Thursday, July 31, 2008

Death Cab For Cutie - Narrow Stairs

Não deixa de ser curioso que na precisa altura em que deixam de ser apenas meninos bonitos de uma facção indie que sempre os colocou num pedestal,, os Death Cab For Cutie se dediquem a um novo registo tão despreocupado com o maisntream.

O anterior registo de estúdio, Plans, foi um tremendo sucesso de vendas – a máquina promocional por detrás do disco talvez tenha algumas culpas (o disco foi editado por uma major) – com mais de 1 milhão de cópias vendidas. Em Narrow Stairs, a banda de Bem Gibbard – que esteve envolvido na banda-sonora de About a Son, o filme-documentário dedicado precisamente à estrela maior da cidade de que os Death Cab For Cutie provêm (Seattle) – parece impor um afastamento da fórmula que os tornou conhecidos. O facto da escolha para primeiro single ter recaído nos 8 minutos de “I Will Possess Your Heart” é sintomático.

Narrow Stairs começa épico e progressivo “(Bixby Canyon Bridge" e "I Will Possess Your Heart"), cai em esparrelas fáceis (“No Sunlight"), conta com letras tão negras quanto sempre, e apodera-se da distorção. Tudo isto num álbum em que é dada primazia às guitarras.

No balanço final nenhuma das 11 canções que compões o 6º registo de originais do quarteto fica na memória e a ideia de razoabilidade parece ser mesmo a conclusão a retirar deste disco. De resto – e ainda que a imprensa estrangeira pareça insistir nesta ideia –, qualquer comparação com os Wilco ou Radiohead é completamente descabida.

Nas mãos de novos aventureiros indie-rock poderia ser um grande álbum, vindo de quem vem é apenas um razoável documento musical.

5/10

Tuesday, July 29, 2008

Mesa - Para Todo o Mal

Para todo o mal, terceiro álbum dos Mesa, surge numa altura em que o sucesso de “Luz Vaga”, tema que, com participação especial de Rui Reininho, fez disparar a popularidade da banda Portuense, já não se faz sentir. Depois do reconhecimento crítico de Mesa – que continha uma participação especialíssima de Scott Walker numa das edições do álbum – e aclamação pública com Vitamina, os Mesa voltam a provar que estão mesmo no caminho certo.

Que fique desde já esclarecido: não, não existe por aqui nada que se assemelhe a “Luz Vaga”. É verdade que o projecto continua a passear-se por trilhos já antes explorados, ou seja, a electro-pop (“Tribunal da Relação” e “Munição”), mas há ambições de ir mais longe. Senão, repare-se na aura 60’s tão presente em “Estrela Carente” – os próprios Rolling Stones encontrariam familiaridades – ou o classicismo da introdução ao álbum “Porta de Entrada” – os créditos devidos à Orquestra Nacional do Porto.

A nível nacional, as comparações com os Clã são inevitáveis, seja pela voz de Mónica Ferraz (“Quando as palavras”, “Fiordes” e “Para todo o mal”), seja pela pop muito dançável presente em grande parte do disco. De resto, para além de João Pedro Coimbra (bateria, percussão e teclados), Mónica Ferraz (voz), Jorge Coelho (guitarra) e Miguel Ramos, Para todo o mal conta ainda com participações do saxofonista José Pedro Coelho, o percussionista Jean François Léze.

Nunca os Mesa foram tão ambiciosos e maduros.

7/10

Sunday, July 27, 2008

Festival Best Rock - Da Weasel - 26 de Julho - Loures


Há 15 anos atrás os Da Weasel não poderiam alimentar o tipo de luxo que foi ontem vislumbrado no concerto inserido no cartaz do Festival Best Rock, em Loures: enormes projectores a promover participações especiais virtuais - Atiba e Manuel Cruz - e todo o restante aparato cénico revelador de maiores ambições.

É verdade que a banda de "Tás na Boa" não terá dado um concerto tão especial quanto o que prometeu dar no Festival Marés Vivas - não estivemos presentes - há uma semana atrás, mas a "Doninha" é uma máquina muito bem oleada no que a espectáculos ao vivo diz respeito, em que mesmo aqueles que são à borla estão incluídos. Arrisque-se a dizer: nos dias que correm é impossível a banda de Pacman e Virgul promover um mau concerto.

Claramente dividido em duas metades. A primeira - substancialmente maior que a segunda - foi constituída maioritariamente por temas divididos entre reggae e hip hop, ou seja, os ritmos mais negros, com excepções para "Essência" - com recepção surpreendente fria - e "Outro Nível" - esta sim, recebida com a euforia do costume.

