambos os casos serão publicadas em nome da pessoa que as enviou -, ou mesmo através de um simples comentário, no fundo uma opinião sobre o álbum/filme/noticia em questão.

The Field - From Here We Go To Sublime

Já havíamos ouvido falar dele, The Field, aka Alex Willner, lançou, em 2005, um single de relativo sucesso de título "Things Keep Fallin' Down", uma forma de aquecimento para o agora álbum de estreia.

Comparado, em termos de inovação, a nomes como Ricardo Villalobos ou Matthew Dear, The Field faz, em From Here We Go To Sublime, uma espécie de resumo da história da música electrónica com uma personalidade que o distingue dos restantes. From Here We We Go To Sublime é tanto techno, como house - não é descabido pensar que isto poderia passar numa qualquer pista de dança - ou trance. É esta inovação que distingue Field. Uma miscelânea de estilos que se mistura num registo atmosférico, minimal, ambiental, ambicioso e cheio de melodias.

As canções, essas, começam e acabam da mesma forma, procedendo-se à repetição do mesmo som durante 6/10 minutos que, ainda assim, contém umas poucas variações ao longo das mesmas.

Com a chancela da Kompakt, o produtor Alex Willner pretende, com o seu alter-ego, The Field, revolucionar, de certa forma, o techno minimal. Mesmo que se lhe possa ser dado o devido crédito, o hype não é mais que exagerado.

6/10

Saturday, December 15, 2007

Maximo Park - Our Earthly Pleasures

A Certain Trigger, de 2005, foi um dos mais aclamados álbuns do ano, pela imprensa escrita especializada, vendendo 1 milhão de unidades – nada que coqueluches britânicas como os Arctic Monkeys, Bloc Party, Kaiser Chiefs ou Franz Ferdinand não tenham conseguido.

Ao segundo álbum, a banda Sheffield propõe um álbum entusiasmante e enérgico – principalmente devido à prestação do vocalista Paul Smith – com guitarras pós-punk e canções quase pop, canções quase punk e produção de Gil Norton, conhecido pelo seu trabalho com os Pixies.

Com a maior parte das canções que o compõe a seguir um travo uptempo, Our Earthly Pleasures começa de modo acelerado com "Girls Who Play Guitars" - grande canção - e "Our Velocity", para, em "Books From Boxes", dar uso ao travão de mão. Em"Russian Literature" começa com aspecto de balada, para logo explodir em mais uma canção em ritmo acelerado. O resto resulta em canções simpáticas a piscar o olho aos Futureheads e Franz Ferdinand.

Os Maximo Park são das bandas que menos burburinho gera, nas publicações musicais por terras de sua majestade, mas é, também, das raras que, ao fim de dois álbuns de estúdio, se podem orgulhar de não ter atirado ao lado.

7/10

Youtube: Alter Bridge - Rise Today



Blackbird possui grandes momentos, mas os Alter Bridge voltam a falhar na escolha do 1º single. "Rise Today" talvez seja mesmo a menos brilhante das canções.

Ike Turner - 1931-2007

Considerado um dos pais do Rock, Ike Turner foi mais conhecido pela sua relação com Tina Turner.

Ike Turner nasceu no Mississippi, a 5 de Novembro de 1931, e aí, começou a tocar piano. O seu nome ficou inscrito no Rock N' Roll Hall Of Fame, em 1991, cerimónia na qual acabou por não marcar presença. Já este ano viria a conquistar um Grammy na categoria de Melhor Álbum Blues. Faleceu no dia 12 de Dezembro, do corrente ano, em sua casa, na Califórnia, com 76 anos.

A relação com Tina Turner:

A relação com Tina Turner começou na década de 60, acabando nos 70's, culminando com o divórcio em 1978. Foi com o seu grupo de adolescência, os Kings Of Rhyth, que Ike Turner descobriu Tina – na altura Anna Mae Bullock. Devido às excelentes reacções à participação de Tina Turner, na liderança do grupo de coristas, na interpretação de A Fool In Love, a banda passa a chamar-se The Ike And Tina Turner Revue - ainda que não fossem, nessa altura, casados. A contracção de matrimónio vem em 62. A cerimónia realiza-se no México. E assim construíram numa prolífera relação, tanto pessoal, como profissional, até meados da década de 70. Tina Turner já havia comunicado, recentemente, que já não mantinha contacto com Ike à cerca de 30 anos.

