A primeira coisa a apontar nos Portishead é a sua capacidade de cada um dos elemento depender do outro – ainda que seja Beth Gibbons o elemento claramente em destaque –, ou seja, nada disto soaria Portishead se faltasse qualquer um dos elementos que compõe a banda. Para além de Beth Gibbons na voz, Geoff Barrow trata da produção e Adrian Utley da guitarra.
No que concerne ao disco, este – como refere o The Guardian – não é um disco feito para amar, mas sim para admirar. Se Dummy era um gerador de culto imediato em torno do objecto musical em si, Third é um trabalho que, a ser o primeiro, não teria essa capacidade. Talentoso, sim, mas sem a alma que iluminava os Portishead há 10 ou 15 anos atrás. Negro, apertado, abrupto (“Plastic”) e minimal são adjectivos que descrevem na perfeição o terceiro disco dos Britânicos.
“Silence” abre um disco em português – inchamo-nos de orgulho – com as palavras “Esteja alerta para as regras dos três / O que você dá retomará para você / Essa lição vou tem que aprender / Você só ganhão que você merece”, dando inicio a uma autêntica locomotiva sonora. “The Rip”, “Plastic”, “Machine Gun” e, principalmente, “We Carry On” são momentos altos ainda que longe de geniais e em “Small” assistimos à melhor das performances de Beth Gibbons em todos os cerca de 45 minutos de disco. Já “Deep Water”, ainda que seja um belo momento acústico, soa deslocada.
Numa altura em que se assiste a um regresso dos grandes do trip-hop com Tricky – com novo disco já nas lojas –, Massive Attack – com novo disco em breve –, Goldfrapp – com um razoável Seventh Tree – e Morcheeba – desastrosos –, os Portishead colocam-se lado a lado com a banda de Alison Goldfrapp.
No comments:
Post a Comment