DJ Glue revelou-se certeiro nos já conhecidos interlúdios promovidos pelo próprio. Assim, desfilaram êxitos de Pharrel Williams - os N.E.R.D. estão na ordem do dia com o novo álbum nas lojas -, Queen com "We Will Rock You" - que já anunciaram que vão editar um álbum com Paul Rogers - e Rage Against The Machine, com "Bulls on Parade" - não é necessário qualquer tipo de parênteses.

Para o final ficou guardado um surpreendente encore em formato claramente rock. E aqui todo o aparato cénico passou a fazer sentido, centrando-se em Jay, no baixo: a pose é a de sempre, tímido, concentrado, de olhos no instrumento, o som torna-se agressivo, é hora de "partir a loiça toda" como diz a letra de "Tás na Boa". A sequência é infernal, começa com "Adivinha quem Voltou", continua com "Niggaz" e, para terminar, sem ferir susceptibilidades, a muito aguardada pelo círculo do "pseudo-mosh pit", "Tás na Boa". Antes já haviam desfilado "Re-Tratamento", "Todagente", "Carrocel", "GTA", "Dialetos de Ternuar", "Toque-Toque", "Mundos Mudos", "Força" e a certeza de que estamos perante uma das maiores máquinas de espectáculos ao vivo nacional - como dizem em "Essência": "O melhor dos melhores ao vivo em Portugal". Não é pura presunção.

8/10

Thursday, July 24, 2008

Slipknot - Psychosocial



O novo álbum dos Slipknot só chega lá mais para o final do ano. Entretanto, a banda já tem single de apresentação e consequente vídeo promocional. Com nova imagem e novas máscaras incluidas, nunca a banda de Corey Tailor soou tão ambiciosa.

Wednesday, July 23, 2008

The Long Blondes - Couples

É impressionante a aptidão da imprensa especializada de hoje em dia em colar o punk a quase tudo o que tenha, em disco, uma atitude mais irreverente. Impressionante é também a aptidão para colar ao termo "punk" novos rótulos. Ele é Punk-isto, ele é punk-aquilo. O punk, meus amigos, não precisa vir agarrado a nada. É punk simplesmente, pois foi nessa simplicidade que se ergueu.

Tuda esta conversa de primeiro parágrafo para referir que muita da imprensa estrangeira, seja por uma razão ou por outra, cola rótulos punk aos Long Blondes. No máximo: pós-punk.

Ao segundo álbum, este quinteto de Sheffield lança-se num registo bem menos enérgico e dançável que a entusiasmante estreia, Someone To Drive You Home. Entre uma indie-pop/rock e uma electro-pop não muito evidente, que trás à mente em doses iguais os Blondie e os Pulp, Couples segue em todo o resto a linha do seu antecessor, mas com um som mais expansivo. A produção ficou a cargo de Erol Alkan – relembre-se que o anterior registo contou com a produção de Steve Mackey, curiosamente membro dos extintos Pulp –, sendo o responsável pela composição Dorian Cox, o guitarrista da banda.

O início é bastante prometedor: "Century" e "Guilt" são duas belas canções a juntar ao reportório das melhores canções da banda. Pena é que logo a seguir venha uma insonsa faixa título.Mas para não destoar por completo das boas intenções, compensam-nos com uma efémera “I Liked Boys” – que ficaria bastante bem num segundo álbum dos These New Puritains. Na sequência da euforia de “Here Comes The Serious Bit” e a atmosférica “Round The Hairpin” está a indiferença.

Na linha daquilo que os segundos álbuns normalmente resultam, a qualidade do segundo disco dos Long Blondes é bem menor que a da estreia.

6/10

Tuesday, July 22, 2008

Youtube: Radiohead - House Of Cards



Quarto single retirado do melhor álbum dos Radiohead desde OK! Computer. "House Of Cards" é apenas mais um dos muitos momentos geniais de In Rainbows. Abaixo o making of:


Monday, July 21, 2008

The Last Shadow Puppets - The Age Of The Understatement

Se anda na rebuscada procura de projectos com o carimbo “amigos-de-infância” então fique-se mesmo pelos Racounteurs. A dupla Jack White/Brendan Benson deixa a dupla Alex Turner/Miles Kane léguas atrás.

