Saturday, May 26, 2007

The Good, The Bad & The Queen - The Good, The Bad & The Queen

Damian Albarn arrumou com os Gorillaz, anunciou que poderá estar para breve o regresso dos Blur e, como não poderia entretanto ficar quieto, juntou uma espécie de super-banda, constituida por membros dos Clash e Verve à qual chamou The Good, bad & The Queen.
Ainda que contendo gente importante como Paul Simonon (baixista), Simon Tong (guitarrista) e Tony Allen (baterista), The Good, Bad & Queen é o projecto acima de tudo de Damien Albarn. O vocalista dos Blur atingiu um estatuto que lhe permite ser líder em tudo aquilo de que faz parte. Se chamou mais uns quantos seus amigos é porque lhes confia a sua companhia e, porque tem nesses mesmos amigos exemplos de genialidade em cada posto por eles ocupados.
Em "The Good, Bad & The Queen" é tudo muito bonitinho e muito bem produzido. Um puzzle onde não falta uma única peça. No final pouco consegue entusiasmar.
Não se lhe pode chamar de grande desilusão, mas pode ser o maior flop de 2007.

6/10

Oioai - Oioai

"Oioai" é o primeiro e homónimo álbum da nova banda Portuguesa. Um misto de referências que pode muito bem passar ao lado de muito boa gente.
Despachando as referências há Jorge Palma e Toranja em "Jardim das Estátuas", principalmente em frases como "E fiz com que fosse o espaço / por entre as ofensivas". Há ainda Xutos & Pontapés no Rock acelerado de "E agora o que é que eu vou fazer?"
Por outro lado, "Sushy Baby" alerta-nos para o descalabro, "Amo-te mais longe que o Japão" é capaz de ser a pior frase alguma vez cantada em Português. "Deves Estar a Chegar" possui uma irritante repetição do título da canção ate ao fim da mesma. Em "A seta" canta-se "A sete deixou-se levar pelo vento / Deixou-se levar pelo seu talento" mostra que por vezes parece que os próprios Oioai querem ser poetas sem sentido e sem significado. "O vento apaixonou-se pela seta / e quis fazer com esta a volta completa" dispensa comentários de tão mau que é, mas logo segue-se-lhe aquele que deveria ser o caminho a seguir pelos Oioai quando cantam "Mas a seta estava farta de dispersão / Voou para Barcelona e deixou solidão"
Um álbum fraco que retrata as dúvidas de possíveis adolescentes pseudo-intelectuais.

2/10

LCD Soundsystem - Sound Of Silver

Para muitos, este é o álbum pelo qual James Murphy e os seus LCD Soundsystem serão recordados daqui para a frente. A verdade é que momentos especiais como "Loosing My Edge" e "Daft Punk is Playing In My House" já lá vão.
Rock? Indie? Estas duas vertentes com algum destaque em "LCD Soundsystem", o primeiro álbum, são em "Sound Of Silver" parcialmente deixadas de lado. Não na totalidade. Mas categorizar os LCD Soundsystem de Dance-Rock deixou de fazer tanto sentido. Não tem que ser necessariamente mau. Apenas não pode ser tão bom. Perdemos aquilo a que identificávamos os LCD Soundsystem. Não se lhes exigia um segundo "LCD Soundsystem", mas James Murphy demarcou demasiado a sua posição. Havia que mudar tanto assim a sonoridade?
São os anos 70 a decair de qualidade.

5/10

Megadeth - United Abominations

Já se diz que "United Abominations" é o melhor álbum dos Megadeth na última década. A histórica banda saída da mesma fábrica de gente como os Slayer e os Metallica oferece mais onze faixas de puro e duro trash-metal Old School.
Quando "Sleepwalker" abre o álbum com uma guitarra acústica, já temos plena consciência de que o momento não vai demorar mais que breves segundos. De imediato (Guitarrista dos Megadeth) rasga um dos muito riff's demolidores presentes em "United Abominations", de onde se sobressai o de "Gears Of War". Política (óbvia em "Washington Is Next!"), problemas sociais, religião e drogas são os assuntos predilectos de Dave Mustane, o mentor da banda desde a data da sua formação em 1983.
Bons solos e bons riff's num regresso muito aguardado.

7/10

Travis - The Boy With No Name

Provavelmente, a maior parte conhecerá os Travis da altura em que o primeiro single, "Sing", do anterior "12 Memories” passava incessantemente na MTV e canais afins. Numa altura em que os Coldplay ascendiam ao poder havia concorrência à altura. Havia...já não há.
"The Boy With No Name" veio confirmar que os Travis são uma banda cançada, de melodias simples e inconsequentes onde as ideias não abundam. Querem mesmo ser os novos Coldplay mas, não possuem canções para tal. Os quatro anos de ausência não chegaram e, se esticados teriam sido uma bênção. Se é para isto que os Travis regressaram, mais vale arrumar definitivamente as guitarras.
É um lançar às feras inesperado, este dos Travis, sendo que tenho dúvidas no facto de voltarem a arriscar outro igual.

3/10

Friday, May 25, 2007

Dave Mathews Band hoje no Pavilhão Atlântico

A Dave Mathews Band toca logo à noite pela primeira vez em Portugal depois de 16 anos de espera. A banda foi formada em 1991 por Dave Mathews e conta com 7 álbuns de estúdio. Os fãs já há muito aguardavam o momento e, consequentemente, o Pavilhão Atlântico vai estar praticamente esgotado para os receber.

