Saturday, April 21, 2007

TV On The Radio – “Return To The Cookie Montain” O Porquê!

Os TV On The Radio são quatro senhores negros e um branco. São eles donos de um dos álbuns mais positivamente badalados do ano passado. A questão que se impõe é: Porquê? O que fez de Return To The Cookie Montain um dos álbuns mais bem-amados de 2006? Procura-se responder à questão, baseando-nos na consulta a três blogs que se dedicam à música alternativa e que tenham obviamente escrito (positivamente) sobre Return To The Cookie Montain.

Produção:

Uma das razões apontadas para o sucesso do segundo álbum dos TV On The Radio é a produção a cargo de David Andrew Sitek e Just Blaze.
Citando o Bodyspace (http://www.bodyspace.net/), blog dedicado à música, os produtores de "Return To The Cookie Montain" “São, segundo a revista (URB), os produtores mais importantes da actualidade, e é bem capaz de ser verdade. Dos beats devedores da soul e do funk de Just Blaze para quase toda a gente, de Jay-Z a Kanye West, de Foxy Brown a The Game às batidas frias e alienadas de Dabrye para a coqueluche do hip-hop indie faz todo o sentido." Ainda citando o mesmo blog, "David Andrew Sitek é, acima de tudo, um produtor magnífico. (..) é ele a cola que segura os TV On The Radio.

Influências da Música Negra:

O facto da formação da banda ser constituída por quatro elementos negros e um branco tem destas coisas. A música negra está bastante presente. Segundo o bodyscpace a banda vai "buscar tudo à soul, ao gospel, aos blues, a décadas e décadas de música negra, e injectam-lhes, acima de tudo, uma atitude punk e pós-punk e a tecnologia de agora." Outras palavras mas a mesmas ideias uza o coisapop (http://www.coisapop.blogspot.com/) quando afirma "Nesse caldeirão de art-rock, soul e pitadas de blues com vocais ora em falsete ora como se fosse uma grande canção de Marvin Gaye (..)"

Inovação:

É o ponto apontado apenas pelos mais radicais, mas há quem faça comparações majestosas como o coisapop, conclui que "Assim como Revolver dos Beatles, Pet Sounds dos Beach Boys, Ok Computer dos Radiohead, Blue Lines do Massive Attack ou Mellow Gold de Beck, Return to Cookie Moutain entra pelo mesmo anseio de inovar, partindo da ideia de recriar e remexer diversas sonoridades (..)"

O salto:

Todos os três blogs visitados tinham um ponto em comum, os TV On The Radio deram um enorme salto, aquando da passagem do primeiro álbum, "Desperate Youth, Blood Thirsty Babes", para o segundo, este Return To The Cookie Montain. Assim o Gordurama (www.gordurama.com.br) refere-se à audição de "Desperate...", do seguinte modo, "Primeiro dei-me ao trabalho de ouvir novamente "Desperate Youth, Bloodthirsty Babes", e a seguir, num acto de ombudsman de mim mesmo, reli a resenha escrita aqui para o Gordurama. Achei um saco o disco, de novo." O Bodyspace afirma, "Em "Desperate Youth, Blood Thirsty Babes", Adebimpe e Sitek descobriram, do nada, Kyp Malone, barba, óculos e (segundo ele próprio), um natural (e não um afro). Ah, e também guitarra e voz (menos dotada que a de Adebimpe, mas a música não perdeu nada com isso) Já no single “New Health Rock” ganharam um baterista (antes usavam só uma caixa de ritmos). Agora, em Return to Cookie Mountain, têm um baterista e uma caixa de ritmos (..)" Por seu lado o coisapop refere, "Este quinteto que já havia lançado em 2004 o bem comentado, “Desperate Youth, Blood Thirsty Babes”, se supera criando um disco que pode mudar muita coisa daqui pra frente."



O nosso veredicto:



Á primeira vista não se apresentava necessariamente mau, mas não passava de uma avaliação qu retratava apenas um cumprir dos serviços mínimos.


Quer isto dizer que o hype e culto que envolve os TV On The Radio é algo que não se percebe. Referir que a mistela de referências musicais aqui presentes é suficiente para mudar o universo musical do novo século é muito pouco. Para isso aindam aí os Arcade Fire, que o fazem de forma bem superior. Inovação não é sinónimo de grandiosidade, e se discos como Pet Sounds dos Beach Boys, Revolver dos Beatles e Nevermind dos Nirvana revolucionaram a indústria musical do seu tempo, não terá sido apenas resultado dessa inovação. Os clássicos referidos são marcos e referências no que à qualidade diz respeito.


Os TV On The Radio querem ser grandes, distorção aqui, um falsete ali, um som mais épico acolá, mas ficam-se pelas intenções.

6/10

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