The Last Shadow Puppets resulta, pois, da colaboração de Alex Turner (Arctic Monkeys) e Miles Kane (The Rascals) e revela um duo na flor da idade – ambos já sopraram 22 velas. Nada do que está em The Age Of The Understatement pode ser comparado com qualquer coisa que já tenha sido feita pelos Arctic Monkeys – perdoem-me os Rascals, mas o escriba ainda não ouviu o álbum de estreia. É música com influências 60’s/70’s, longe do imediatismo dos Arctic Monkeys, mas – e é aqui que encontramos o paralelismo mais evidente – tão directa como a da banda de Sheffield – as letras de 2/3 minutos comprovam-no.

Na produção e arranjos encontramos dois dos pontos mais fortes do registo. James Ford – 50% dos Simian Mobile Disco – tratou da produção ocupando-se ainda das partes de bateria, enquanto que Owen Pallett – Arcade Fire e Beirut – compôs todos os arranjos orquestrais.

No final da audição chegamos à conclusão de que algo não resulta neste jovem duo. Não que as canções sejam medíocres. São exemplos de boas canções: “The Age Of The Understatement” que chega a parecer uma versão de “Knights Of Cydonia” (a bateria cavalga, os coros são épicos e as guitarras, até certo ponto, são similares), a épica “In My Room” e a imprevisível “Black Plant” que prova que as mudanças de ritmo repentinas à Queens Of The Stone Age são para continuar. Mas, no final, este disco não deixa de soar a ambição com passo maior que a perna.

Resumindo: The Age Of Understatement é um álbum bonitinho, revestido de smoking e gravata, mas não mais do que isso. E a melhor forma para justificar que este álbum/projecto está longe do rótulo de essencial está em dizer que não se exige uma sequela.

5/10

Sunday, July 20, 2008

Youtube: The Kills - Last Day of Magic



"Last Day Of Magic" é o novo single retirado de um dos melhores discos do ano, Midnight Boom dos Kills. O vídeo mostra-nos VV e Jamie Hince literalmente à tareia. Ah! e VV transpira sensualidade.

Saturday, July 19, 2008

MGMT - Oracular Spectacular

Mais uma banda de Brooklyn, mais um tiro certeiro no que a edições discográficas diz respeito. Depois dos Vampire Weekend, os MGMT – a banda que um dia se chamou Management, mas foi aconselhada a mudar para o nome por que actualmente é conhecida – têm tudo o que é necessário para agradar a gregos e troianos.

E consegue a proeza de agradar a gregos e troianos porquê? Porque à imagem dos seus conterrâneos, os MGMT fabricam canções orelhudas, mas com aquela aura indie que distingue, por exemplo, os Greenday dos Mxpx.

Directo e acessível, se tivesse sido lançado em 2007 Oracular Spectacular apontaria desde logo os MGMT para o apelido new-rave. Esta pode ser a prova de que, à imagem do que muitos vaticinaram, a new-rave desapareceu tão de repetente como quando apareceu. Dizer ao que soa Oracular Spectacular não é fácil. A crítica tem vindo a apontar nessa mesma direcção. Cada crítico parece apontar influências diferentes. Essas influências vão do disparate – Joy Division e Muse – aos vagamente presentes no disco – Pink Floyd, The Mammas And Pappas –, passando pelos mais acertados – Flaming Lips. A unanimidade parece estar no som eclético da banda. Esse ecletismo manifesta-se na forma de electro-glam, pop/rock açucarada e psicadélica e a música mais prezadamente dançável da época.

Não terá sido ao acaso que a Rolling Stone destacou o duo Norte-Americano como uma das bandas a ter debaixo de olho durante 2008. Atente-se à perfeição juvenil intrínseca nas palavras “Let’s make some music, make some money, find some models for wives. I’ll move to Paris, shoot some heroin and fuck with the stars” no fabuloso primeiro single "Time To Pretend” e tenha-se presente que os MGMT sabem ao que vêm e para onde vão.

Com produção de Dave Fridmann (Flaming Lips (lá está!) e Mercury Rev) Oracular Spectacular é um disco recheado de grandes momentos. Arranca com duas grandes canções pop, “Time To Pretend” – já referida como uma das grandes canções que 2008 terá para oferecer – e “Weekend Wars” – com loops à Chemical Brothers de Push The Buttom. “The Youth” traz o fantasma de Jack White nas vozes, com pandeireta na mão e tudo. “Electric Feel” remete, por vezes, para “Filthy & Gorgeous” dos Scissor Sisters. Os Bee Gees não devem estar alheios a tudo isto. “Kids” a certa altura dá-nos os rock mais dançável dos Bravery e em “Pieces Of What” eles querem ser os Beatles de guitarra acústica em riste. Quase a terminar há solos subaquáticos em “Of Moons, Birds & Monsters.

