Chegou a temer-se o pior, sendo que o que aqui se impõem é uma definição de "pior". Para a artista o pior seria, seguramente, fazer a figura que fez
Optando por enfrentar as quase 100.000 pessoas presentes no Parque da Bela Vista, Amy Winehouse expôs todos os problemas que a têm assolado no último ano - álcool, drogas, pressões emocionais, marido na prisão...ah! e um fantástico álbum assassinado em palco pela própria cantora.
De pouco lhe terá valido uma banda tão competente e profissional, que lhe dá suporte e que - infrutiferamente - tentou salvar a prestação da cantora.
No meio de tão más interpretações destaque-se "Tears Dry On Their Own" como, de longe, a melhor interpretação de uma noite em que também desfilaram sucessos como "Love Is A Losing Game" - com direito a choro, talvez pela dúbia qualidade dos espetáculo, talvez pelo cunho pessoal da canção -, a extraordinária "You Know I'm No Good", "Valerie" e a incontornável "Rehab".
De resto, foi suportada por um público demasiado fiel para a deixar ficar mal, que a apoiou mesmo quando meteu água.
Resta saber se este mesmo público tirou alguma coisa desta fraude que foi a primeira - e curta - visita de Amy Winehouse a Portugal.
2/10
Lenny Kravitz:
A diferença entre a prestação de Lenny Kravitz e Amy Winehouse terá como epicentro o seu mestre-de-cerimónias. Ao contrário da jovem Winehouse, Kravitz é extremamente profissional.
O Nova-Iorquino apresenta-se em palco – suportado por uma bela banda – de forma algo fria com "Back To Vietnam", logo seguido de "Bring It On", melhor momento do novo "It Is Time For A Love Revolution". Lança-se ao primeiro hit com "Where Are We Running?" para, pouco depois, a banda, juntamente com Lenny, entrar num jogo de improvisação de cerca de 15 minutos.
De regresso ao formato mais convencional dispara-se o material mais baladeiro, com "Stilness of Heart", primeiro, e "I'll Be Waiting", depois. Tempo ainda para "Dig In", "Fly Away" e, já em encore, o clássico de sempre "Are You Gonna Go My Way".
Depois da última e morna passagem por Portugal, no Algarve Summer Festival, em Lenny apresentou-se um espectáculo competente, em que a fuga ao registo mais convencional de estúdio esteve bem patente.
6/10
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