Comparar Around The Sun com Accelerate é comparar o incomparável. Onde Around The Sun era um inconsequente exercício pop, a espaços, melódica, Accelerate é rock n’ roll em estado puro e incomparavelmente – claro está – superior. É um surpreendente regresso aos bons velhos tempos. Peter Buck – em grande forma –, Mike Mills – passa no teste – e Michael Stipe – inconfundível, e no registo em que pode dar mais – juntam-se a Jacknife Lee – que trabalhou com os U2, de How To Dismantle An Atomic Bomb, Snow Patrol e The Hives – na produção criando, ao 14º álbum, um dos melhores registos dos últimos muitos anos e, indubitavelmente, o melhor desta década.
As primeiras três canções são literalmente a acelerar. Se à primeira faixa “Living Well Is The Best”, os R.E.M. já estão a provar que o título do álbum é mesmo para ser levado a sério, com a assombrosa “Man-Sized Wreath”, quase cheiram a heavy-metal. “Supernatural Superserious”, o single, é viciante, tal como um single o deve ser. Há, num momento acústico único, uma canção política, “Houston” e, para terminar, descobrimos os Primal Scream do último Riot City Blues, em “I’m Gonna DJ”
Accelerate é o melhor disco dos R.E.M. em muitos anos. Cabe agora apenas aos U2 o estatuto único de banda em crise de identidade.
7/10
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