Reacções:

"O que podemos referir, a não ser lamentar a perda de um companheiro?" – Chuck Berry (Músico) – BBC

"O Ike Turners foi importantíssimo como compositor e, com Tina Turner, uma inspiração para gerações de músicas dos blues ao Rock" – Paulo Furtado (Músico) – Público

“Nenhum comentário será feito. A Tina não mantinha contacto com o Ike à mais de 30 anos. Sobre um eventual comentário de Tina Turner - Access Hollyood

Thursday, December 13, 2007

M.I.A. - Kala

Arular, editado em 2005, foi uma das mais inovadoras propostas do ano em questão. O primeiro álbum de M.I.A, não conseguiu reunir um verdadeiro consenso entre a crítica, ainda que as críticas fossem, na sua maioria, positivas. Com Kala, M.I.A. volta a fabricar uma das mais fascinantes salgalhadas de estilos do ano.

Em Kala, Maya Arulpragasam, ou, simplesmente, M.I.A., volta a espalhar em 12 faixas numa mistela de estilos, que vai do hip hop ao baile funk, passando pelas variações electro-pop / electro-hip hop. A nativa do Sri Lanka propõe um disco complexo, alegre e desafiante. Um objecto de difícil alcance, que está longe de ser para o consumidor comum.

Kala é suficientemente bizarro para conter em "Bamboo Banga" samples de Fqualquercoisa - sim, uma qualquer variação de carros de corrida - a alta velocidade ou em "Boyz", canção que, quando não é comandada por "na na na na's", possui uma confiante pronuncia brasileira num simples "pois é!. "Birdflu" e "World Town" é o mais próximo de Arular que encontramos em Kala. "Jimmy" - o melhor momento - tem aspirações a clássico e, em"Come Around", chama o suspeito do costume, Timbaland. Por fim, "XR2", com Diplo, é uma canção com nome de jogo de computador, que se explica numa equação do tipo tétris mais flippers mais M.I.A. – em formato (ainda mais) sensual – é igual a OSNI (objecto sonoro não identificável).

Amada ou odiada, M.I.A. faz parte daquele rol de artistas – com Kanye West à cabeça - que, de álbum para álbum, tentam inovar o meio musical em que se inserem.

8/10

TOP Concertos 2007 - Lista


  • 1º White Stripes (Na foto) - Oeiras Alive 07!
  • 2º Wolfmother - Paradise Garage
  • 3º Metallica - Super Bock Super Rock
  • 4º Arctic Monkeys - Coliseu de Lisboa
  • 5º Mastodon - Super Bock Super Rock

Wednesday, December 12, 2007

Rose Hill Drive - Santiago Alquimista - 11 de Dezembro

Foi com um Santiago Alquimista a meio gás, que os Rose Hill Drive se estrearam num (grande) concerto em nome próprio em Portugal, depois da abertura para os The Who no Pavilhão Atlântico – na qual já haviam deixado grande indicações.

Pouco se conhece, para estes lados, deste explosivo trio Norte-Americano, que espalha influências de Led Zepplin a cada riff, a cada solo, a cada canção, canções essas, que ganham (ainda mais) vida tocadas ao vivo. Os Rose Hill Drive são a típica banda de palco. Fazem barulho, muito barulho, sendo tecnicamente quase irrepreensíveis - destaque para Daniel Sproul, o desvairado e virtuoso guitarrista da banda.