Wolfmother - 24 de Maio - Paradise Garage

O Paradise Garage não é o local ideal para um concerto das proporções do Rock dos Australianos Wolfmother. Ainda assim, o local acabou por se relevar acolhedor e caloroso pelo reduzido espaço existente, entretanto ocupado pelos vários fãs da banda. A verdade é que os Wolfmother ainda não gozam do reconhecimento necessário em terras Lusas para actuar num Coliseu dos Recreios ou numa Arena no Campo Pequeno.Quanto ao concerto em si os Australianos, com influências nos anos 70 em bandas como Led Zepplin e Black Sabath, são donos do melhor concerto Rock de 2007 até ao momento.Arrancaram com "Dimension" e "Apple Tree" numa postura claramente Rockeira que se apurou quando Andrew Stockdale (Guitarra/voz) arranha o fantástico riff de "Pyramid". Seguiu-se uma das melhores canções do álbum homónimo e um dos grandes sucessos da banda, o segundo single "White Unicorn". "Love Train", "Where Eagles Have Been", "Witchcraft" e "Tales " abrandaram um pouco o ritmo que, o primeiro single e grande hit dos Wolfmother, "Woman" veio acelerar. "Woman" representou mesmo o momento mais previsivelmente caótico da noite, sendo seguida por mais um dos extravagantes solos de Stockdale. A primeira parte do concerto termina com a bem sucedida balada, "Mind's Eye".

Encore:


Como seria de prever, a banda regressa para um encore constituído por "Vagabond", a grande "Colossal" e a terminar em euforia com "Joker & The Thief".O reconhecimento pelo trabalho dos Wolfmother não deverá tardar muito em Portugal. Até lá a banda Australiana foi apenas o privilégio de uma elite.


8/10


Pedro Arnaut

Wednesday, May 23, 2007

Wolfmother amanhã no Paradise Garage

Os Australianos Wolfmother espalham, pela primeira vez em Portugal, o seu Hard-Rock influenciado por bandas como Black Sabath e Led Zepplin. O homénimo álbum de estreia é um sucesso de vendas e recebeu grandes críticas a nível internacional. A banda recebeu ainda um Grammy na categoria de "Melhor Performance". O Paradise Garage promete ser demasiado pequeno para receber todos os seguidores da nova coqueluche do Rock.
Wolfmother (Artigo: Sou Virtuoso Sou o Maior?") / Crítica - http://nevermindedmusica.blogspot.com/2007/04/wolfmother-sou-virtuoso-sou-o-maior.html

Monday, May 21, 2007

Creamfields Lisboa - 19 de Maio - Parque da Bela Vista

O Parque da Bela Vista recebeu em 2007 um Evento diferente do que lhe é habitual. Local escolhido para dois Rock In Rio's que já lá vão e para um terceiro que há de vir, desta vez o belo local recebeu pela primeira vez o Creamfields Lisboa. Muitas deficiências ao nível da organização e a vitória dos Portugueses no Main Stage são os factos a destacar.

Main Stage:

Os You Should Go Ahead (YSGA) não primam por uma grande comunicação com o público. Entraram tímidos, pouco comunicativos, mas ganharam gás para uma ponta final de grande nível. O som não ajudou. Alguns problemas técnicos serviram de algum atrito para a actuação. Apresentaram um tema novo e fizeram a festa com os já conhecidos temas do seu primeiro álbum de originais ("YSGA"), de onde se destaca o single "Like When I Was Seventeen".

Já os Expensive Soul têm a capacidade de conseguir agarrar o público desde o ínicio, daí as diferenças para o espectáculo dos YSGA. Temas do primeiro álbum como "Faz esse", "Salta Salta", "Falas Disso" e "Eu Não Sei" puxaram mais pelo público, mas os temas do segundo álbum, "Alma Cara" foram mais focados.

A doninha está melhor que nunca! O concerto da noite pertenceu aos Portugueses Da Weasel. A banda de Almada apresentou vários temas do novo "Amor, Escárnio e Maldizer", casos de "Toque Toque", "Niggaz", "Bora Lá Fazer a Puta Da Revolção" e, para finalizar, o single "Dialectos de Ternura". A banda presenteou o público ainda com o Rock de "Outro Nível", "GTA", "Tás Na Boa", "Selectah" e a apoteose de "Bomboca ("Morde a Bala") e o Hip Hop de "Toda a Gente", "Re-Tratamento", "Força" e "Puro". A destacar ainda a ajuda de Atiba na canção "International Luv", também ela do novo álbum.

Pelo segundo ano consecutivo em Portugal, os Placebo voltaram a desiludir a audiência Portuguesa, que lhes é tão fiel. Se no ano passado no Super Rock Super Rock XL se mostraram tanto desinteressados como apressados, a coisa não mudou de figura no Creamfields Lisboa, com a agravante de apenas terem tocado 50 minutos. A banda presenteou o público com o que o mesmo desejava, ou seja, temas como o fantástico "Meds", "Bitter End", "Infra-Red", "Song To Say Goodbye", "Every Me And Every You" e "Special K". Um concerto tão morno terá ficado a dever-se aos problemas de voz que têm afectado Brian Molko.

Para acabar uma noite ninguém melhor que os Prodigy. A banda de Maxim e Keith Flint deu aos presentes aquilo que os mesmos queriam: Festa! Os grandes clássicos da banda não foram esquecidos e como tal "Breathe", "Poison", "Voodoo People", "Smack My Bitch Up" e "Firestarter" marcaram presença. A fórmula parece estar bem treinada, de modo que o concerto deste ano manteve-se ao mesmo nível de o de 2005 no Super Bock Super Rock.

