Monday, June 30, 2008

Outros Álbuns:


  • Destroyer - Trouble in Dreams - 7/10
  • Fall Out Boy - Live In Phoenix - 5/10
  • In Flames - A Sense of Purpose - 7/10
  • Joe Satriani - Professor Satchafunkilus And The Musterion Of Rock - 7/10
  • Air - Moon Safari - (Special Edition) - 7/10 (Imagem)
  • The Dresden Dolls - No, Virginia... - 5/10

Sunday, June 29, 2008

Youtube: Wombats - Moving To New York



Cancelaram o concerto no Festival Paredes de Coura - estavam alinhados no mesmo dia que Sex Pistols e Mando Diao -, mas não perderam o estatuto de uma das bandas sensação de 2008. "Moving To New York" é terrivelmente catchy.

Friday, June 27, 2008

M83 - Saturdays = Youth

O shoegaze nunca foi o mais popular dos sub-géneros do Rock. Dono das suas próprias idiossincrasias, o género gerou burburinho nos anos 80 – principalmente com Psychocandy dos Jesus & Mary Chain – e inicio dos 90’s – com Loveless dos My Bloody Valentine.

Saturdays = Youth é o quinto álbum de M83, projecto do francês Anthony Gonzales. É um álbum nostálgico e emocional – há quem lhe chame de emo shoegaze -, comandado por uma bateria forte, sintetizadores em loop e guitarras em espiral, Saturday = Youth não se limita às referências óbvias dos My Bloody Valentine – que agora regressaram ao activo. Pega ainda em New Order e até, surpreendentemente, em Kate Bush (“up”).

Com produção a cargo de Pearson (The Rapture e Ladytron) e Ken Thomas (Sugarcubes e Suede) Saturdays = Youth destaca-se em canções como a brilhante “You, Appearing”, “Kim & Jessie” e “Couleurs” – os Bravery épicos.

Pegando nas premissas do Shoegaze, de onde se destacam elementos como a música ambiental e electrónica, o quinto álbum de M83 pouco acrescenta ao que foi feito anteriormente, mas o que está aqui é música da boa – desconte-se os últimos 11 minutos do disco que são, curiosamente, da responsabilidade de 11ª e última faixa (“Midnight Souls Still Remain”).

7/10

Thursday, June 26, 2008

These New Puritans - Beat Pyramid

A estreia discográfica dos - muito jovens - These New Puritans promete ser uma das mais frescas, viciantes, imprevisíveis e ambiciosas estreias do ano.

A fórmula é tão simples como, de certo modo, inovadora. A banda pega – um pouco – naquilo que os Foals já fizeram anteriormente neste mesmo ano – e centremo-nos na repetição exaustiva de determinadas expressões como referência –, junta-lhe uma aura demasiado jovem para um debutar tão prometedor e centra-se em letras bizarras incluídas em canções com nomes que parecem equações ou simples numeração matemática.

As guitarras festivas chegam para lhes serem concedidas algumas comparações ao Klaxons e à tão (mal) falada New-Rave. Mas é principalmente do pós-punk dos Gang Of Four que Beat Pyramid respira. Directo e experimental, este será seguramente um dos discos mais inventivos do ano.

Contando com Gareth Jones na produção, não há como não nos rendermos a objectos sonoros como "Numerology (aka Numbers)", "Colours", "C. 16th +-", "Infinity Ytinifni" ou "Elvis" - esta última cotando-se desde já como um dos grandes momentos do ano,

Não é fácil ser-se original em 2008. Os These New Puritans, de certa forma, conseguem-no. Nunca aprender matemática foi tão simples, agradável e compreensivelmente motivador.

8/10

Wednesday, June 25, 2008

Youtube: Weezer - Pork and Beans



Red Album, o regresso dos Weezer aos discos, foi editado a semana passada. "Pork & Beans" é o single de avanço de um álbum que não caiu nas boas graças da crítica. O vídeo é tipicamente Weezer - uma paródia.

Tuesday, June 24, 2008

The Kooks - Konk

Os britânicos Kooks são um dos mais incompreendidos fenómenos dos últimos anos – esqueçam os Razorlight, por favor, está encontrado o hype britânico mais injustificado dos últimos tempos. Quando em 2006, a banda de Luke Pritchard – o vocalista – lança Inside In/Inside Out, poucos pensariam que o álbum de estreia dos Kooks atingiria a marca dos 2 milhões de cópias vendidas. Como resultado só poderiamos ter um segundo álbum sem a pressão de outros (segundos álbuns) e pouco ou nada arriscado.