Andrew Vanwyngarden e Ben Goldwasser – eis a prova de como é possível mencionar o nome dos artesãos por detrás de um grande disco apenas no fecho da crítica ao dito disco – poderão em 2008, fazer exactamente aquilo que os LCD Soundsystem fizeram em 2007.

8/10

Friday, July 18, 2008

Youtube: The Prodigy - Firestarter



À hora a que este post é publicado os Prodigy já haviam terminado aquele que terá sido, com toda a certeza, mais um grande concerto por terras lusas. Relembre-se que a banda esteve no Super Bock Super Rock 2005, Sudoeste 2006 e no Creamfields em 2007.

Thursday, July 17, 2008

Testament – The Formation Of Damnation

Numa altura em que os fãs de Metallica esperam um regresso da banda às suas raízes mais trashy, os Testament elevam a fasquia, sendo que – agora sim – a banda de James Hitzfeld tem muito a provar com o tão documentado regresso às lides discográficas.

Saída do movimento da Bay Area – de onde saíram outras bandas tão importantes na cena trash como Megadeth, Slayer, e os próprios Metallica –, a banda de Chuck Billy forma-se em 1983 com o nome de Legacy, sendo com esse mesmo nome que edita o primeiro e homónimo álbum de originais. O nome Legacy viria a ser substituído por Testament devido à existência de uma outra banda Jazz com o mesmo nome.

E é precisamente com a formação com que começaram a editar álbuns que os Testament editam o seu décimo álbum de estúdio – o primeiro em 9 anos. Assim, Alex Skolnick e Greg Christian regressam depois do abandono da banda – o primeiro em 1992 e o segundo em 1994. Para completar esta formação original Paul Bostaph regressa também ele à bateria - depois do trabalho com os Slayer.

The Formation Of Damnation é um álbum de pormenores deliciosos, com um trabalho de guitarras exuberante e vocalizações agressivas. As críticas de espalhadas por toda a cena metaleira underground são de arrepiar e não é para menos: estamos perante um dos álbuns mais fortes do ano no que a edições metaleiras diz respeito.

O instrumental de pouco mais de 1 minuto serve de entrada para um álbum que exige demasiadas audições. Destacam-se “More Than Meets The Eye”, a faixa-título “The Formation Of Damnation”, a fantástica “Dangers Of The Faithless”, a rápida “The Perscuted Won’t Forget” e “Afterlife”.

Resumindo: The Formation Of Damnation está para 2008, como The Blackening dos Machine Head estava para 2007. Um dos discos do ano.

Uma nota para a capa do álbum que está deslumbrante.

8/10

Wednesday, July 16, 2008

Youtube: The Hives - Try It Again no Alive! 08



Eis aquilo que é apenas uma amostra da transloucada actuação dos The Hives no Optimus Alive! 08. "Try It Again" é do último The Black & White Album

Monday, July 14, 2008

Portishead - Third

Entalado entre o fim do grunge e a mediocridade que foi o “boom” das boys/girls bands, o trip-hop terá sido o menos bem sucedido género musical que os anos 90 pariram – comercialmente falando. Dono de uma pop melodiosa, por vezes psicadélica, por vezes desgovernada à tareia com samples descontrolados, o movimento de Bristol deu a conhecer algum dos melhores momentos musicais da década de 90. Os Portishead foram – talvez – o seu principal argumento.

A primeira coisa a apontar nos Portishead é a sua capacidade de cada um dos elemento depender do outro – ainda que seja Beth Gibbons o elemento claramente em destaque –, ou seja, nada disto soaria Portishead se faltasse qualquer um dos elementos que compõe a banda. Para além de Beth Gibbons na voz, Geoff Barrow trata da produção e Adrian Utley da guitarra.

No que concerne ao disco, este – como refere o The Guardian – não é um disco feito para amar, mas sim para admirar. Se Dummy era um gerador de culto imediato em torno do objecto musical em si, Third é um trabalho que, a ser o primeiro, não teria essa capacidade. Talentoso, sim, mas sem a alma que iluminava os Portishead há 10 ou 15 anos atrás. Negro, apertado, abrupto (“Plastic”) e minimal são adjectivos que descrevem na perfeição o terceiro disco dos Britânicos.