Pedro Arnaut e Nicolai Glazkov

Sunday, May 20, 2007

Tomahawk - Anonymous

Ainda lamentávamos a desilusão que foi a estreia de Peeping Tom, o mais recente projecto de Mike Patton e, o Ex-Faith No More lança-se num projecto que deixou congelado em 2003. Depois do passo muito ao lado que foi Peeping Tom, Patton só pode ter sentido a necessidade de ir ao baú vasculhar pelos seus projectos mais antigos. Desta vez a prova foi de certa forma superada. "Anonymous" é mais um álbum de digestão complicada, ao contrário de Peeping Tom, que era um produto bem mais acessível, que não parecia ser mais que uma tentativa de Patton fazer regressar a melodia dos Faith No More. "Anonymous" não é mais que uma bela batalha sonora. Será que ainda lhe podemos voltar a denominar de génio?

7/10

The Nightwatchman - One Man Revolution

Aquando do anúncio que Tom Morello iria lançar o seu primeiro álbum a solo sob a designação de NightWatchman, a primeira ideia que invadiu a mente de muito boa gente era a de que Morello ia editar um álbum ao bom estilo de Joe Satriani ou mesmo Steve Vai. O guitarrista dos Rage Against The Machine (RATM) e Ex-Audioslave (parece que já podemos tratar as coisas nestes termos) trocou-nos as voltas. "One Man Revolution" é um álbum acústico e claramente político. Em treze faixas Morello espalha toda a sua revolta quanto à administração Bush e os seus EUA. Com menos ou mais (como em "House Gone Up In Flames") afinco Morello espalha críticas, tornando-se mesmo repetitivo numa fase final do álbum. O objectivo deste álbum é óbvio. Morello em entrevista à BBC já havia referido que pretendia reunir os RATM tendo em vista o regresso à revolução política com a banda de Los Angeles.

6/10

Maroon 5 - It Wont Be Soon Before Long

Se 0 primeiro álbum dos Maroon 5, "Songs About Jane" lançou a banda de Adam Lavigne para o estrelato, "It Wont Be Soon Before Long" parece tentar cimentar a posição, sem sucesso."It Wont Be Soon Before Long" não possui nem a originalidade, nem a qualidade das canções do álbum debuteante. Quanto à lírica, há que referir que se o normal é a evolução a esse nível de um disco para outro, no caso dos Maroon 5 a coisa deu-se ao contrário. "It Wont..." fica bem abaixo de "Songs..." também nesse aspecto. Também os riff's de guitarra parecem todos muito iguais, salvo uma ou outra excepção. As canções são banais."It Wont..." segue a mesma linha de "Songs...", mas num patamar bem inferior.

4/10

Enter Shikari - Take To The Skies

Antes de "Take To The Skies" ser editado, já havia um certo single, "Sorry You're Not a Winner" a invadir as televisões por cabo dedicadas à música. O que é um facto é que o vídeo desse single consegue transmitir uma ideia de miúdos cheios de acne, que têm por objectivo conquistar uma geração MTV. Não é bem assim. "Take To The Skies" revela uma banda com um estilo inovador. Uma mistura de electrónica, Hardcore e muita melodia em que a faixa "Adieu" é o momento mais alto. Composto por 11 canções e vários interlúdios, o primeiro álbum dos Enter Shikari pode muito bem marcar o ano ao nível da originalidade.

7/10

Dream Theater - Systematic Chaos

Antes de mais há que referir que "Octavarium" não era a maldade progressiva que foi apregoada, mas "Systematic Chaos" supera-o sem qualquer duvida."Systematic Chaos" segue a mesma linha do antecessor mas, com uma qualidade inevitavelmente superior. A improvisação técnica, a lírica, os solos, tudo está mais no sítio desta vez. Começa com "In Presence Of Enemies Part 1", faixa típicamente Dream Theater. Segue-se-lhe "Constant Motion" para acelerar. "The Dark Eternal Night" com um início vocalmente agressivo torna depois à normalidade dos parâmetros Dream Theater. Já "Repetence" e "The Ministry of Lost Souls" são bem mais lentas. Canções de 10/15 minutos, improvisos como se não houvesse amanhã. Tudo isto é Dream Theater. Tudo isto é o que o fã quer.

8/10

Saturday, May 19, 2007

The Who - 16 de Maio - Pavilhão Atlântico

Foi um Pavilhão Atlântico com o palco a cortar ao meio, que recebeu cerca de 3000 pessoas, que tinham como objectivo constactar ao vivo a reunião dos dinossaurios The Who. A banda arrancou a actuação de forma um pouco tímida, mas ao chegar a "Who Are You" a coisa rebentou definitivamente! O público reagiu principalmente e previsivelmente com as canções que compõem a banda sonora da série CSI - Crime Sob Investigação, como são o caso de "Won't Get Fooled Again" e "Baba O'Riley". O concerto durou quase duas horas e a plateia era composta maioritariamente, por razões óbvias, por quarentões "alucinados" com o espetáculo de Pete Towsend (na foto) e companhia. De referir ainda que Towsend ia partindo a guitarra bem ao seu estilo. A pouca afluência deverá ter-se devido à grande quantidade de concertos e festivais a acontecer nos próximos tempos. De qualquer forma os Who exigiam um público diferente, mais virado para o Rock dos anos 70. E sendo assim torna-se díficil de compreender.

Pedro Arnaut e Rui Simões

Mika - O que é que ele tem a mais que os outros?

Mika é o novo fenómeno da pop mainstream. Dono de um estilo (e voz) mais que duvidoso quanto à sua direcção sexual, Mika lançou a discussão na crítica musical. Uns referem que Mika não deve ser levado tão a sério e até é bem melhor que outros que entretanto apareceram como James Blunt ou Daniel Powter, outros referem que Mika é mau, muito mau! Para começar há que dizer que Mika é daqueles artistas que fica bem dizer mal. Temos outros exemplos como James Morrison ou...James Blunt. Goste-se ou não há sempre uma tendência a dizer que se odeia. Mika pode ser o tal prazer culpado.