Konk – nome do estúdio de Ray Davies (Kinks), onde a banda gravou grande parte do material aqui contido – é o tipico álbum Verão com canções e refrães à medida dos coros de um qualquer Festival de…Verão! De facto, o quarteto de Brighton não está aqui para enganar ninguém. O segundo trabalho segue a linha do primeiro com o pouco que isso tem de bom e o muito que tem de mau. A evolução é nula, as canções continuam a ir do pop/rock à folk e as influências bebem umas vezes dos Beatles outras dos Police, outras ainda dos Rolling Stones, sendo que o resultado final fica sempre aquém do das referências.

Sim, há bons momentos no segundo álbum dos Kooks. Exemplos? “See The Sun” que está para Konk, como “Seaside” estava para Inside In/Inside Out – desta vez, com guitarras eléctricas e tudo –, a solarenga e melhor canção do álbum “Always Where I Need To Be”, “Do You Wanna” – tão digna de figurar no último álbum dos Primal Scream, Riot City Blues e em qualquer um dos Rolling Stones - e “Down To The Market” que se destaca com um bom riff saído da guitarra de Hugh Harris – destaca-se na guitarra a espaços.

Com luxuosa produção de Tony Hoffer – Supergrass, Beck, No Doubt e Air –, Konk prova que os Kooks precisam que alguém lhes explique que álbuns para Verões quentes raramente passam a mediania.

4/10

Sunday, June 22, 2008

P.O.D. - When Angels And Serpents Dance

A banda que mais manteve o seu som desde o "boom" – tal como o diz o título de um dos seus mais famosos temas – do nu-metal, os P.O.D. (Playable On Death), regressam com o seu sétimo trabalho de estúdio que, por sua vez, marca o regresso do guitarrista original, Marcos Curiel, que havia sido anteriormente substituído por Jason Truby.

O regresso de Curiel à guitarra marca curiosamente um dos mais agressivos trabalhos da banda Californiana. Mais enérgico que o último Testify, When Angles And Serpents Dance é mais do mesmo rap-metal cristão com canções bem à medida das rádios mais mainstream.

As participações denotam ambição – Mike Muir (Suicidal Tendencies) e Page Hamilton (Helmet) foram recrutados –, mas a evolução relativamente aos registos anteriores é nula. Há demasiado tempo que os P.O.D. se vêm repetindo com melhores ou piores resultados. When... não é bom nem mau. É apenas mais do mesmo, não sendo esse mesmo algo com pretensões de ficar nos anais da história da música.

Variando entre o metal do primeiro single, “Addicted” e a pop de “I’ll Be Ready”, passando, a certa altura, pelas similaridades com “Paranoid Android” dos Radiohead de “It Can’t Rain Everyday” e as guitarras ondulantes de “Condescending”, em When… não se encontra um canção que se destaque particularmente das outras. Há ainda espaço para desvarios completamente descabidos – “Roman Empire”.

Em 2008 podemos afirmar com segurança que os P.O.D. já não são aquilo que eram no início do século – o primeiro single, assim como o próprio lançamento do álbum, passaram ao lado dos mais distraídos e isso significa dizer que já nem o airplay salva a banda de Sonny Sandoval

4/10

Sunday, June 15, 2008

The Breeders - Mountain Battles

Não é que alguma vez tenham sido uma banda essencial, mas os Breeders – banda das irmãs Kim e Kelley Deal – voltam a fazer-nos esperar demasiado tempo – 6 anos se passaram desde Title TK – para, finalmente, darem noticias.

Muito tempo se passou e entretanto Kim Deal regressou, em 2004, ao baixo da mui festejada digressão mundial dos Pixies – que passou pelo Super Bock Super Rock, Paredes de Coura e Pavilhão Atlântico –, fazendo, depois, ainda escala numa clínica de reabilitação devido a problemas com drogas.

Passado o caos da última meia dúzia de anos, Kim e os Breeders regressam num registo que, para além dos já habituais colaboradores Mando Lopez no baixo e José Medeles na bateria – terão, certamente, tido alguma influência na cover dos Tri-O, "Regalame esta noche" –, conta com Steve Albini na produção – e é incrível que o escriba mesmo numa altura em que ainda não havia tomado conhecimento acerca da autoria da produção, já conseguia estabelecer paralelismos com a sonoridade do inicio da década de 90, a que Albini tem bastas ligações.