A parte acústica do homónimo álbum de estreia ficou, como já seria de esperar, de lado. Queria-se um verdadeiro concerto de Rock, a comprovar o que de bom se tem dito sobre a banda lá fora. Foi o que aconteceu. Ficou provado que canções como "Showdown", "Cool Cody", "Cross the Line", ou o épico "Reptilian Blues" ganham novo fôlego ao vivo. Um concerto electrizante, sem pausas, sem falhas técnicas, quase perfeito. Faltou, escandalosamente,"Cold Enough", uma das melhores canções do ano.

À imagem do que aconteceu com os Wolfmother, foi dado pouco destaque ao concerto dos Rose Hill Drive. Faltou cobertura a um dos melhores concertos Rock do ano. E ainda dizem que os Wolfmother são grandes ao vivo!

TOP Concertos 2007: 1º - White Stripes - Alive 07!


Foi, sem quaisquer margem para dúvidas, o concerto do ano. Sem o anunciado grande aparato cénico, Jack e Meg White desfilaram em cerca de hora e meia os melhores momentos dos dois álbuns anteriores – Elephant e Get Behind Me Satan - e 2/3 temas de Icky Thump – que nessa altura ainda não estava nas lojas. O apoteótico final, com a inevitável “Seven Nation Army”, foi o culminar de um concerto, em que um só homem se deu ao luxo de encher um enorme palco. Ele era guitarrista, ele era teclista, ele era tudo. Jack White deu um fantástico show de rock. Meg apoiava-o. Os White Stripes são a banda do século XXI. Ainda há dúvidas?

O que o NevermindedMusica dizia:

"Sabia-se de antemão, que os White Stripes pretendiam encher o palco de vermelho e branco à velha moda portuguesa. A nível cénico era de esperar mais. Um simples pano de fundo vermelho com os ecrãs a transmitir imagem apenas a branco, assim como os próprios instrumentos (todos a vermelho). Jack White - todo ele era vermelho - aparece sem o seu característico chapéu retro. Meg tem camisa branca e calças pretas. Ocupam os postos e dá-se azo aos Rock N' Roll dos "manos" White. Meg dá a corda, Jack comanda a acção. (...) O concerto é composto numa primeira parte para fãs (...) e uma segunda parte, que é constituida por um imparável encore com os temas mais emblemáticos da banda, "Blue Orchid", "Doorbell", "I Just Don't Know What To Do With My Self" e o grande tema do novo século, "Seven Nation Army", do qual já era cantada, em coro, a melodia, segundos antes do primeiro riff. Os White Stripes vão, um dia, ser a maior banda Rock do mundo. Uma vénia a Jack White. Memorável."

Sunday, December 9, 2007

TOP Concertos 2007: 2º - Wolfmother - Paradise Garage















Foram uma das revelações de 2006, mas só por cá passaram em 2007. Os Wolfmother encheram o Paradise Garage e deram ao público exactamente o que este lhes pediu: hard-rock, suor e lágrimas, num concerto que fica para a história de 2007, mesmo que a imprensa não lhe tenha atribuído a devida importância. Daqui a uns anos, este dia será apenas o privilégio de alguns.

O que o NevermindedMusica dizia:

"Quanto ao concerto em si os Australianos, com influências dos anos 70, em bandas como Led Zepplin e Black Sabath (...) arrancaram com "Dimension" e "Apple Tree" numa postura claramente Rockeira que se apurou quando Andrew Stockdale (Guitarra/voz) arranha o fantástico riff de "Pyramid". Seguiu-se uma das melhores canções do álbum homónimo, e um dos grandes sucessos da banda, o segundo single "White Unicorn". "Love Train", "Where Eagles Have Been", "Witchcraft" e "Tales " abrandaram um pouco o ritmo que, o primeiro single e grande hit dos Wolfmother, "Woman", veio acelerar. (...) O reconhecimento pelo trabalho dos Wolfmother não deverá tardar muito em Portugal. Até lá a banda Australiana foi apenas o privilégio de uma elite.