Mika é mainstream, muito mainstream:

Pelo menos é assim que o New Musical Express (NME) o descreve. A verdade é que a publicação britânica se recusou a critícar ou sequer mencionar Mika nas suas páginas. Compreensível, visto que o NME segue uma conduta de música alternativa, sendo a única publicação musical periódica que se recusa a explorar os meandros do mainstream:

Influências:

As influências mais apontadas são maioritariamente as de Freddie Mercury (Queen) e Jake Shears (Scissor Sisters). Freddie Mercury é apontado pela Popmatters, Allmusic (que também menciona Elton John), Uncut, BBC Collective, Sputnikmusic (que também menciona David Bowie, Elton John, os Wham! e Bee Gees) e DotMusic (que menciona ainda ELO, Sparks, Bee Gees e Robbie Williams). Apenas as últimas duas são críticas claramente de classificação negativa. Os Scissor Sisters são mencionados pela Uncut, DotMusic e Entertainment Weekly.A Playlouder escreve que "Life In Cartoon Motion" é um álbum completamente gay". As razões prendem-se pelo teor da voz ou por algumas letras mais arrojadas.

Gilty Pleasure:

A Uncut compara Mika com os "prazeres culpados" que são os Scissor Sisters e The Feeling. A canção "Grace Kelly" prova-o. Não há como evitar não ouvir Mika passar nas rádios e estações televisivas. Quem gosta evita comunicá-lo. Quem não gosta orgulha-se do facto.


Mika
"Life In Cartoon Motion"


É um dos principais pontos de desacordo na critíca internacional na actualidade. O NME recusou-se a critícar "Life In Cartoon Motion" por considerar Mika "demasiado mainstream". É-o de facto.Desde já refira-se que esta não é uma típica critica do dizer mal por dizer e porque fica bem e está na moda, até porque a estreia de Mika não é um pesadelo. É quase! Seguindo a linha de um James Morrison, um James Blunt ou, um Daniel Powter, Mika pega nas canções por si compostas e toca de lançar um álbum. Remete-nos para o disco-sound, e consequentemente, para os Bee Gees, mas não se fica por aí. Jake Shears (Scissor Sisters) parece ser mesmo a maior referência de Mika. O vocalista do Scissor Sister "aparece" em "Love Today", "Relax (Take it Easy), "Any Another World" e, finalmente, em "Stuck In The Middle", que parece-se demasiado com "Laura" dos...Scissor Sisters. Mika mascara-se ainda de Freddie Mercury no muito eufórico "Grace Kelly" e de Robbie Williams em "Big Girl (You're Beautiful) e "Stuck In The Middle".Mika peca no exagero. Os falsetes em canções como "Love Today" e "Lollipop" são de causar repulsa. Não é demasiado mau, mas também não chega ao razoável. Fica-se pelo meio.

4/10

Friday, May 18, 2007

Creamfields Lisboa é amanhã no Parque da Bela Vista

O conhecido evento itenerante Creamfields vai-se realizar pela primeira vez em Portugal. O evento acontece no Parque da Bela Vista estando recheado de grandes nomes e vários sub-mundos da electrónica. Prodigy, Placebo e Da Weasel são nomes maiores do evento, mas há muito mais a descubrir no Creamfields Lisboa.

Main Stage:

Os Prodigy dispensam apresentações. Depois de duas actuações absolutamente fantásticas em território nacional nos últimos dois anos, a banda regressa a Lisboa, onde começa a ser cliente habitual. Hinos como "Smack My Bitch Up" e "Firestarter" prometem voltar a incendiar Lisboa.

Os Placebo representam mais um regresso a Portugal patrocinado pelo Creamfields Lisboa. Depois do morno regresso de 2006 com a actuação no Super Bock Super Rock XL, espera-se que a banda de Brian Molko conpense a audiência Portuguesa e que se apresente de preferência sem pressas. Recorde-se que a banda tem vindo a comemorar o seu 10º aniversário no decorrente ano.

Os conhecidos animais de palco Portugueses, Da Weasel são responsáveis pela ponte para os grandes cabeças de cartaz. "Amor, Escárnio e Maldizer", o último dos Da Weasel está a ser um pouco apresentado pelos Festivais Académicos por esse país fora, mas a Doninha já fez questão de saber que este vai ser o concerto que se vai centrar mais nas novas canções. Tudo começará aqui.

"Alma Cara" já data de 2006, mas os Expensive Soul continuam a promover o seu último álbum de estúdio. Recebido de forma mais fria que "B.I.", "Alma Cara" deverá ser tocado quase na integra no concerto de amanhã. A banda é conhecida pelo clima festivo dos seus espetáculos.

Serão mesmo o mais desconhecido nome do Palco Principal do Creamfields Lisboa. "YSGA", o primeiro álbum, saiu em 2006. Donos de um Pós-punk ao nível do que se faz lá por fora, têm em "Like When I Was Seventeen" o seu grande hino.

Restante Cartaz:

Olá Love2Dance:

Giant Sphere
Steve Lawler
Sander Kleinenberg
Layo & Bushwacka!
Silicone Soul
Diego Miranda
Stereo Addiction

Olá Love2Dance - La Isla:

David Morales
David Guetta
Tom Novy
Kaskade
Miguel Rendeiro
The Fahze

Coca-Cola Reggae Stage:

Max Romeo
Dub Incorporation
Slightly Stoopid
Jahcoustix & Dubios Neighbourhood
One Sun Tribe
Nubai Sound System
Fire Starter Sound System

Axe Radio Soulwax:

Soulwax
Who Made Who
Digitalism
Spektrum
Wraygunn
Vicious Five
The Poppers

Bacardi Kubik:

2 Many DJs
M.A.N.D.Y. (Patrick Bodmer DJ Set)
Tiefschwarz
Erol Alkan
Rui Vargas
Glam Slam Dance
Tha Bloody Bastards

Super Bock Silent Club:

Señor Pelota vs Andy H
DJ China vs DJ Kid Selecta
Kamala vs John-E
Gonçalo Alvoeiro vs Nuno Di Kovaks
Antony Millard vs DJ Enigma
CJ Vega vs DJ Who&Undercover DJ
DJ Mauro vs Luis Magone
DJ Fernando Alvim vs Mónica Mendes

Da Weasel - "Amor, Escárnio e Maldizer" (crítica): http://nevermindedmusica.blogspot.com/2007/04/da-weasel-amor-escrnio-e-maldizer.html

You Should Go Ahead - YSGA (Crítica): http://nevermindedmusica.blogspot.com/2007/04/you-should-go-ahead-ysgax-wife-side.html

Bloc Party hoje no Coliseu dos Recreios

Os Bloc Party têm actuação marcada para hoje à noite num esgotado Coliseu dos Recreios. A banda de Kele Okereke actua pela segunda vez em Portugal, depois de se ter estreado onde quase todas as bandas se estreiam, no Festival Paredes de Coura na edição do ano passado, em 2006. A banda editou até ao momento dois álbuns de estúdio. O primeiro, "Silent Alarm" foi editado em 2004 e tornou-se rapidamente num sucesso mundial, graças ao hino Vodafone, "Banquet". O segundo foi lançado já no decorrente ano, intitulado "Weekend In The City" demarcando-se do primeiro com uma atitude mais progressiva e ambiciosa.

Weekend In The City (Crítica): http://nevermindedmusica.blogspot.com/2007/04/bloc-party-weekend-in-city.html

Wednesday, May 16, 2007

Manic Street Preachers - Send Away The Tigers

"Send Away The Trigers" sucede a "lifeblood", álbum de 2005, recebido de forma fria e desconfiada.
O grande clássico da banda, "The Holy Bible" continua a deixar marcas. Mas "Send Away The Trigers" não sofre apenas desse mal. Começando pela lírica, o oitavo álbum dos Manic Street Preachers é desinspirado. Nada que nos apanhe de surpresa, pois desde o desaparecimento do guitarrista e ex-principal-compositor da banda, Richey James, que os Manic se afundam a cada álbum em termos líricos. Pode-se reconhecer como excepção o espectacular primeiro single, "Your Love Is Not Enough", dueto com Nina Person, vocalista dos The Cardigans, que é candidata a canção do ano. Mas atenção. Se quisermos eleger a melhor canção ao nível lírico, a escolha terá de recair sobre "Rendition". Há ainda "Second Great Depression", uma canção boazinha.
Chega para salvar a honra do convento.

6/10

Linkin Park - Minutes To Midnight

Se é um facto que o Nu-Metal já lá vai, não deixa também de ser verdade que os Linkin Park fizeram questão de o enterrar. "Minutes To Midnight" é o funeral ideal para qualquer não-fã da banda de Mike Shinoda e Chester Bennington. Os fãs lamentarão o passo em frente. A partir de "Minutes To Midnight" vai existir sempre o pré e o pós-"Minutes do Midnight". Estarão os Linkin Park fartos e envergonhados do seu passado Rap-Metal, ou terão apenas tomado a tempo consciência de que não queriam se tornar nos próximos Limp Bizkit? Vale a pena referir que todas as bandas da moda Nu-Metal, ou estão enterradas, ou já não vendem metade do que vendiam no período áureo do estilo.
Primeiro que tudo há que tirar o chapéu aos Linkin Park. Recusaram-se a inovar o seu som apenas por inovar. Foram bem mais longe. "Minutes To Midnight" é um trabalho progressivo e de Rock clássico, com raras incursões no Metal. Há apenas duas faixas que nos remetem para a banda do início do século, são elas o primeiro single "What I've Done" e "No More Sorrow", sendo que "Given Up" também anda lá perto. Há faixas muito boas como "In Pieces" e, principalmente, "Shadow Of The Day", uma balada mid-tempo pedida de emprestado aos U2.
Falta apenas referirmo-nos ao trabalho de Mike Shinoda. Se o maestro da banda é agora, sem dúvida, Bennington, Shinoda ainda chama a si três canções. Rappa em "Bleed it Out", canção funk-rap, em "In Betweem", manifesto anti-Bush e em "Hands Held High" que impõem a questão: Será isto hip hop progressivo? "Minutes To Midnight" foi produzido por Ric Rubin e, é um passo tremido dos Linkin Park em direcção a um novo mundo.