Há, portanto, em Mountain Battles uma certa aura grunge, minimalismo à Kills e secção rítmica à Subways (“German Studies”, que é cantada em Alemão). Há ainda, a abrir, uma psicadélica “Overglazed”, uma “Bang On” que poderia muito bem servir de canção-bandeira para 2008, um dueto entre Kim e Kelley em “Here No More” e a típica canção moribunda de fim de disco, a canção-título “Mountain Battles”.

Incrível é que, ao fim de 18 anos de banda, este seja apenas o quarto álbum – o que diz muito da atribulada vida da principal mentora do projecto, Kim Deal.

7/10

Saturday, June 14, 2008

Rock In Rio: 6 de Junho

Kaiser Chiefs:

Aquando do anúncio da actuação dos Kaiser Chiefs no Rock In Rio Lisboa, muitos terão pensado que a banda do imparável Ricky Wilson estaria no festival errado – à imagem dos Franz Ferdinand na edição de Madrid. A verdade é que a sucessão de nomes que viriam a ser confirmados – à excepção de Orishas – veio dar um pouco de razão à presença da banda Britânica no Parque da Bela Vista.

A banda apresentou-se em palco com trajes típicos de quem toca num fim de tarde/pronuncio de noite presenteando o público português com um concerto em tudo diferente do de Paredes de Coura – desconte-se a energia do frontman, Ricky Wilson que se manteve inalterada, ainda que desta vez sem trambolhão e perna partida. Arrancaram com um alinhamento inteligente – poder-se-ia já chamar-lhe de best of, ou, pelo menos, uma sucessão de belos singles – que disparou com “Everything Is Avarage Nowadays” e “Everyday I Love You Less And Less”, passou por “Angry Mob”, “I predict a Riot”, “Na Na Na Na Na” e “Ruby” e terminou, em grande, com o primeiro sucesso da banda, “Oh My God”.

Uma coisa é certa: mais meia-dúzia de singles de igual sucesso e há material para um concerto absolutamente memorável. Não é que a banda não valha pelos álbuns, mas um grande concerto não se faz apenas de grandes canções.

7/10

Muse:

Acontece algo de transcendente de cada vez que os Muse sobem a um palco - banda e público entram numa espécie de hipnose sem fim à vista. Foi exactamente isso que aconteceu na curtíssima hora de espectáculo dos Britânicos

Se havia dúvidas quanto ao culto da banda de Matt Bellamy por terras lusas, estas foram dissipadas com a eufórica abertura ao som de “Knights Of Cydonia”, sempre épica, sempre grandiosa. Era hora de comemorar a quarta visita ao nosso país – o trio já não punha cá os pés desde o fantástico e lotado concerto no Campo Pequeno, em 2006 – da banda de Absolution. E que melhor forma de comemorar senão alternando entre clássicos de sempre como “Time Is Running Out”, “Hysteria” e “Newborn” e canções do último – e fantástico – Blackholes & Revelations como “Take A Bow”, “Starlight”, “Supermassive Blackhole” e, para terminar, “Map Of Problematique”? Tudo isto com um toque de personalidade e improvisação que faz dos concertos dos Muse momentos únicos em que vale a pena referir “eu estive lá!”.

Contratados a tarde e más horas, parece óbvio que os Muse mereceriam uma posição mais privilegiada no cartaz – há mesmo quem diga que foi a banda que mais ajudou a esgotar o último dia da 3ª edição do Rock In Rio Lisboa. Voltarão brevemente com toda a certeza.

8/10

The Offspring:

É tão surpreendente o regresso dos Offspring como é a mutação física operada nos seus mais icónicos membros – leia-se Dexter Holland e Kevin Wasserman.

Donos de um punk-rock que, para os fãs mais acérrimos, vendeu a alma ao diabo por alturas de Americana, os Offspring deram um concerto em registo q.b., mais festejado pelos fãs que saboreado pela banda. Desfilaram clássicos “Come Out and Play (Keep 'Em Separated)”, “Gotta Get Away” e as inevitáveis “Pretty Fly (For A White Guy)” e “The Kids Aren’t Alright”. Para terminar, um dos momentos mais caóticos da actuação: “Self Esteem”.