Tinariwen - Aman Iman (Water is Life)

É recorrente sermos surpreendidos neste campo. Por vezes, surgem projectos bizarros, surgem novas variâncias, em determinadas sonoridades – a que imprensa se sente, desde logo, responsável pela atribuição do respectivo rótulo – e surge música que nunca pensaríamos surgir de determinada proveniência. É nesta medida, que os Tinariwen marcam o ano de 2007. Blues vindos do deserto numa sonoridade que assenta essencialmente nas influências de nomes como os Jimmy Page e Santana – ambas nas guitarras – misturados com as linhas vocais na língua árabe.

Formados durante a estadia num campo de treino – os Tinariwen chegaram mesmo a combater o governo do Mali –, o que a grupo composto por 7 elementos – Ibrahim ag Alhabib, o frontman da banda à cabeça – tem para oferecer é aquilo que se convencionou chamar blues do deserto que se confunde perfeitamente com a prateleira world music. A trupe desfila influências de monstros como os Led Zepplin, Jimmy Hendrix e, principalmente, Santana – que até os convidou mesmo para tocarem no Jazz Festival, em Montreal, Canada. O próprio Thom Yorke, vocalista dos Radiohead, confessou-se admirador destes senhores.

Produzido por Justin Adams – colaborador de (lá está) Robert Plant – Aman Iman (Water Is Life) é misterioso e simples o suficiente para não possuir bateria – apenas precursão e, por vezes, até palmas ritmadas.

Aman Iman (Water is Life) tem o seu valor, mas este álbum só terá atingido a visibilidade que lhe permite figurar nas listas de melhores do ano, de algumas publicações, devido à sua proveniência.

7/10

Saturday, December 8, 2007

TOP Concertos 2007: 3º - Metallica - Super Bock Super Rock















Não foi o melhor concerto de Metallica em território nacional, mas foi um grande concerto. 3 anos depois da actuação no Rock In Rio, a banda de James Hitzfield desfilou (quase) todos os grandes clássicos daquela que é, talvez, a mais importante banda metal de sempre.

O que o NevermindedMusica dizia:

"A banda do tamanho do mundo não deixou os créditos por mãos alheias e deu o maior espectáculo Rock do ano. Começou com "Creeping Death", continuando com a fase mais trash da banda, onde se incluem os trabalhos "Kill 'm All", "Ride The Lightning" e "Master Of Puppets". Soldaram-se clássicos como "Ride The Lightning", "Fade To Black", "Disposable Heroes", "And Justice For All" e "Master Of Puppets", este último recebido em apoteose! O encore foi preenchido pela colossal "Sad But True", seguida do clássico mais conhecido dos Metallica, "Nothing Else Metters", a muito pirotécnica "One" e por fim "Enter Sandman". No segundo encore espaço ainda para o tema dedicado aos mais acérrimos fãs de Metallica, "Seek And Destroy".

Friday, December 7, 2007

TOP Concertos 2007: 4º - Arctic Monkeys - Coliseu de Lisboa















À segunda passagem, por Lisboa, o culto dos Arctic Monkeys já é significativamente superior. Os Arctic Monkeys encheram um Coliseu num concerto em que os miudos - os do palco e os do público - excederam expectativas. Desfilaram, quase na integra, os dois álbuns de estúdio numa actuação caótica e sem pausas.

O que o NevermindedMusica dizia:

Ás 22:15, a banda entra em palco e instala-se o caos no recinto. Irrespirável nas primeiras 6/7 filas da frente - chegou-se a pensar que o Coliseu estava sobrelotado. Caótico e incontrolável com os habituais mosh's e Crowdsurfing's ainda que, os mesmos fossem proibidos à entrada. (...) O concerto terminaria com "A certain Romance", sem encore, como manda a ética dos Arctic Monkeys. A noite terminava de forma perfeita para os muitos jovens presentes que arrancaram de Alex Turner frases como "You're a Great Crowd".

Outros álbuns:


As I Lay Dying - An Ocean Between Us - 9/10 (Imagem)
Blind Zero - Time Machine (Memories Undone) - 7/10
Chevelle - Vena Sera - 7/10
The Doors - The Very Best of the Doors - 7/10
U2 - The Joshua Tree - (Deluxe edition) - 8/10

TOP Concertos 2007: 5º - Mastodon - Super Bock Super Rock















Depois da hunanimidade à volta de Blood Montain, os Mastodon marcavam a sua segunda presença no Festival Super Bock Super Rock num concerto que se pode descrever numa só palavra: caos. Concerto apenas superado, nessa noite, pelo dos monstros Metallica.

