O single de avanço para Scream Aim Fire - novo álbum dos Bullet For My Valentine editado no passadoo dia 28 de Janeiro - é a própria faixa título. Metalcore em estado puro.
Vídeo -> http://youtube.com/watch?v=1hLRfa5_nV0
Bedlam in Goliath volta a colocar os Mars Volta no caminho certo. Amputechture – o álbum anterior – é reconhecidamente um passo atrás, onde o duo Cedric Bixler-Zavala e Omar Rodriguez-Lopez perdia-se em solos de guitarra e virtuosismo exacerbado. Na sequência, o baterista Jon Theodore é substituído pelo actual Thomas Pridgen. Os Mars Volta passavam, porventura, o pior momento da sua carreira.
Não nos enganemos, Bedlam in Goliath – produzido pelo próprio Omar Rodriguez Lopez – é aquilo que sempre caracterizou os Mars Volta até hoje – Rock/Metal progressivo sem ponta por onde se lhe pegue (não, não é uma crítica). A bateria respira muito melhor, as letras continuam bizarras e, por fim, é, como não poderia deixar de ser, mais um álbum pleno em complexidade como é apanágio do duo. Por outro lado, não é normal um disco dos Mars Volta ser constituído por 12 faixas. A explicação poderá estar no facto de a canção mais cumprida se cifrar nos 9:30 de “Cavalettas” e na duração do álbum em si – 1h:15 aproximadamente.
Bedlam in Goliath abre com “Aberinkula”, com sons incomodativos similares aos das rádios do século passado, segue-se-lhe “Goliath” que possui um riff à Tom Morrello (Rage Against The Machine, Ex-Audioslave) e faz jus ao título. Destaque também para “Southsayer” a que apaixonará os sensíveis não conseguirão resistir.
Este é mais um disco de quem não quer saber do mainstream. Um disco de quem não quer repetir uma canção como "The Widow". Um disco de quem tem uma sólida base de fãs para poder arriscar – e fá-lo com distinção.
8/10
Quantas vezes o título conseguiu numa só palavra resumir os quase 40 minutos de um álbum? Disturtion vem para aquilo para que está empacotado. O consumidor leva para casa aquilo que compra. Stephin Merrin, mentor/vocalista/letrista dos Magnetic Fields, não está aqui para enganar ninguém.
Já o havíamos ouvido: o vocalista dos Magnetic Fields havia dito que “queria fazer um álbum mais Jeses & Mary Chain que os próprios Jesus & Mary Chain" – o resultado directo destas palavras é Distortion. São notórias as influências da banda de Psychocandy espalhadas pelas 13 faixas que constituem o oitavo registo de originais da banda Nova-Iorquina. E que faixas!
Distortion abre de forma quase perfeita. Abre com a quase instrumental “Three-Way”, sendo que o título da canção é repetido por 3 vezes, sendo o suficiente para estragar a premissa. Segue-se-lhe “Califórnia Girls” e vislumbramos a velha Costa Oeste e os Beach Boys a remarem contra a maré, numa canção puramente pop e candidata a primeiro single. Em “Old Fools” vislumbra-se a classe de Matt Berninger, vocalista dos National, para em “Please Stop Dancing” assistir-se ao duelo entre o falsete e o tom nauseabundo da voz de Stephin Merrin. “Mr Mistltoe” é uma enorme canção que, se apregoa por ai, chegou uns dias atrasada.
Distortion é o primeiro grande álbum pop do ano – é angustiante a forma como tanta distorção consegue-nos deixar sem argumentos para a voltarmos a desdenhar. Que pena os Death From Above 1979 terem chegado ao fim.
Entretanto Tankian edita o muito anunciado primeiro álbum a solo, enquanto que Malakian vai ultimando pormenores no seu projecto paralelo, Scars of Broadway - do qual Shavo Odadjain, baixista dos SOAD, também faz parte.
Elect The Dead não aproxima nem afasta Tankian do som da sua banda de sempre. O álbum é uma junção das várias influências contidas nos 5 álbuns dos SOAD, com a devida e óbvia adaptação das mesmas à personalidade do carismático artista. Elect The Dead, diz Tankian, começou com o artista sentado ao piano, para rapidamente se tornar num álbum violento, político que tem como epicentro "The Unthinking Majority". As partes instrumentais ficaram todas a cargo do próprio Tankian, ainda que com a ajuda de Dan Monti em algumas partes do baixo e da guitarra. A bateria ficou a cargo do seu companheiro dos SOAD, John Dolmayan.