Num concerto facilmente esquecível, a banda ainda teve tempo para apresentar dois novos temas - a constar num novo álbum, editado este mês.

É verdade que, à imagem dos Muse, os Offspring tiveram pouco tempo, mas pedia-se mais.

5/10


Linkin Park:

É impressionante a quantidade de êxitos que os Linkin Park coleccionam em apenas três álbuns de estúdio – feito que lhes garante espectáculos sem quebras.

É inquestionável, goste-se ou não, a evolução dos próprios elementos da banda – até já se permitem a alguns malabarismos (destaque para o solo de bateria) –, a notável dinâmica da banda em palco e, claro, a capacidade de agarrar o público – mesmo que esse público não seja de uma exigência constrangedora.

Desfilaram êxitos como “Points Of Authority”, “Crawling”, In The End” e “One Step Closer” da famosa estreia discográfica Hybrid Theory, “Faint”, “Somewhere I Belong”, “Numb” e “Breaking The Habit” de Meteora e “What I’ve Done”, “Bleed It Out” e “Shadow Of The Day” do ultimo e pouco consensual Minutes to Midnight.

Não foi de encher o olho, mas ainda não foi desta que os Linkin Park deram um concerto abaixo do razoável.

6/10

Friday, June 13, 2008

Rock In Rio: 5 de Junho

Moonspell:

Já começa a ser hábito ver os Moonspell a abrir grandes noites de metal – foi assim no 12º Super Bock Super Rock XL, Vilar de Mouros 2006 e Rock In Rio Lisboa 2004. Quatro anos depois, a banda de Fernando Ribeiro regressa ao local do crime – o local em que abriram as hostes para bandas como Sepultura, Slipknot e Metallica –, num final de tarde em que, como se previa, souberam agarrar o público desde o primeiro segundo.

Mesmo havendo novo álbum para apresentar – Nigth Eternal já está nas lojas –, a banda lançou-se num registo tipicamente best of, que se recomenda em contexto festivaleiro. A excepção esteve precisamente no novo single “Scorpion Flower” – sem Anneke Van Giersbergen, vocalista dos Gathering, que se encontra adoecida na Holanda – e no tema-título “Night Eternal. No resto, assistiu-se a um alinhamento composto pelos temas de sempre, indo de “Opium” e “Nocturna”, a “Evetything Invaded” passando por “Finistierra” e “Alma Mater”.

Fernando Ribeiro – já o referimos noutras ocasiões – é um grande mestre-de-cerimónias, provando mais uma vez que os Moonspell conseguem sobreviver debaixo de luz solar.

7/10

Apocalytyca:

Conhecidos pelas suas versões de alguns temas dos Metallica e o muito badalado single, do último Worlds Collid,e “I'm Not Jesus”, que conta com a colaboração de Corey Taylor (Slipknot e Stone Sour), os Apocalyptica apresentam-se em palco sem qualquer tipo de voz – apenas uma bateria e três vioncelos.

O espectáculo abriu com uma cover dos Sepultura, “Refuse/Resist”, a banda desdobra-se com a “5ª sinfonia de Bethoven” e, para não ferir susceptibilidades, quase a terminar, uma versão de “Seek & Destroy” dos Metallica. O resto foi um desfilar de canções, numa toada sempre acelerada, dos registos anteriores da banda.

Entre a surpresa de muitos e o consentimento de outros, salda-se algo positivo.

6/10


Machine Head:

Os Machine Head roubaram a noite aos Metallica. A banda de Robert Flynn foi absolutamente demolidora em palco.

O frontman da banda de Blackening – parece que é unânime, este é mesmo o melhor álbum dos Machine Head –, apelou ao mosh, elogiou o público português, relembrando anteriores actuações no nosso país, e comandou uma actuação irrepreensível.

A abrir o espectáculo, a melhor faixa de Blackening, a enorme “Clenching The Fists Of Dissent”, o pronuncio perfeito de uma actuação que gerava enormes expectativas. Prosseguiu-se com Imperium” e “Now I Lay Thee Down”, mas foi com “Aesthetics Of Hate” e “Dividian” que soldaram-se como os momentos mais festejados da noite.

Não é raro num concerto de Machine Head, imaginarmo-nos num Inferno caótico – passe a redundância – e esse é o melhor elogio que podemos fazer à actuação da banda Californiana.

