The Chemical Brothers - We Are The Night

Foi há cerca de um mês atrás, que os Groove Armada decretaram a sua própria entrada para um abismo sem aparente saída. A história tem tendência a repetir-se. Mas para os Chemical Brothers, apesar de um fraco regresso, ainda há esperança.

Ao fim de 17 anos de carreira e cinco discos (se descontarmos os álbuns de remixes), os Chemical Brothers têm por certo consciência que o mundo já não é o mesmo. No que à música e respectivas modas diz respeito, a mudança acentua-se. Em "We Are The Night", título que remete para as pistas de dança, o duo Tom Rowlands e Ed Simons espalha-se ao comprido.

Vamos por partes: é verdade que o tema-título poderá muito bem tornar-se num instantâneo clássico das pistas de dança. É também verdade, que "Do It Again" é uma respeitável tentativa da banda atingir os TOP's mundiais. Mas, a verdade é que também aqui encontramos uma "The Salmon Dance" com participação de Fatlip, que mais parece uma ridícula aula de aeróbica. A introdução "Let me introduce to you a brand new dance / I know you gonna love it if you give it one chance / It's not complicated, its not too hard / You don't even have to be a hip-hop star!" deita por terra qualquer hipótese de salvação. Descortina-se ainda qualquer coisa de Gorillaz do primeiro álbum, mas é apenas fogo de vista.

Em "All Rights Reversed" a história é outra. Convocam ironicamente os Klaxons (para quem não sabe, a nova coqueluche da música de dança). Aqui aplica-se o provérbio que diz que "O melhor ataque é por vezes é a defesa". E neste caso, os Chemical Brothers foram inteligentes o suficiente.

Entre instrumentais insonsos e mais uma ou duas participações pouco adocicadas, o álbum arrasta-se na parte final de forma penosa.

Um esquálido 6º álbum da carreira dos Chemical Brothers. O momento parece já não ser deles. Esse momento parece ser de novos projectos como os já citados Klaxons, mas também os Justice ou os Digitalism.

4/10