6/10

Tuesday, May 15, 2007

A Semana

Britney Spears está de volta aos palcos. Depois de três anos de agradável interregno, a pseudo-cantora está de volta. A artista actuou durante pouco mais de 10 minutos. E como durante pouco mais de 10 minutos soa-me tão bem… Será uma espécie de truque para diminuir as probabilidades de a apanharem em Playback? Bem, ela agora está sem cabelo. O Playback deixou de ter importância. Mais! A cantora apresentou-se ainda de peruca castanha. E eu que pensava que ela tinha orgulho da carequinha que fez questão de mostrar ao mundo. A cantora despediu-se ainda com um «Muito obrigado. Estas são as minhas bailarinas» Sem dúvida palavras finais tocantes e, tenho a certeza que no fim o público ficou muito mais esclarecido. Obrigado Britney! Mantenhamo-nos lado a lado com a paródia para mais duas ou três notícias do Jet7 de lá por fora.
Quem mais para ocupar estas linhas que não Paris Hilton? A...”pessoa” em questão foi novamente apanhada a conduzir sem carta, depois desta já ter sido anteriormente vítima de pena suspensa. Das duas uma, ou a Sra. Hilton inventa um qualquer escândalo por detrás das grades, ou sai da prisão com um potencial best-seller co-escrito com o seu advogado de defesa.
Por seu lado, mas mantendo o ritmo, George Michael foi obrigado a interromper a sua estada em Portugal com vista ao início da digressão “25 Live”. O cantor viajou na última terça-feira para Londres, para ser ouvido pelo tribunal alegadamente por conduzir sob o efeito de substâncias ilícitas. Ao menos deu-se como culpado. Podia ser pior.
Outra notícia em foco esta semana foi o despedimento de dois elementos dos Evanescence por parte de Amy Lee. Depois do abandono do fundador, Lee afasta os dois restantes elementos originais. Nota-se perfeitamente que a vocalista da banda gótica é uma pessoa com quem é muito fácil de lidar e sem manias da grandeza. Lembram-se dos Guns N' Roses?
Uma notícia bem mais alegre e desfalcada das restantes é o que retrata o facto do Festival Oeiras Alive! 07 ser dos festivais com mais bilhetes vendidos no site do New Musical Express (NME). Cabeças de Cartaz como Pearl Jam, Linkin Park, Smashing Pumpkins, White Stripes e Beatie Boys a preços mais reduzidos que no resto da Europa são apontados como os principais responsáveis por tal facto. E uma longa vida à Everything Is New e ao Festival Oeiras Alive!
Perdoem-me uma revisão da semana tão Revista Maria.

The Who amanhã no Pavilhão Atlântico

A histórica banda Punk dos anos 60/70 passa pelo nosso país depois do regresso oficial e de um novo álbum de originais, "Endless Wire" recebido de forma fria pela crítica musical. Depois do hiato durante os anos 80 e 90 é com grande expectativa que Portugal recebe a banda de Pete Towsend, afamada muito pelas suas actuações ao vivo. Ainda há bilhetes e variam entre os 30 e os 40 €!

Monday, May 14, 2007

George Michael + Fingertips - 12 de Maio - Estádio Municipal de Coimbra

Segundo dados da organização estiveram 27 mil pessoas em Coimbra a assistir ao estrondoso espectáculo de George Michael.

O cantor britânico George Michael que já se encontra no nosso país desde dia 6 de Maio, levou ao rubro o estádio de Coimbra. "Waiting" deu início ao espectáculo que se prolongou por duas horas, com vinte minutos de intervalo. Com uma voz impecável, afinadíssima e sozinho no palco com 57 metros de largura, em cima de uma estrutura de leds em forma de onda, George Michael (GM) mostrou-se à vontade e recuperado dos 15 anos que se manteve afastado das digressões.Vídeos, efeitos de luz e gráficos ajudaram a colorir as músicas que fazem parte do imaginário de todos. Com um fato preto e os habituais óculos escuros, GM dançou e percorreu as extremidades do palco e da passadeira que entrava pela plateia, cumprimentando os presentes. «Obrigado! Ficarei para sempre grato por estes 25 anos», marcaram a despedida do músico de Portugal onde passou uma semana, entre o Porto e Coimbra. Os 15 músicos que o acompanham na «25 Live Tour» fizeram-se ouvir, naturalmente, mas longe da vista do público. Distribuída por dois andares no fundo do palco, a banda teve de esperar pelo fim do concerto para se fazer notar na ficha técnica que distraiu o público, enquanto George Michael entrava no carro e, com batedores, abandonada Coimbra, altura em que a multidão começou a dispersar para voltar a encontrar-se nas filas de trânsito compacto em direcção à auto-estrada, rumo a casa. Para além do excelente concerto de GM e do bom aquecimento pelos Fingertips. A situação mais desagradável a ser registada foi a grande desorganização por parte da organização. As passagens entre o relvado e as bancadas vip´s não estavam devidamente vedadas, o que originou muitas pessoas com bilhetes de relvado e balcão e superior (bilhetes francamente mais baratos) ocuparem lugares nas bancadas vip´s. Os próprios bilhetes das bancadas vip´s foram vendidos a vários preços devido a promoções de última hora. Para finalizar em beleza, as saídas da cidade de Coimbra (direcção auto-estradas) não foram devidamente sinalizadas o que originou um maior congestionamento do trânsito. Fora todos estes inconvenientes, a noite de 12 de Maio será uma noite a registar para sempre por muitos Portugueses!
Ana Rebelo

Saturday, May 12, 2007

Outros Álbuns


Good Charlotte - "Good Morning Revival" - 2/10

A mesma cantiga de sempre





Fall Out Boy - "Infinity On High" - 4/10

"This Ain't A Great Scene"

Bjork - O mito "Medulla"

Quando em 2004 Bjork lança "Medulla", um registo essencialmente vocal e, como alguém referia "Música com menos instrumentos por metro quadrado", estaria longe de imaginar-se que passados 3 anos, tal registo iria ser o mais mal-amado álbum de Bjork. Surgem agora comparações com a edição do novissimo "Volta". "Medulla" era menos isto, "Volta" já é mais aquilo. O essencial é que a imprensa está a denegrir o que outrora egrandeceu.

"Medulla" e a crítica:

É surpreendente que "Medulla" seja neste momento tão negativamente criticado quando em 2004, publicações como por exemplo o "The Guardian" atríbuia uma nota de 5 valores em 5 possíveis e referia que "Medulla" era «divertido e um autêntico hinário, às vezes surpreendentemente violento, outras sombrio mas, sempre receoso.»! Lembro-me perfeitamente de na altura a Blitz atribuir um valoroso 8/10, mas recentemente ter colocado o álbum na lista dos 30 piores de sempre. Colocar-se-á a tal questão do que o que é para mim, não é para ti. E aplica-se tão bem aqui...