“Silence” abre um disco em português – inchamo-nos de orgulho – com as palavras “Esteja alerta para as regras dos três / O que você dá retomará para você / Essa lição vou tem que aprender / Você só ganhão que você merece”, dando inicio a uma autêntica locomotiva sonora. “The Rip”, “Plastic”, “Machine Gun” e, principalmente, “We Carry On” são momentos altos ainda que longe de geniais e em “Small” assistimos à melhor das performances de Beth Gibbons em todos os cerca de 45 minutos de disco. Já “Deep Water”, ainda que seja um belo momento acústico, soa deslocada.

Numa altura em que se assiste a um regresso dos grandes do trip-hop com Tricky – com novo disco já nas lojas –, Massive Attack – com novo disco em breve –, Goldfrapp – com um razoável Seventh Tree – e Morcheeba – desastrosos –, os Portishead colocam-se lado a lado com a banda de Alison Goldfrapp.

6/10

Sunday, July 13, 2008

Outros Álbuns:


  • Story Of The Year - The Black Swan - 4/10
  • The Hellacopters - The Head Off - 5/10
  • Tokyo Police Club - Elephant Shell - 5/10
  • Whitesnake - Good to Be Bad (Imagem) - 7/10
  • American Music Club - The Golden Age - 6/10
  • The Gossip - Live In Liverpool - 4/10
  • The Young Knives - Superabundance - 7/10
  • Def Leppard - Songs From The Sparkle Lounge - 6/10
  • Mudcrutch - Mudcrutch - 7/10
  • Robert Forster - The Evangelist - 7/10

Saturday, July 12, 2008

Youtube: Machine Head - Halo



O segundo vídeo/single retirado do fantástico The Blackening é "Halo", talvez a melhor faixa de um registo que, de resto, é todo ele fenomenal. The Blackening é um daqueles álbuns capaz de converter novos crentes à causa metal e um dos melhores álbuns de 2007.

Friday, July 11, 2008

Optimus Alive! 08 - 10 de Julho - Passeio Maritimo de Algés

Com uma sucessão de grandes concertos, o primeiro dia do Optimus Alive! 08 é sério candidato a melhor dia de sempre no que a festivais de verão diz respeito.

Kalashnikov – Há algo para lá do elemento “diversão” que distingue os Kalashnikov de muitas outras bandas do género – leia-se, trash-metal. A banda de Jel, para além das divertidas letras pró-guerra, é composta por músicos de razoável qualidade que dominam de forma razoável os seus instrumentos. Mas, não destoando dos objectivos da banda – que será, certamente, divertir mais do que agradar o ouvido mais exigente –, os Kalashnikov desfilaram os seus já bem conhecidos temas – “One love one famaly” e “Warriors of the Hezbollah” à cabeça –, com Jel como perfeito mestre de cerimónias que, no seu discurso, coleccionou “funkings” como se não houvesse amanhã. Destaque ainda para a chamada de Fernando Ribeiro a palco para colaborar em “Warriors of the Hezbollah”. Ainda que possa gerar pouco consenso, a escolha para abrir o primeiro dia do evento revelou-se, de certa forma, acertada.

6/10

Vampire Weekend – Impressionante o mar de gente que invadiu o espaço Metro On Stage para assistir à actuação destes quatro miúdos de Brooklyn. Respondendo positivamente às expectativas, os Vampire Weekend desfilaram quase todos os temas do homónimo álbum de estreia com “A-Punk”, “Oxford Comma”, “M79” e “Walcott” a quotarem-se como as canções mais festejadas da noite. A banda ainda arranjou tempo para apresentar um inédito. O suficiente para provar que os miúdos não querem ficar agarrados à formula que (já) os tornou famosos.

7/10

The National – Num concerto claramente regado a vinho e deslocado no que a palco diz respeito, os National deram aquilo que deles se esperava: grandes canções. Ainda que o espaço não fosse ideal, a banda de Matt Berninger deu um belo concerto de fim de tarde, em que canções de Alligator foram alternando com as do justamente aclamado Boxer. Destaque para “Squalior Victoria”, “Racing Like A Pro”, “Fake Empire” e “Mr. November”.

6/10

Gogol Bordello – Se os National se revelaram um óbvio erro de casting no que a palco diz respeito, já os Gogol Bordello encheram o palco e as medidas do público que esperava uma actuação tão boa como a que a trupe de Eugene Hutz presenteou o público da última edição do Festival Paredes de Coura. “Despachando” desde logo os seus mais conhecidos êxitos, “Ultimate”, “Wonderlust King” e “Start Wearing Purple”, a banda multi-étnica soube agarrar o público desde o inicio – como se fosse realmente necessário. É incrível verificar que à medida que a actuação avança o caos parece aumentar e esse será um dos grandes trunfos que os autores de Super Taranta parecem explorar. Memorável – mais uma vez.