Exige-se um concerto em nome próprio – The Blackening ainda não foi devidamente apresentado em terras lusas.

8/10

Metallica:

A herança dos Machine Head era pesada, mas os Metallica terão de se culpar a si mesmos pelo facto de este ter sido o mais fraco dos três últimos concertos dados em terras lusas.

A coisa até nem começou mal – “Ecstasy of Gold»”, abriu, como é habitual o espectáculo, dando logo lugar a “Creeping Death”. Pareciam bem encaminhados quando seguram a sequência com “Fuel” e “Wherever I May Roam”, mas dá-se uma inesperada reviravolta de 180º que se prolongou até à sempre festejada “Master Of Puppets”. Os Metallica não devem fazer estudos de mercado, pois se os fizessem saberiam que álbuns como Load e Reload só poderiam obter as reacções que acabaram por obter – frias, gélidas, embaraçosas. Felizmente, souberam acabar o concerto com os singles que faltavam de Black Album – “Unforgiven” excluída –, primeiro com a balada sempre tão bem recebida que é “Nothing Else Matters”, depois com a colossal “Sad But True” e, a terminar, com incontornável “Enter Sandman”. Entretanto já havia disparado toda a pirotecnia associada a “One”.

Reservadas para o fim ficaram algumas covers, “Last Caress” dos Misfits e “So What” dos “Anti-Nowhere League”, esta com participação especial dos Machine Head. O concerto acaba de forma previsível com “Seek & Destroy” e a promessa de um regresso no ano que vem.

É compreensível que uma banda como os Metallica queira dar um concerto diferente de cada vez que passa por Portugal, mas o catálogo da banda de São Francisco é demasiado vasto para ser necessário recorrer aos álbuns pós-1991.

6/10

Monday, June 9, 2008

Youtube: Machine Head no Rock in Rio

Foi - com toda a justiça - um dos concertos mais aclamados da 3ª edição do Rock In Rio Lisboa. Robert Flynn foi incansável a puxar por um público que não precisava de grandes motivações para fazer a festa. Ainda que tenha sido dado maior ênfase no último The Blackening - um dos melhores, senão melhor disco dos Machine Head -, foi em "Davidian" que o público mais festejou. Os Machine Head presentiaram ainda os fãs portugueses com uma cover de "Hallowed Be Thy Name", dos Iron Maiden. A crítica aos concertos dos dois últimos dias do Rock In Rio Lisboa em breve.

Hallowed Be Thy Name (cover dos Iron Maiden):



Take My Scars:



Davidian:

Saturday, June 7, 2008

R.E.M. - Accelerate

Accelerate é o álbum do R.E.M. por que os U2 suspiram há já demasiado tempo. Quer isto dizer que a banda de Michael Stipe voltou finalmente à boa forma, depois dos três músicos se terem tornado em verdadeiros mártires de uma crítica que nunca lhes perdoou o (brilhante) passado.

Comparar Around The Sun com Accelerate é comparar o incomparável. Onde Around The Sun era um inconsequente exercício pop, a espaços, melódica, Accelerate é rock n’ roll em estado puro e incomparavelmente – claro está – superior. É um surpreendente regresso aos bons velhos tempos. Peter Buck – em grande forma –, Mike Mills – passa no teste – e Michael Stipe – inconfundível, e no registo em que pode dar mais – juntam-se a Jacknife Lee – que trabalhou com os U2, de How To Dismantle An Atomic Bomb, Snow Patrol e The Hives – na produção criando, ao 14º álbum, um dos melhores registos dos últimos muitos anos e, indubitavelmente, o melhor desta década.

As primeiras três canções são literalmente a acelerar. Se à primeira faixa “Living Well Is The Best”, os R.E.M. já estão a provar que o título do álbum é mesmo para ser levado a sério, com a assombrosa “Man-Sized Wreath”, quase cheiram a heavy-metal. “Supernatural Superserious”, o single, é viciante, tal como um single o deve ser. Há, num momento acústico único, uma canção política, “Houston” e, para terminar, descobrimos os Primal Scream do último Riot City Blues, em “I’m Gonna DJ”

Accelerate é o melhor disco dos R.E.M. em muitos anos. Cabe agora apenas aos U2 o estatuto único de banda em crise de identidade.

