Monday, July 2, 2007

4-3 = 1 Génio

2002 foi o ano da mudança para os Queens Of The Stone Age (QOTSA). Josh Homme, Nick Oliveri (agora nos Mondo Generator), Mark Lanegan (agora a solo) e Dave Grhol (Foo Fighters) criavam "Songs For The Deaf", um perfeito manifesto do melhor stoner-rock alguma vez criado, resultado da criatividade de quatro dos mais importantes nomes do Rock actual. Ghrol na bateria, Homme, na voz e guitarra, Lanegan na guitarra e Oliveri no baixo criavam assim, um dos mais importantes álbuns do século XXI. A actuação no Paredes de Coura de 2003 (ainda que sem Ghrol) confirmou a máquina bem oleada que eram os QOTSA nessa altura.

Songs For The Deaf

É o álbum que marca a história dos Queens Of The Stone Age. A partir daqui Josh Homme deixa de ser um mero desconhecido, para passar a ser considerado por alguns uma das melhores e mais versáteis vozes do Rock actual. Dave Ghrol aprofundava a sua veia que diz que em "Tudo aquilo em que toca tem o sucesso como destino final". Nick Oliveri tornava-se no mais carismática baixista da época e a Mark Lanegan permitia-se encarreirar a solo. Em 2002/2003 os Queens Of The Stone Age eram a maior banda rock do mundo. "Go With The Flow", "Song For The Dead" e principalmente "No One Knows", tornavam-se em hinos para uma comunidade indie sedenta da novidade que os Strokes e os White Stripes não podiam oferecer.

Bater com a porta

Dave Ghrol era colaboração para um só disco. é portanto natural a sua saída da formação da banda. Menos normais foram as saídas, primeiro de Nick Oliveri (para os Mondo Generator) e Lanegan para encarreirar a solo. A saída de Oliveri segundo declarações recentes de Homme deveu-se a algo que se passou e que ninguém saberá ao certo. Mark Lanegan apostou numa carreira a solo, lançou "Bubblegum" e colaborou com Isobell Campbell. O bater com a porta de Lanegan terá sido apenas por razões de cariz profissional, sendo que o guitarrista realizou na última digressão algumas visitas em concertos da banda e conta com uma participação no fresco "Era Vulgaris".

Lullabies To Parallyze

O quarto álbum dos QOTSA foi o mais incompreendido de todos! A sensação de vazio provocada pela saída de Oliveri deixava a crítica de pé atrás e de armas apontadas a Homme e companhia. A nova companhia. A formação era agora composta por Troy Van Leeuwen na guitarra, Joey Castillo na bateria e Michael Shuman no baixo. Os QOTSA regressavam de novo a Paredes de Coura em 2005 confirmando a visita de dois em dois anos desde 2001, quando partilharam o palco com Stone Temple Pilots e Papa Roach. Desta vez o concerto não seria tão eufórico, tão louco, tão caótico...tão bom! A sensação de vazio provocada pela saída de Nick Oliveri? Pois...


Queens Of The Stone Age - Era Vulgaris

Talvez um dia a formação dos Queens Of The Stone Age (QOTSA) que fabricou "Songs For The Deaf" se volte a reunir, ao jeito das tão na moda reuniões históricas que vão acontecendo com regularidade nos dias que correm. Enquanto isso não se materializa, Josh Homme continua a revelar a sua veia criativa. "Era Vulgaris" é diferente! Talvez seja o álbum mais inacessível de sempre dos QOTSA. Parece uma fuga ao mainstream. Parece pessoal. Até parece que Homme virou conjugue desde "Lullabyes To Paralyze".
A diferença para "Lullabyes To Paralyze" não é tão grande como para "Songs For The Deaf". Quando ouvimos em 2005, o quarto álbum da banda, o fã estranhou, o comum ouvinte estranhou, a crítica estranhou. Faltava qualquer coisa. Faltava acima de tudo Nick Oliveri, o carismático baixista da banda entre 1998 e 2003. Em 2007 não se nota tanto a diferença. Já não se deu a chicotada, o choque psicológico. Hoje em dia para os fãs, Oliveri já não faz, finalmente, parte da banda. "Era Vulgaris" é sujo! É negro! É doentio! A começar pelo título, que pode remeter para a "Era" de terror que se avizinha, ou para a mesma que já se vive. Mas nem tudo mudou. "Era Vulgaris" possui os brilhantes falsetes de sempre da sempre brilhante voz de Josh Homme, que por sua vez continua c0m a versatilidade que lhe reconhecêssemos. É ainda, do melhor Stoner-Rock dos dias que correm.
Se "Turnin' On The Screw" possui um grande riff, "Sick Sick Sick" é uma canção uptempo, que possui mais um riff genial, sendo desde já uma das canções do ano. Faz lembrar "All My Life" dos Foo Fighters e conta ainda com a participação de Julian Casablancas que aparece aqui como que não se querendo sacar nada de novo do vocalista dos Strokes. "I'm a Designer" é sujíssima e "Misfit Love" é Rock industrial. Em "Make It Wit Chu" Homme faz lembrar Chris Cornell e se "Sick, Sick, Sick" faz lembrar os Foo Fighters, "3's & 7's" faz lembrar "Smells Like Teen Spirit" ou "Rape Me" dos Nirvana. O que há em comum? Dave Ghrol. Ele e Homme são bons amigos. Por fim, "River in the Road" possuí Mark Lanegan no coro.
A pontuação só não é mais elevada, porque a herança é demasiado pesada.
God Save The Queen(s Of The Stone Age)!

7/10

1 comment:

Marcelo said...

eu achei Era Vulgaris muito melhor do que Lullabies. Mas obviamente nao chega aos pés de song for the deaf. Gostei do Blog.