Saturday, June 14, 2008

Rock In Rio: 6 de Junho

Kaiser Chiefs:

Aquando do anúncio da actuação dos Kaiser Chiefs no Rock In Rio Lisboa, muitos terão pensado que a banda do imparável Ricky Wilson estaria no festival errado – à imagem dos Franz Ferdinand na edição de Madrid. A verdade é que a sucessão de nomes que viriam a ser confirmados – à excepção de Orishas – veio dar um pouco de razão à presença da banda Britânica no Parque da Bela Vista.

A banda apresentou-se em palco com trajes típicos de quem toca num fim de tarde/pronuncio de noite presenteando o público português com um concerto em tudo diferente do de Paredes de Coura – desconte-se a energia do frontman, Ricky Wilson que se manteve inalterada, ainda que desta vez sem trambolhão e perna partida. Arrancaram com um alinhamento inteligente – poder-se-ia já chamar-lhe de best of, ou, pelo menos, uma sucessão de belos singles – que disparou com “Everything Is Avarage Nowadays” e “Everyday I Love You Less And Less”, passou por “Angry Mob”, “I predict a Riot”, “Na Na Na Na Na” e “Ruby” e terminou, em grande, com o primeiro sucesso da banda, “Oh My God”.

Uma coisa é certa: mais meia-dúzia de singles de igual sucesso e há material para um concerto absolutamente memorável. Não é que a banda não valha pelos álbuns, mas um grande concerto não se faz apenas de grandes canções.

7/10

Muse:

Acontece algo de transcendente de cada vez que os Muse sobem a um palco - banda e público entram numa espécie de hipnose sem fim à vista. Foi exactamente isso que aconteceu na curtíssima hora de espectáculo dos Britânicos

Se havia dúvidas quanto ao culto da banda de Matt Bellamy por terras lusas, estas foram dissipadas com a eufórica abertura ao som de “Knights Of Cydonia”, sempre épica, sempre grandiosa. Era hora de comemorar a quarta visita ao nosso país – o trio já não punha cá os pés desde o fantástico e lotado concerto no Campo Pequeno, em 2006 – da banda de Absolution. E que melhor forma de comemorar senão alternando entre clássicos de sempre como “Time Is Running Out”, “Hysteria” e “Newborn” e canções do último – e fantástico – Blackholes & Revelations como “Take A Bow”, “Starlight”, “Supermassive Blackhole” e, para terminar, “Map Of Problematique”? Tudo isto com um toque de personalidade e improvisação que faz dos concertos dos Muse momentos únicos em que vale a pena referir “eu estive lá!”.

Contratados a tarde e más horas, parece óbvio que os Muse mereceriam uma posição mais privilegiada no cartaz – há mesmo quem diga que foi a banda que mais ajudou a esgotar o último dia da 3ª edição do Rock In Rio Lisboa. Voltarão brevemente com toda a certeza.

8/10

The Offspring:

É tão surpreendente o regresso dos Offspring como é a mutação física operada nos seus mais icónicos membros – leia-se Dexter Holland e Kevin Wasserman.

Donos de um punk-rock que, para os fãs mais acérrimos, vendeu a alma ao diabo por alturas de Americana, os Offspring deram um concerto em registo q.b., mais festejado pelos fãs que saboreado pela banda. Desfilaram clássicos “Come Out and Play (Keep 'Em Separated)”, “Gotta Get Away” e as inevitáveis “Pretty Fly (For A White Guy)” e “The Kids Aren’t Alright”. Para terminar, um dos momentos mais caóticos da actuação: “Self Esteem”.

Num concerto facilmente esquecível, a banda ainda teve tempo para apresentar dois novos temas - a constar num novo álbum, editado este mês.

É verdade que, à imagem dos Muse, os Offspring tiveram pouco tempo, mas pedia-se mais.

5/10


Linkin Park:

É impressionante a quantidade de êxitos que os Linkin Park coleccionam em apenas três álbuns de estúdio – feito que lhes garante espectáculos sem quebras.

É inquestionável, goste-se ou não, a evolução dos próprios elementos da banda – até já se permitem a alguns malabarismos (destaque para o solo de bateria) –, a notável dinâmica da banda em palco e, claro, a capacidade de agarrar o público – mesmo que esse público não seja de uma exigência constrangedora.

Desfilaram êxitos como “Points Of Authority”, “Crawling”, In The End” e “One Step Closer” da famosa estreia discográfica Hybrid Theory, “Faint”, “Somewhere I Belong”, “Numb” e “Breaking The Habit” de Meteora e “What I’ve Done”, “Bleed It Out” e “Shadow Of The Day” do ultimo e pouco consensual Minutes to Midnight.

Não foi de encher o olho, mas ainda não foi desta que os Linkin Park deram um concerto abaixo do razoável.

6/10

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