O que o NevermindedMusica dizia:

"[A banda] Apresentou-se com um "How Are You Motherfuckers?", a que o público respondeu, mais uma vez, de forma positiva e, desde logo, começou a desfilar os grandes temas dos seus três álbuns de originais a um velocidade impiedosa, sem dar descanso ao extasiado público que assistia à 3ª visita dos Mastodon a Portugal."

Youtube: Queens Of The Stone Age - 3's & 7's / Make It With Chu















"3's & 7's" e "Make It With Chu" são, respectivamente, os segundo e terceiro singles extraidos de Era Vulgaris. O vídeo de "3's & 7's" é uma autêntica paródia, numa espécie de Oeste Americano, onde as mulheres dominam. Em relação a "Make It With Chu", uma coisa é certa, este é o vídeo mais, surpreendentemente, romântico alguma vez realizado pelos Queens Of The Stone Age.

Vídeo de "Make With Chu" -> http://youtube.com/watch?v=TaTI19wq_Z0

Wednesday, December 5, 2007

Feist - The Reminder

Conhecida pelo seu trabalho com Peaches – filha de Bob Geldof – e nos indies Broken Social Scene, Feist lança o terceiro capítulo de uma carreira a solo já com 8 anos. The Reminder sucede a Monarch (Lay Down Your Jeweled Head), de 1999, e a Let It Die, disco este, que lhe deu notoriedade e cerca de 400.000 unidades vendidas. The Reminder é então Feist centenas de milhar discos vendidos depois.

Gravado em menos de 2 semanas, em Paris, The Reminder revela-nos, mais uma vez, uma Leslie Feist muito próxima de artistas como Norah Jones, Corinne Bailey Rae ou até mesmo Cat Power. A Canadiana oferece-nos, uma vez mais, um belo conjunto de canções acústicas num álbum folk baseado em 3 instrumentos essenciais: guitarra acústica, piano e bateria - estes dois últimos ao cuidado de Jason Charles Beck, produtor mais conhecido por Gonzales, que volta a contribuir para um álbum de Feist, depois de Let It Die.

The Reminder começa com "So Sorry" muito ao estilo de Norah Jones, prossegue com a distante "Park", embala em "1,2,3,4" e torna-se em "The Sea Lion" num dos poucos momentos mais electrizantes.

O terceiro álbum a solo de Feist é, essencialmente, o cimentar do trabalho e sucesso realizado num antecessor de peso.

7/10

Balanço 2007: Concertos

A partir de amanhã e nos 5 dias subsequentes, ou seja, até dia 11 de Dezembro, será apresentado o TOP 5 de concertos, para O NevermindedMusica, de 2007. Os concertos assistidos e reportados no blog, em 2007, foram:
  • Nine Inch Nails
  • Incubus
  • Wolfmother
  • Triangulo Amor Bizarro
  • The White Stripes
  • Smashing Pumpkins
  • Mastodon
  • Stone Sour
  • Joe Satriani
  • Metallica
  • Arctic Monkeys
  • The Who
  • My Chemical Romance
  • George Michael

Tuesday, December 4, 2007

Youtube: Mundo Cão - O caixão da razão














Em tempo de balanços anuais, os Mundo Cão não deverão ser ignorados nas listas da especialidade. "Caixão da Razão" é o maior sucesso comercial de um grande álbum.

Sunday, December 2, 2007

Kanye West - Graduation / 50 Cent - Curtis

Cerca de 2 meses antes da edição de Curtis, 50 Cent lançou um muito pouco razoável desafio a Kanye West: caso 50 Cent viesse a vender menos que West, o protegido de Eminem deixaria a indústria musical. Curtis Jackson perdeu e, felizmente, fez-se justiça – Graduation é incomparavelmente superior a Curtis. Graduation não é, como os anteriores o eram, candidato a melhores do ano mas, não borra o legado de Kanye. Mais ambicioso, mais desafiante, mais complexo que 50 Cent, mas...