7/10

Wednesday, June 4, 2008

Youtube: Bon Jovi - You Give Love a Bad Name no Rock In Rio



O primeiro fim-de-semana do Rock In Rio foi mesmo dos Bon Jovi. "You Give Love a Bad Name" foi um dos momentos da noite.

Tuesday, June 3, 2008

Linda Martini - Marsupial

Em 2006, os Linda Martini confirmaram o que há muito se lhes vaticinava. Olhos do Mongol confirmavam a banda de que já foi punk/hardcore como um dos mais promissores projectos nacionais surgidos nos últimos anos. O espantoso álbum de estreia colocava-os na boca da franja mais alternativa. Provava-se que o EP, anterior ao álbum, e os concertos por esse país fora não eram apenas fogo de vista.

Entretanto, a banda de Pedro Geraldes, André Henriques, Cláudia Guerreiro, Hélio Morais e Sérgio Lemos passou pelos mais importantes festivais portugueses – Super Bock Super Rock, Sudoeste e Paredes de Coura –, sendo, este novo material, talvez, um fechar de ciclo. Para isso, a banda lança novo EP – como se estivesse a esquivar ao – olho cliché! – complicado segundo álbum.

Marsupial soa exactamente a resultado de um momento de reflexão. Como se fosse demasiado precipitado lançar, nesta altura, um segundo álbum, mas necessário manter a chama acesa com novo material.

Há por aqui coros épicos à Arcade Fire – “A Corda Do Elefante Sem Corda” e “Raposo Manhoso”, de resto os dois momentos altos do EP – alguma surpresa electrónica (“Parada”) e obrigatórias pontes com o passado – “Sabotagem” e “As putas dançam slows”.

A ser este EP um pronuncio do que por aí vem – leia-se segundo álbum –, tal como o foi Linda Martini para Olhos do Mongol, está dado o aval.

7/10

Monday, June 2, 2008

Rock In Rio: 1 de Junho

Joss Stone:

Depois do muito acne juvenil que invadiu o Palco Mundo, Joss Stone, mais crescidinha, entra timidamente em palco, naquela que foi a sua segunda visita a Portugal – a estreia foi em Vilar de Mouros.

Descalça e de olhar frágil, típico de menina soul, Joss Stone deu uma verdadeira aula de profissionalismo a Amy Winehouse. Sem desculpas, quedas, choradeira e, diga-se em abono da verdade, o vozeirão de Winehouse, Stone espalhou simpatia, comunicando q.b. com o público num concerto, essencialmente, profissional.

Intercalando canções menos conhecidas do grande público espalhadas pelos seus três álbuns de originais, com os grandes sucessos que garantiram a Joss Stone o reconhecimento mainstream de que goza hoje em dia, aquela que é apontada com uma das grandes promessas da soul do século XXI não fez esquecer a banalidade de uma qualquer banda alemã, mas cumpriu a sua missão – talvez esta geração MTV comece a dar mais atenção aquilo que realmente interessa.

6/10

Rod Stewart:

Rod Stewart terá sido o cabeça de cartaz que terá levado menos gente ao Parque da Bela Vista, mas nem por isso deixou os seus créditos por mãos alheias.

O histórico autor de “Do Ya Think I’m Sexy?” apresentou-se em palco de ar extravagante, como de resto é seu apanágio, e trouxe, certamente, à memória de muita gente, os concertos de Sting, neste mesmo festival nas edições anteriores.

Espalhou, para além de bolas de futebol, as canções de sempre, como a famosa cover dos Creedence Clearwater Revival, "Haver Your Ever Seen The Rain", a incontornável “Do You Think I’m Sexy?”, "The First Cut Is The Deepest", cover de Cat Stevens, e, a terminar, o clássico “Sailor”.

Longe de brilhante, mas sem cumprir apenas os mínimos, Stewart prova, tal como os Bon Jovi, que velhos são os trapos e assina o melhor concerto de um dia muito desequilibrado.

7/10

Rock In Rio: 31 de Maio

Alanis Morissette:

Há muito que não víamos Alanis Morissette. As mudanças físicas são óbvias. Alanis está notoriamente mais cheia e tem agora o cabelo encaracolado.