"Volta" torna a colocar toda a gente em humanidade. E podemos estar descansados que daqui a uns 2/3 anos quando Bjork voltar à carga, "Volta" não terá sido dissecado.Lembro-me de por exemplo e, focando-me apenas nas mais conhecidas publicações musicais, de a Rolling Stone ter atribuído 3,5 estrelas em 5 possíveis e a Uncut 4 em 5.

Conclusão:

Terá sido o peso de uma artista como Bjork e o facto de não antes ter falhado redondamente, que levou a crítica a elevar "Medulla" primeiramente a um nível de crítica positiva e, posteriormente, ao da crítica negativa. O que é um facto é que hoje em dia "Medulla" é tido como o pior álbum de sempre de Bjork.

Bjork
"Volta"

"Volta" faz esquecer o mito "Medulla". O experimentalismo está aqui patente mas, na velha forma da menina Bjork. Bjork sempre foi artista para recusar o mainstream e arriscar a cada álbum uma nova abordagem. "Volta" de certa forma remete-nos para os momentos que fizeram de Bjork aquilo que é hoje em dia. A produção a cargo de Timbaland (onde é que ele não está?) é mesmo a maior surpresa da Islandesa para 2007. No campo das não surpresas coloquemos a colaboração com Anthony (Anthony & The Johnsons). As duas vozes funcionam na perfeição. Oiça-se o primeiro single "Earth Intruders", um verdadeiro exemplo daquilo que Bjork preparou em "Volta". Quem mais se lembraria de colocar o som de um navio durante mais de um minuto no fim da canção? "Volta" mais vezes Bjork, estás perdoada!

7/10

Kings Of Leon - Because Of The Times

"Because Of The Times" apanha o ouvinte de surpresa. É um dos álbuns mais ambiciosos do ano! Lembram-se de "Tapper Gean Girl"? Não tem nada a ver! Logo ao primeiro tema, 7 minutos de contornos épicos é algo novo para os Kings Of Leon. Pois então, assim como os Kasabian, os Kings Of Leon optaram por arriscar com ambição, muita ambição! Mas, a irmandade consegue ainda surpreender-nos em faixas como "On Call", "Black Thumbnail" e principalmente em "McFearless", faixa surpreendentemente sofrida e emocionada (elogio). "Because Of The Times" confirma os Kings Of Leon como uma das bandas que o futuro encarregará de provar serem grandes. Outras certezas serão os Arcade Fire (à cabeça), The Killers e...Kasabian. Talvez as tour's conjuntas com gente como os Pearl Jam ou U2 lhes tenha alimentado a ideia de grandeza. Os U2, pelos menos estão lá e, são notórias as influências da banda de Bono e The Edge. À terceira, os Kings Of Leon "rugiram" o melhor álbum da sua curta carreira. Atenção ao balanço anual!

8/10

Thursday, May 10, 2007

The Stooges - The Weirdness

Se, á coisa de duas semanas, aquando da critica ao segundo álbum dos Arctic Monkeys, referia que, em relação ao álbum de há um ano atrás, a fórmula era a mesma, o que dizer quando a fórmula já é a mesma à 40 anos? Poderá se argumentar que em 34 desses 40 não existiram quaisquer edições discográficas mas...

The Weirdness é Rock directo, clássico, sem desvios. "Free and Freaky" é um exemplo perfeito. É música descomprometida e divertida. Não é, portanto, um álbum para levar totalmente a sério. "You Can't Have Friends" possuiu aquele refrão orelhudo típico de Iggy Pop, assim como "Idea of Fun", o melhor momento do álbum, em que Iggy chuta "My Idea of Fun / Is Killing Everyone". Está tudo dito.

Uma mesma formula para todo o álbum que sempre foi a formula dos Stooges.

5/10

Noisettes - Whats The Time Mr Wolf

O que diferencia o Indie Rock dos Noisettes, das restantes bandas praticantes do estilo, é a voz da vocalista Shingai Shoniwa: fortíssima, frenética, imparável, carismática. A banda poderá ser responsável por alguns dos melhores momentos, ao vivo, do ano. Isto, claro, se a energia em disco passar para o palco.

The White Stripes e Yeah Yeah Yeahs dizem-se as principais influências. Dos primeiros há a forte bateria de Jamie Morrison e dos segundos a rebeldia feminina contida numa frontwoman extremamente personalizada.

Oiça-se o primeiro single "Don't Give Up" e descortine-se a soul (outra das influências aqui inseridas) contida na voz da menina que canta. Há desvarios jazz, tornando-se imparável em "Sister Rosetta (Capture The Sprint)".

Não é das melhores coisas do ano, mas é bom.
7/10

Friday, May 4, 2007

Brincando aos Clássicos: Nirvana - Nevermind

Há muito a escrever sobre Nevermind para além do facto de ter sido o mais marcante álbum dos anos 90 e um dos melhores de sempre. Depois da crueza de Bleach era impossível esperar algo assim. Nevermind é álbum suficiente para mudar o mundo. E mudou mesmo. O nosso, mas principalmente, o dos três jovens músicos de Seattle: Chris Novoselic, Dave Grhol e, particularmente, Kurt Cobain.

