Saturday, July 19, 2008

MGMT - Oracular Spectacular

Mais uma banda de Brooklyn, mais um tiro certeiro no que a edições discográficas diz respeito. Depois dos Vampire Weekend, os MGMT – a banda que um dia se chamou Management, mas foi aconselhada a mudar para o nome por que actualmente é conhecida – têm tudo o que é necessário para agradar a gregos e troianos.

E consegue a proeza de agradar a gregos e troianos porquê? Porque à imagem dos seus conterrâneos, os MGMT fabricam canções orelhudas, mas com aquela aura indie que distingue, por exemplo, os Greenday dos Mxpx.

Directo e acessível, se tivesse sido lançado em 2007 Oracular Spectacular apontaria desde logo os MGMT para o apelido new-rave. Esta pode ser a prova de que, à imagem do que muitos vaticinaram, a new-rave desapareceu tão de repetente como quando apareceu. Dizer ao que soa Oracular Spectacular não é fácil. A crítica tem vindo a apontar nessa mesma direcção. Cada crítico parece apontar influências diferentes. Essas influências vão do disparate – Joy Division e Muse – aos vagamente presentes no disco – Pink Floyd, The Mammas And Pappas –, passando pelos mais acertados – Flaming Lips. A unanimidade parece estar no som eclético da banda. Esse ecletismo manifesta-se na forma de electro-glam, pop/rock açucarada e psicadélica e a música mais prezadamente dançável da época.

Não terá sido ao acaso que a Rolling Stone destacou o duo Norte-Americano como uma das bandas a ter debaixo de olho durante 2008. Atente-se à perfeição juvenil intrínseca nas palavras “Let’s make some music, make some money, find some models for wives. I’ll move to Paris, shoot some heroin and fuck with the stars” no fabuloso primeiro single "Time To Pretend” e tenha-se presente que os MGMT sabem ao que vêm e para onde vão.

Com produção de Dave Fridmann (Flaming Lips (lá está!) e Mercury Rev) Oracular Spectacular é um disco recheado de grandes momentos. Arranca com duas grandes canções pop, “Time To Pretend” – já referida como uma das grandes canções que 2008 terá para oferecer – e “Weekend Wars” – com loops à Chemical Brothers de Push The Buttom. “The Youth” traz o fantasma de Jack White nas vozes, com pandeireta na mão e tudo. “Electric Feel” remete, por vezes, para “Filthy & Gorgeous” dos Scissor Sisters. Os Bee Gees não devem estar alheios a tudo isto. “Kids” a certa altura dá-nos os rock mais dançável dos Bravery e em “Pieces Of What” eles querem ser os Beatles de guitarra acústica em riste. Quase a terminar há solos subaquáticos em “Of Moons, Birds & Monsters.

Andrew Vanwyngarden e Ben Goldwasser – eis a prova de como é possível mencionar o nome dos artesãos por detrás de um grande disco apenas no fecho da crítica ao dito disco – poderão em 2008, fazer exactamente aquilo que os LCD Soundsystem fizeram em 2007.

8/10

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