Com um público que, ainda que longe de ser o seu, tinha vontade de a voltar a ver – após visitas ao Sudoeste, Pavilhão Atlântico e Aveiro –, Alanis soube agarrar a Bela Vista, deambulando de um lado para o outro do palco – que é como quem diz, da esquerda para a direita - o concerto todo, desfilando um reportório de canções essencialmente competente onde intervalou os seus sucessos de sempre com alguns (poucos) inéditos – incluídos no novo disco, editado hoje, 2ª feira, dia 2 de Junho.

Dona de uma carreira seguríssima lamenta-se o facto de Alanis ter-se sujeitado a uma posição do cartaz que deveria claramente ter sido de Alejandro Sainz.

6/10

Bon Jovi:

Já era esperado: os Bon Jovi deram o melhor concerto da primeira fase da 3ª edição do Rock In Rio Lisboa. A banda de Jon Bon Jovi deu um grande espetáculo de rock n’ roll de uma entrega notável.

Também já era expectável o desfilar de êxitos que se veio a verificar. Desde "Lost In Highway" até “Livin’ On a Prayer”, a terminar, passando por “You Give Love a Bad Name”, "Runaway", “Always”, “It’s My Life” e canções mais recentes como “Have a Nice Day”, os Bon Jovi resumiram a carreira em quase duas horas de concerto.

Perto da perfeição, a banda soube agarrar o público desde o início – não era complicado –, com um Jon Bon Jovi comunicativo como, de resto, se lhe pedia e um Richie Sambora a demonstrar que não é necessário ser um verdadeiro guitar-hero para se ser realmente bom.

Ainda com a capacidade para juntar várias gerações em seu redor, os Norte-Americanos tornaram-se nos grandes vencedores da noite – e não só. Velhos são os trapos? Concerteza.

8/10

Rock In Rio: 30 de Maio

Amy Winehouse:

Chegou a temer-se o pior, sendo que o que aqui se impõem é uma definição de "pior". Para a artista o pior seria, seguramente, fazer a figura que fez em palco. Para o público seria o artista, já em território português, cancelar o concerto em cima da hora.

Optando por enfrentar as quase 100.000 pessoas presentes no Parque da Bela Vista, Amy Winehouse expôs todos os problemas que a têm assolado no último ano - álcool, drogas, pressões emocionais, marido na prisão...ah! e um fantástico álbum assassinado em palco pela própria cantora.

De pouco lhe terá valido uma banda tão competente e profissional, que lhe dá suporte e que - infrutiferamente - tentou salvar a prestação da cantora.

No meio de tão más interpretações destaque-se "Tears Dry On Their Own" como, de longe, a melhor interpretação de uma noite em que também desfilaram sucessos como "Love Is A Losing Game" - com direito a choro, talvez pela dúbia qualidade dos espetáculo, talvez pelo cunho pessoal da canção -, a extraordinária "You Know I'm No Good", "Valerie" e a incontornável "Rehab".

De resto, foi suportada por um público demasiado fiel para a deixar ficar mal, que a apoiou mesmo quando meteu água.

Resta saber se este mesmo público tirou alguma coisa desta fraude que foi a primeira - e curta - visita de Amy Winehouse a Portugal.

2/10

Lenny Kravitz:

A diferença entre a prestação de Lenny Kravitz e Amy Winehouse terá como epicentro o seu mestre-de-cerimónias. Ao contrário da jovem Winehouse, Kravitz é extremamente profissional.

O Nova-Iorquino apresenta-se em palco – suportado por uma bela banda – de forma algo fria com "Back To Vietnam", logo seguido de "Bring It On", melhor momento do novo "It Is Time For A Love Revolution". Lança-se ao primeiro hit com "Where Are We Running?" para, pouco depois, a banda, juntamente com Lenny, entrar num jogo de improvisação de cerca de 15 minutos.

De regresso ao formato mais convencional dispara-se o material mais baladeiro, com "Stilness of Heart", primeiro, e "I'll Be Waiting", depois. Tempo ainda para "Dig In", "Fly Away" e, já em encore, o clássico de sempre "Are You Gonna Go My Way".

Depois da última e morna passagem por Portugal, no Algarve Summer Festival, em Lenny apresentou-se um espectáculo competente, em que a fuga ao registo mais convencional de estúdio esteve bem patente.

6/10

Álbuns de Maio:

Álbum do Mês:

The Raconteurs - Consolers Of The Lonely (Imagem) - Link

Outros:

Dodos - Visiter Link

Hercules & Love Affair - Hercules & Love Affair Link

Sun Kil Moon - April Link