8/10

The Hives – Depois da loucura desenfreada que foi a actuação dos Gogol Bordello, quem melhor que os Suecos The Hives para suportarem a dolorosa transição para Rage Against The Machine? A banda Pelle Almqvist agarrou o público desde o primeiro momento, fazendo desfilar alguns dos momentos mais celebrados da sua ainda curta carreira. Momentos como o primeiro êxito de sempre, “Walk Idiot Walk”, e as boas canções do último The Black And White Album, como são exemplo “Try it Again” e, quase a terminar, “Tick Tick Boom” foram recebidas de forma energética pelo público que já guardava lugar para o momento alto da noite. Mais uma actuação memorável dos The Hives que, ao contrário do que Almqvist pensa, presentearam-nos com a sua terceira prestação em terras lusas.

8/10

Rage Against The Machine – O mais que esperado regresso dos Rage Against The Machine (RATM) a Portugal não poderia ter sido menos que o momento alto da noite. A banda de Tom Morello e Zack De La Rocha presenteou o público português com um alinhamento em formato claramente best-of que agradou, com toda a certeza, a gregos e troianos. Abriu com “Testify” e “Bulls On Parade” e fechou com “Freedom” e o inevitável “Killing In The Name”. E se pensarmos no carácter emblemático destes temas facilmente chegamos ao carácter épico que este regresso dos RATM a Portugal. Pelo meio houve ainda temas igualmente marcantes como “People Of The Sun”, “Bullet In The Head”, “Know Your Enemy”, “Guerrilla Radio” e uma adulterada “Sleep In The Fire”. Os quatro carismáticos da banda encheram sem grandes dificuldades o palco – Brad Wilk, na bateria, talvez tenha sido o mais discreto –, com destaque para Zack De La Rocha – uma energia inesgotável e constantemente a puxar pelo público português – e Tom Morello – a domar a guitarra como nenhum outro e, logo a abrir, a demonstrar-se literalmente cheio de “pica”, quando em “Testify” deixa cair a já inseparável e conhecida boina. Um momento para as mais belas memórias tanto dos fãs como do festival. Este é o momento em que mais tarde muitos vão poder dizer: “Eu estive lá!”

9/10

Wednesday, July 9, 2008

Rage Against The Machine amanhã no Optimus Alive!

Será com toda a certeza um dos mais marcantes eventos do ano e contém, porventura, o momento mais emocionante do ano. O Optimus Alive! arranca amanhã, com um dia encabeçado pelos Rage Against The Machine (RATM).

Donos de um legado invejável, desde o início os RATM se destacaram relativamente aos seus pares – que é como que diz Nu-Metal. Donos de uma secção rítmica carismática – o baixista Tim Commerford e o baterista Brad Wilk –, um guitarrista singular (Tom Morello) e um vocalista facilmente reconhecível (Zack de la Rocha), os RATM misturaram, com uma eficácia irrepreensível, rap, rock, metal, punk até funk em que letras fortemente politizadas alertavam para as políticas Norte-Americanas menos consensuais.

Donos de alguns dos melhores momentos discográficos da década de 90, os Californianos editam, em 1992, o seu álbum de estreia, Rage Against The Machine, um cocktail de influências perfeito para uma geração sedenta de revolução – aqueles a quem nem Nirvana, nem Pearl Jam, nem Mudhoney satisfaziam os ideiais políticos.

Quatro anos depois é editado Evil Empire – talvez o menor dos três álbuns da banda – e, três anos depois, The Battle Of Los Angeles. Do espectáculo de amanhã certamente não faltarão à chamada hinos como “Bombtrack”, “Killing In The Name”, “ Bulls On Parade”, “Sleep In The Fire” ou “Guerilla Radio”.