Concentremo-nos nas canções. Nevemind possui uma das melhores colecções de riff's de sempre da história do Rock. "Smells Like Teen Spirit" possuirá o melhor de todos. A canção explode com a bateria de Dave Grhol mas é a lírica forte e a rebeldia qb do vídeo que torna a canção num sucesso de nível mundial e num clássico de sempre. Possui ainda um dos melhores solos de todos os tempos que se limita a seguir a melodia da canção. É aqui que a embarcação dos Nirvana dá uma volta de 180º. "In Bloom" possui mais um grande riff e, ao contrário de "Smells Like...", não explode com a bateria de Grhol mas sim com o poderoso refrão cantado por Cobain e duplicado em coro com o baterista da banda. "Come As You Are" é, para não variar, mais um grande e marcante riff, mais um clássico instantâneo, deprimente e talvez a canção com a letra mais ininterpretável dos Nirvana. "Breed" consegue arrancar - sim, adivinharam! - mais um grande riff e, a par de "Stay Away", são as canções com mais groove de "Nevermind". "Lithium" é a canção pseudo-depressiva, em que Cobain expulsa para fora todo o ódio que possui de si mesmo. "Polly" é a balada em que Cobain se coloca na pele de advogado do diabo. Expressa os sentimentos de um violador para com a sua vítima. A letra é baseada numa notícia que havia chocado Cobain. "Territorial Pissings" é a canção mais pesada. Contém frases como "Just because you're paranoid / Don't mean they're not after you" que explicam o porquê de Cobain ter sido, por muitos, considerado um génio. "Star Away" para além do já referido groove lança a par de "Smells Like..." uma certa angústia de Cobain para fora. Frases como "Rather be dead than cool" e, claro, "God Is Gay" provam-no. "Drain you" arranca com "One baby to another said / I'm lucky to met you / I don't care what you think / Unless it is about me", introdução, no mínimo, contagiante. É uma das canções que se diz ter sido composta a pensar em Tobi Vail - vocalista das Bikini Kill que havia deixado Cobain por não desejar relações sérias. "On a Plain" é um hino à improvisação! O líder dos Nirvana debita, em piloto automático, uma letra que é obviamente...improvisada (É certo, sabido e admitido que Kurt compunha as letras à pressa no final das gravações). A canção começa mesmo com "I'll start this off without any words". Comprovado! Something In The Way" é mais uma balada que descreve a experiência do vocalista na altura em que foi expulso, pela mãe, de sua casa. O álbum acaba com uma Jam, em que a banda segue Cobain que explode de fúria. Indecifrável!

A mistura de rebeldia, groove, distorção, a voz de Cobain, a forte bateria de Grhol e alguns dos melhores riff's da história do Rock, tornam Nevermind num clássico incontornável da história do Rock e Cobain num ícone da música ao nível de Freddy Mercury ou Jim Morrison.

Tuesday, May 1, 2007

Within Temptation - The Heart Of Everything

Em fórmula que ganha não mexe. Os Within Temptation (WT) não mexeram.

Importa aqui questionar, o que afinal ganharam os WT depois do último The Silent Force? O reconhecimento, o público e...contas bancárias mais avolumadas. E, claro, perderam. Perderam a identidade, os mais acérrimos fãs e a criatividade.

The Heart Of Everything é, em tudo, igual a Silent Force. Os riff's de guitarra são mesmo muito iguais entre si, ressalvando a ideia que estamos a ouvir sempre a mesma canção no que a guitarra diz respeito. A voz de Sharon Den Adel continua também ela no mesmo tom e com o mesmo problema: demasiado melodiosa. Meia audição chega para fartar o ouvinte.

"What Have You Done" com a participação de Caputo vai ser responsável por muitos Gilty Pleasures, incluindo o do escriba e é a única faixa que marca alguma diferença entre The Heart... e o seu antecessor.

Bizarra a forma como na faixa título Sharon chega a parecer Alannis Mourissette.

3/10

Klaxons - Myths Of The Near Future

Um novo fenómeno musical ao qual chamam de New-Rave, por terras de Sua Majestade, anda por aí a (tentar) dar cartas.

Os Klaxons talvez sejam donos de uma fórmula singular nos dias que correm. Não são uns novos Franz Ferdinand, ou uns !!!, ou muito menos uns Oasis. As referências passam pela pop dançável de uns Primal Scream ou, mesmo, de uns Stone Roses. Acaba por resultar numa experiência de certa forma caótica mas de enorme qualidade e potencial.

É, pois, difícil ficar indiferente ao contagiante ritmo de que as canções dos Klaxons são feitas. Junte-se-lhe uma lírica bizarra (minotauros e unicórnios incluídos) como que a gerar um novo movimento a par dos Wolfmother, ao qual poderiamos chamar de Mad-Rave.

8/10

Clap Your Hands And Say Yeah - Some Loud Thunder

Há dois anos, os Clap Your Hands And Say Yeah eram recebidos de braços abertos, não só pela comunidade indie, mas também pela imprensa especializada. A estreia homónima chegou mesmo a conquistar o lugar nos marcos do ano para muitas publicações.

Provavelmente, se a estreia não tivesse sido recebida de forma tão fervorosa - como aconteceu para estes lados e, neste momento, os Clap Your Hands And Say Yeah não estariam a ser dissecados pela imprensa musical estrangeira.

É verdade que é quase impossível descodificar as palavras debitadas pela encavalitada voz de Alec Ounsworth, sendo que, a certa altura, nos perguntarmo-nos se não terá o mesmo inventado um novo dialecto. Ainda assim, boas faixas como "Satan Said Dance" e "Yankee Go Home" não deixam Some Loud Thunder bater no fundo. Nem pouco mais ou menos.

6/10

The Hold Steady - Boys And Girls In America

O conceito dos Hold Steady ultrapassa a normal definição de Rock. A forma como Craig Finn se torna num contador de histórias ultrapassa o conjunto guitarra, baixo e bateria que caracteriza o estilo indie. Ele é um autentico Messias do Rock contemporâneo.

Comecemos por concluir - perdoe-se a antítese - que no que Separation Sunday foi a surpresa, Boys And Girls In America é a confirmação. Guitarras destorcidas e pesadas (em "Same Kooks" chega a soar heavy metal no solo de guitarra), sendo ainda assim pormenores como a voz feminina no refrão de "Chillout Tent" que fazem de Boys And Girls In America um grande álbum de Rock.

Chamemos-lhe poetry-Rock.

8/10