Kanye West - Graduation:

Após dois álbuns absolutamente fantásticos – The College Dropout's de 2004 e Late Registration de 2005 – as expectativas não poderiam ser mais elevadas para o terceiro álbum de uma carreira, que promete ser enorme.

Kanye volta a chamar os cabeça de cartaz do panorama musical actual. Senão vejamos, temos em “Stronger” o mais famoso duo Francês, que controla cenário da música de dança actual, os Daft Punk, há em “Hommecoming” o vocalista da banda que promete suceder aos U2 daqui a uns bons tempos, Chris Martin (Coldplay) e ainda um dueto com um dos históricos do hip hop Mos Def. Menos intenso e desafiante que os antecessores, é nas colaborações que Graduation encontra um óptimo escape para disfarçar uma obra menor.

Após a habitual intro de Kanye, segue-se "Champion" que logo aqui possui o melhor sample de Graduation. Ouvimos os primeiros segundos de "Stronger" – primeiro single e improvável colaboração com os franceses Daft Punk – e notamos, desde logo, que esta há-de ser uma das mais festejadas canções do que resta de 2007. Seguem-se-lhe a agressiva "Cant't Tell me Nothing", a jocosa "Drunk And Hot Girls", com Mos Def, a afronta de "Everything I Am" ou a surpreendente participação de Chris Martin em "Homecoming" - começa a ser cada vez mais normal juntar artistas rock a hip hop. Onde Graduation perde força é em temas como "Wonder", "Good Life" com T-Pain, ou o rockeiro "Big Brother".

A crítica ao trabalho de Kanye West exige um certo afastamento, em relação ao seu enorme ego e aos seus muitos problemas sobre o racismo – para Kanye nem George Bush, nem a MTV gostam de negros. Se esquecermos estas duas ideias temos, em 2007, West, como o nome maior da cultura hip-hop actual.

7/10


50 Cent - Curtis

A história de Curtis Jackson, ou apenas Curtis, já foi por demais debatida. Só pode ter vendido a alma ao diabo, quando sobreviveu às nove balas que lhe perfuraram o corpo. Foi recrutado pela bem sucedida editora de Dr Dre. e Eminem vendendo, depois, cerca de 20 milhões de discos. O efeito já não será o mesmo e, através da rivalidade Kanye Vs 50, verifica-se que há mais anti-50 que pró-50.

A intro, aliada à própria capa do álbum, transmite a ideia de que 50 Cent poderá ter semi-transfigurado o seu estilo, ao qual vem sendo tão fiel desde Get Rich Or Die Tyin'. Fogo de vista. Curtis é mais do mesmo. Quem gosta continuará a gostar. Quem odeia continuará a odiar. Mulheres, álcool e drogas são assuntos centrais num álbum sem a mesma apetência para o single que os anteriores.

No que a participações diz respeito, 50 Cent joga pelo seguro e chama os suspeitos do costume, Eminem em "Peep Show" e Dr. Dre em "Fire". Recruta 2 clichés chamados Timbaland e Justin Timberlake para o single "Ayo Technology" propõe Akon para uma menor "I'll Still Kill" e conta com a diva Mary J. Blige em "All Of Me" e a única Pussycat Doll que se esforça por cantar, Nicole Scherzinger. No balanço final verificamos que ainda que "Movin On Up", a surpreendente "Amusement Park" e All of Me" são bons momentos, mas não chegam para salvar Curtis da mediocridade geral. E, afinal de contas, quem rima "Beyoncé" com "Jay" em "Follow My Lead" só pode contar com uma crónica falta de criatividade.

Verifique-se no final, com uma certa ironia, que a última faixa de Curtis é nomeada de "Touch The Sky", talvez o single de maior sucesso de Kanye West.

4/10