Mas nem só de Rage Against The Machine vive o cartaz deste primeiro de festividades. Por Algés passarão também nomes como os National – quem ainda não ouviu Boxer está a perder um dos álbuns da década – os gipsy-punks Gogol Bordello – os que os viram na edição 2007 do Festival Paredes de Coura certamente saberão que ao vivo a coisa é substancialmente melhor que em estúdio – e The Hives – ainda com The Black And White Album na carteira. Pelo palco principal passarão ainda os Kalashnikov, Spiritualized e Galactic. Pelo Metro On Stage passam Mgmt – o mais recente hype de 2008 e donos de um dos hinos do ano, “Time To Pretend” –, Vampire Weekend – os miúdos de Oxford donos de uma Afro-pop perfeita, perfeita, sendo Vampire Weekend um dos grandes álbuns do ano –, Hercules & The Love Affair – o projecto de música de dança que conta com a participação Anthony dos Anthony & The Johnsons e um dos mais interessantes do campo da electrónica do ano – e Peachesem formato DjSetSons Of Albion – a banda do filho de Robert Plant que soa, como não poderia deixar de ser, a Led Zeppelin. As Cansei de Ser Sexy entretanto cancelaram o espectáculo. Assim, tanto Mgmt como Peaches terão mais tempo de antena.

Tuesday, July 8, 2008

Youtube: Rage Against The Machine - Killing In The Name



"Killing In The Name" foi uma das canções mais marcantes da última década. Depois de 5 anos de interregno, os Rage Against The Machine regressam finalmente a Portugal, para uma prestação que se espera demolidora. A confirmar depois de amanhã, no Optimus Alive!

Monday, July 7, 2008

dEUS - Vantage Point

É estranho uma banda tão rock como os dEUS gozar de um tão feroz e devoto culto como o que, por exemplo, os Arcade Fire ou Radiohead gozam. Como eles, só os Eels e os Pavement animaram as hostes indie dos anos 90. Ao quinto álbum de originais, os dEUS parecem estar a atravessar a fase mais tranquila de sua carreira.

E já lá vão 15 anos daquilo que já podemos chamar de uma extensa carreira. Tom Barman e companhia finalmente parecem ter estabilizado em termos de formação e Vantage Point – nome do bar pertencente ao Belga Klass Janzoons, que também participa no disco, na canção de abertura “When She Comes Down” – parece ser a sequência lógica de Pocket Revolution. Contando com Dave McCracken na produção, Vantage Point faz sentir a presença do fantasma dos Afghan Wings e é um disco que, para além de dançável – a funky "Architect" –, consegue também, por vezes, ser duro – “Favourite Game” e “Is a Robot”.

O disco conta com dois singles logo à partida, o Belga “Slow” e o internacional “Architect”. Se o primeiro conta com a sensual participação de Karin Dreijer Andersson dos Knives, o segundo é um dos exemplos mais dançáveis do disco. Já “Eternal Woman” conta com voz feminina a equilibrar o tom mais forte de Barman e em "The Vanishing Of Maria Schneider” deparamo-nos com a mais surpreendente colaboração do disco – Guy Garvey dos Elbow.

Há quem diga que este poderá ser o álbum que porá os DEUS no mainstream. Duvide-se. Vantage Point não é de maneira nenhuma um disco fácil. Como as próprias participações o denunciam: mais indie que isto é difícil.

6/10

Sunday, July 6, 2008

Youtube: The Subways - Alright



Rockeiros até dizer chega, os Subways lançam esta semana o seu segundo álbum de originais, All Or Nothing. Depois de uma entusiasmante estreia, a atitude punk continua a marcar presença naquela que poderá ser uma das bandas indie do ano.

Saturday, July 5, 2008

Brincando aos Clássicos: Radiohead - OK! Computer

Já ouviu falar do conceito de disco-milagre? Aquele tipo de disco que marca e define uma geração, constrói legiões de fãs, cria culto, constrói carreiras, rege a vida do ouvinte em função desse mesmo disco e, consequentemente, da banda responsável por esse disco? A existir um conceito de disco-milagre, OK! Computer será, concerteza, o maior de todos. Os Radiohead não seguiram os cânones que regem a ordem do grande disco de uma carreira. Acertaram em cheio “apenas” à terceira tentativa. Tiveram tempo para amadurecer. E ainda bem!

Não vale a pena alongarmo-nos numa avaliação geral ao som de OK! Computer. A sua qualidade exige uma análise faixa a faixa.