"Empty Walls", primeiro single, é, porventura, a canção mais acessivel do disco, "Saving Us" é sofrivel (elogio) e "Honking Antelope" surpreendente, na medida que contém coros femininos - cá está a prova que marca a personalidade de Tankian em todo o álbum.
Longe de genial, Elect The Dead prova que muito do que de bom se foi passando pela discografia do grupo Armeno é da responsabilidade deste senhor. Agora a bola está do outro lado, Sr. Malakian.
7/10
Em 2008, o fenómeno das bandas começadas por "The" já não é digno de elevado relevo, sendo que os The Hives sempre foram considerados os patinhos feios dentro do circulo The Vines-The White Stripes-The Strokes. E assim sendo, os Suecos sabiam que era necessário arriscar, ainda que o risco seja notoriamente calculado.
Voltemo-nos para as canções e vislumbremos que continuam a haver boas razões para voltar a ouvir os Hives. The Black And White Album abre com riff estonteante em "Tick Tick Boom", para continuar a fazer festa em "Try Again". Em "Well Alright", Pelle Almqvist recorda, na voz, Ian Curtis (Joy Division), por breves segundos, e, em "Won't Be Long", deparamo-nos com a canção perfeita para o próximo álbum dos congelados Strokes.
Em "T.H.E.H.I.V.E.S." Pelle Almqvist canta We Rulle The World – e já não estiveram mais longe?
7/10
Não haverá vivalma que acompanhe o seio do mundo musical que já não conheça a história: resumidamente, os Radiohead, aproveitando o fim de contracto com a EMI, lançaram o álbum na Internet, em nome próprio, ao preço que o comprador bem entendesse - valia não pagar. Assim, a banda "vendeu" mais de 1 milhão de álbuns e afirmou ter obtido mais lucro que em todos os seus anteriores álbuns juntos. Muitos já lhes atribuem a possibilidade de cobrar os direitos de autor da tão proclamada revolução da indústria musical, que parecia estar apenas à espera da primeira bomba para explodir.
Pois bem, In Rainbows não é álbum para superar OK Computer – e será possível vir a acontecer? -, mas não deixa de ser uma colecção de grandes canções. Por vezes é épico ("Nude"), noutras uma bola de neve emocional ("Reckoner"), noutras é ainda puro desvario sónico sem rei nem roque ("Bodysnatchers"). Mas o que há a reter, é o facto de, como nos outros seis, serem necessárias várias audições para construirmos uma verdadeira apreciação do sétimo de estúdio dos Radiohead.
Haverá nome mais intocável que o dos Radiohead? Provavelmente, nos nossos dias, não! É por isso que tinham que ser os Radiohead. Quem mais para obrigar a indústria musical a dar uma volta de 180º e sair sobre ombros? In Rainbows é um grande álbum, mas vai sempre perder quando comparado com OK Computer!
7/10
Faixa a faixa:
"15 Step" - Thom Yorke (ainda mais) em registo falsete. Dá pistas – depois desmentidas pelo próprio álbum – para aquele que poderia ser o registo mais electrónico da banda;
"Bodysnatchers" - Canção desvairada, em que o único elemento disciplinado é a bateria.
"Nude" - Coros épicos à OK Computer. Tom emocional na voz de Thom Yorke. Melhor momento de In Rainbows;
"Weird Fishes / Arpeggi" - Cresce à medida que avança. Contém intensas mudanças de ritmo e uma letra bizarra;
"All I Need" - Sons tipo caixinha de musica para crianças. Letra paradoxal;
"Faust Arp" - Monstruosos instrumentos de cordas e Thom Yorke como que num confessionário;
"Reckoner" - Extremamente emocional. Thom Yorke, extraordinário, a dedicar uma canção a todos nós "seres humanos calculistas";
"House Of Cards" - As palavras ecoam como se fosse necessário ouvimo-las mais que uma vez. Parece simples, mas exige mais que uma ou outra audição. São os Radiohead;
"Jigsaw Falling Into Place" - O primeiro single é também, de forma esperada, o momento mais acessivel do album. Cresce à medida que avança no tempo;
"Videotape" - Contém pormenores fabulosos;