A abrir, a banda de Thom Yorke presenteia-nos com a cósmica “Airbag”, canção que contém uma força nas guitarras que denuncia um disco mais rock do que aquilo a que se vem confirmar mais afrente. Segue-se o primeiro grande clássico incontestável de OK! Computer, “Paranoid Android”, um épico intemporal que começa acústico e acaba eléctrico. Pelo meio há mudanças de ritmo bruscas e um dos melhores solos de guitarra de todos os tempos. Impressionante a emoção que Thom Yorke consegue transmitir ao repetir desalmadamente a frase "Rain Down, Rain Down, Rain Down On Me...". Já “Exit Music (For A Film)", contém coros de igreja - haveriam de ser todos assim - e quota-se com uma das três canções do álbum que vem, certamente, de outra galáxia. Outra dessas canções é "Let Down". Aquela que é uma das (injustamente) menos prezadas – pelos fãs - faixas desta obra-prima é também um dos mais – senão mesmo o mais - emocionais e fantásticos momentos do álbum. Contém ainda aquele que talvez seja o melhor momento de Thom Yorke e companhia durante todo o álbum: "You Know / You Know Where We Are With / Floor Colapsing, Floating / Boucing Back...". “Karma Police” é outro clássico instantâneo. Thom Yorke canta "For a minute there / I Lost Myself / I Lost My Self", mas quem se perde – de emoção e devoção – é o ouvinte. “Electioneering” é a canção mais desvairada de todo o disco e uma colecção de grandes solos de guitarra. Por seu lado, “Climbing The Walls” é canção mais distante do álbum. Será, provavelmente, nessa distância que residirá o segredo de outro dos grandes momentos da obra. “No Surprises” contém sons como que saídos de caixinhas de sons para criança e é um dos mais improváveis êxitos a que a industria musical já assistiu. A terminar, são-nos apresentadas “Lucky” e “The Tourist”. Se a primeira tem o melhor Thom Yorke e a melhor guitarra do terceiro álbum dos Radiohead, a segunda é um dos momentos mais apreciados pelos fãs que fecha o disco com chave de oiro.

OK! Computer continua a ser, ainda hoje, o peso pesado da discografia dos Radiohead. In Rainbows amainou um pouco o estigma. Mas como em 1997, em 2008 OK! Computer continua a ser a obra maior dos Radiohead - e um dos melhores álbuns de todos os tempos.

Friday, July 4, 2008

Youtube: Jay-z parodia Oasis no Glastonbury



Foi um dos momentos altos da edição 2008 do Festival Glastonbury - um dos maiores eventos de Verão na Europa. Na sequência da crítica de Noel Gallagher à actuação de um rapper como Jay-z num "festival de bandas de rock", o autor de "99 Problems" responde à letra com uma cover de "Wonderwall", um clássico dos próprios Oasis.

Thursday, July 3, 2008

A Naifa - Uma inocente inclinação para o mal

Canções Subterrâneas (2004) e 3 Minutos Antes da Maré Encher (2006) denunciavam uma banda com ambições desmedidas no que à reinvenção do fado diz respeito. À Canção de Lisboa mais tradicional os Naifa juntavam-lhe novos ingredientes que iam da pop à electrónica.

Essa faceta que monta alicerces na reinvenção mantém-se em Uma Inocente Inclinação Para o Mal. O terceiro disco dos A Naifa é, aliás, tudo o que os anteriores já eram, mas com novos condimentos. Seja pelo facto de adquirir uma faceta mais experimental que os antecessores, seja pelo facto de a parte lírica já não ser derivada de uma escolha de poemas por parte dos elementos da banda - as letras estão agora a cargo de Maria Rodrigues Teixeira e centram-se fundamentalmente na crítica social -, a banda de Mitó (vocalista) está, ao terceiro disco, ligeiramente diferente.

Todo o resto se mantém. Falamos da formação - Luís Varatojo na guitarra portuguesa, João Aguardela no baixo, Vasco Vaz na bateria e Maria Antónia Mendes (seguríssima) na voz –, da receita – guitarra portuguesa, guitarra eléctrica, baixo, bateria e samplers – e do próprio nível das canções – melhores momentos em “Um Feitio de Rainha”, a estranhamente reggae “Filha de Duas Mães”, “Esta Depressão que me Anima” e “Um Rapaz Mal Desenhado.

É, hoje em dia, dificil ser-se original. Os A Naifa pegam na canção de Lisboa – já de si algo localizada – e dão-lhe a roupagem que ninguém, até Canções Subterrâneas, se havia atrevido a dar-lhe.

7/10

Álbuns de Junho:

Álbum do Mês:

These New Puritans - Beat Pyramid (Imagem) - Link

Outros:

Linda Martini - Marsupial Link

R.E.M. - Accelerate Link

The Breeders - Mountain Battles Link

P.O.D. - When Angels And Serpents Dance Link

The Kooks - Konk Link

M83 - Saturdays = Youth Link